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The Police – Synchronicity (1983)

The Police – Synchronicity (1983)

E aí galera do A História do Disco! Hoje continuaremos com aquela série que intitulei – neste exato momento aliás – de: Os Anos da Minha Vida. Acho que esse nome ficou bom, haha. O ano é 1983, o disco é gigante. Talvez o melhor disco daquele ano. Pra ser ter uma ideia, o álbum desbancou Thriller, de Michael Jackson, do topo das paradas americanas. Deu pra sentir o drama, né? O nome desse feito é Synchronicity, da banda inglesa The Police.

Nos programas antigos – sim, A História do Disco também é um programa de rádio – antes gravado e exibido pela rádio Planeta Verde FM e atualmente pela rádio, streaming e site Rádio Rock On Line – www.radiorockonline.com.br – do nosso amigo e incentivador Gustavo Troiano, falamos de como é difícil uma banda ir se superando, evoluindo, ainda mais quando ela já está em seu quinto disco. Com o Police foi assim, sabem aquela história de terminar no auge, por cima? Foi isso que ocorreu com essa ótima banda. Synchronicity (1983) foi o quinto e último disco desse ótimo power trio formado por Sting (baixo e vocal), Andy Summers (guitarra) e Stewart Copeland (bateria e percussão), mas o motivo do término não foi planejado dessa forma, infelizmente as desavenças pessoais entre Sting e o restante da banda colocaram um fim na maior banda inglesa do ano de 1983.

A relação entre os integrantes da banda já não vinha bem desde seu disco anterior Ghost In the Machine (1981), fazendo o ano de 1982 ser sabático para o Police, não necessariamente para seus integrantes, cada qual desenvolveu um trabalho solo. Sting atuou em dois filmes, Summers gravou um disco e Copeland contribuiu para algumas trilhas sonoras.

Tempo dado, mentes limpas e arejadas, hora de gravar um novo disco em paz e harmonia – #sqn. Sting sempre foi um ótimo artista, tudo que fazia dava certo, meio Midas, seja cantando, tocando ou atuando. Cada vez que dava mais certo pra ele, mais narcisista, egocêntrico ele ficava. A gota d’água veio nas gravações deste disco, mais precisamente nas gravações – na minha opinião – da maior canção que o Police já fez, sim, estou falando de Every Breath You Take. Sting e Copeland “saíram na mão”, o produtor, Hugh Padgham, pediu demissão mas no final acabou voltando atrás ficando até o final das gravações do disco. Após o incidente, Padgham resolveu separar os integrantes e colocá-los em salas diferentes para gravarem suas “partes” do restante do álbum. Independente de quão bom seria o álbum, estava configurado que aquele seria o disco final do Police.

Synchronicity (1983)

Com certeza Synchronicity é o álbum mais expansivo que o The Police criou, nele encontramos influências de diversos estilos musicais, está lá ainda o reggae, tem também traços do pop, new wave, jazz e claro que não podia faltar sintetizadores. A utilização de diversos elementos musicais nos propiciou ótimos arranjos, Sting e companhia também capricharam nas letras e nos vocais. Depois de uma “bela escutada” percebemos que Synchronicity é um álbum único e totalmente sincronizado com seus criadores.

A primeira música do disco leva também o nome do disco acrescentado do algarismo romano I – Synchronicity I – tudo isso porque teremos, mais à frente mais uma música com o mesmo nome. Em todas as pesquisas feitas e na tradução da própria letra Synchronicity veio da influência que Sting tinha – à época – sobre a Teoria da Sincronicidade, baixo e bateria marcados e um Sting cantando Synchronicity por toda canção martelando em nossa cabeça.

A segunda faixa Walking In Your Footsteps começa com uma percussão marcante, alguns elementos que não vimos em discos anteriores, Sting cantando uma analogia entre dinossauros e humanos rumando para seu fim, o ponto alto é a guitarra de Summers emulando o choro ou grito de um dinossauro.

O My God é marcada pelo ótimo baixo de Sting, cheio de groove, vale destacar também o solo de sax, feito pelo mesmo, no final da música. Em Mother, composta por Andy Summers, escutamos o Police mais fora da casinha de todos os discos. Miss Grandeko é uma música de Copeland curta e mais ritmada. Synchronicity II é a primeira de uma trinca de sucessos tocados exaustivamente, com um videoclipe bem futurista e musicalmente o Police sendo Police.

Começando o Labo B do disco, a “cereja do bolo” de toda discografia da banda, aquela que mais fez sucesso, que mais vendeu, que mais trouxe novos fãs ou pelo menos curiosos para a banda, Every Breath You Take, baixo e bateria numa marcação perfeita, riff de guitarra marcante, um belo vocal de Sting, uma letra que revela a obsessão de um homem por uma mulher, nessa época Sting tinha acabado de se separar, a letra me faz lembrar uma série da Netflix chamada Você, cabe perfeitamente para o protagonista da série.

King Of Pain é mais uma música que Sting fez no período de separação, melodia e letra mais deprê do que o usual na carreira da banda, na verdade o lado B inteiro do disco é menos intenso que o lado A. Wrapped Around Your Finger é mais uma bela canção que Sting fez após o final de seu relacionamento, o Skank fez uma versão dela chamada Estare Prendido En Tus Dedos. Tea In The Sahara tem uma levada de jazz e encerra o disco de maneira impecável. A versão em CD conta com um bônus, Murder By Numbers, mais uma bela canção, leve e em tom de jazz, Sting relembrando seu passado.

Não saberíamos o futuro que esperaria esse power trio inglês após o seu melhor disco, para eles o céu seria o limite, mas não podemos negar que terminar uma carreira cheia de sucessos com a sua melhor obra é terminar em grande estilo, uma pena a forma que foi.

Sempre entro naquele clichê de fim de resenha, mas sempre com a mais pura vontade de ter tentado acender uma pequena fagulha de curiosidade em quem nunca escutou o disco e de ter agradado aquele que tem o disco entre seus preferidos. Um abraço à todos e até a próxima resenha aqui no A História do Disco!

Discos de 1983 que possivelmente falaria:

War – U2
Let’s Dance – David Bowie
Murmur – R.E.M
Kill ‘Em All – Metallica

Faixas do Disco

1 –  Synchronicity

2 – Walking In Your Footsteps

3 – O My God

4 – Mother

5 – Miss Gradenko

6 – Synchronicity II

7 – Every Breath You Take

8 – King Of Pain

9 – Wrapped Around Your Finger

10 – Tea In The Sahara

11 – Murder By Numbers

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o álbum na íntegra, porém você pode
encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!

Confira o videoclipe da faixa Every Breath You Take

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Cindy Lauper – She’s So Unusual (1983)

Cindy Lauper – She’s So Unusual (1983)

Salve salve galera, eu Bruno Machado estou de volta pra trazer à vocês mais uma matéria especial aqui no AHD. Volto novamente para a década que mais me fascina e que sempre me surpreende, a década de 80, uma das mais influentes na música e na arte em si. Aproveitem a leitura meus queridos, pois hoje temos o primeiro álbum de estúdio de Cindy Lauper.

Pra quem não conhece, Cindy Lauper foi uma das cantores mais influentes da década de 80, que era dominada por ícones como Madonna e Michael Jackson. Com essas duas feras na ponta dos cascos seria difícil pensar que uma jovem faria tanto sucesso já com seu primeiro disco, certo? Errado, Cindy foi à luta e de cara vendeu 16 milhões de cópias com She’s So Unusual. Um disco de estreia maravilhoso que levou à rádio vários sucessos e fez com a carreira da cantora começasse da melhor forma possível.

Um dos fatores mais relevantes é que a MTV ajudou – e muito – a propagar a música de Cindy Lauper pois praticamente metade das faixas do disco ganharam videoclipe, que aliás, tinham bons roteiros e também boas produções. Isso mostra mais uma vez que só gravar um álbum e partir pras turnês não era o suficiente na década de 80 meus caros leitores.

Um dos motivos de eu ter escrito essa matéria foi o fato de que uma música não saia da minha cabeça, eu fiquei ouvindo ela por semanas todo santo dia. Essa música é Money Change Everything, a levada da bateria, o efeito do teclado e principalmente a entrada de Cindy na música me intrigavam todo santo dia. Aliás, nessa entrada na música ela diz, “She Said, I’m sorry baby, I’m leaving you tonight”, que quer dizer, “Ela disse, me desculpe amor, Estou deixando você esta noite”. E acreditem meus caros ela realmente disse isso para o seu ex namorado assim que recebeu convite de uma gravadora para gravar seu primeiro disco solo, Cindy começou sua carreira com uma banda chamada Blue Angel, essa que não durou muito.

A segunda faixa do disco é Girls Just Wanna Have Fun, que eu duvido que você caro leitor nunca tenha ouvido, seja no rádio dos seus pais ou em numa chamada para um evento de Flash Back. Essa pode ser considerada uma das maiores músicas da carreira da Cindy Lauper, ganhou videoclipe sensacional onde a cantora e suas amigas fazem uma verdadeira farra nas ruas e também em sua casa. Posteriormente temos When You Were Mine, particularmente não é minha canção preferida, mas também teve o poder de deixar sua marca por conta da qualidade no conjunto dos instrumentos com aquele swing pop gostoso.

Agora vamos para parte romântica desse clássico disco, inclusive em minha opinião a afinação de Cindy nessa faixa é simplesmente espetacular, estou falando da faixa Time After Time, que tem ganhou videoclipe – muito bonitinho por sinal – em que a cantora atua muito bem.

Depois de tanta diversão e romantismo, vamos para a parte mais polêmica do disco. Confesso que a faixa que citarei agora não me agrada muito, em termos de qualidade ela está bem abaixo das demais citadas, mas ela acabou ganhando destaque pois aborda um tema muito pesado: masturbação. A música em questão é She Bop, que alias, também ganhou videoclipe, mas não com roteiro pesado como a canção. Admiro a coragem que Cindy sempre teve em sua carreira, pois se hoje em dia falar de masturbação é enorme tabu, imaginem em 1983?

Completando a coleção de clássico do disco temos All Through The Night, também contando com um teclado marcante – assim como em Money Change Everything e Girls Just Want to Have Fun -, repleta de romantismo e claro, com um refrão muito marcante. Depois temos uma faixa não muito conhecida, estou falando de Witness,  um Lado B que ouvi com atenção em minha pesquisa e que tem uma qualidade interessante, um swing que lembra bastante o que as bandas brasileiras de pop rock faziam aqui nos anos 80, vale a pena curtir esse ponto fora da curva.

Saindo um pouco do disco pra falar sobre a carreira de Cindy, é extremamente importante citar que nos anos que vieram a cantora continuou se destacando. Em 1985 com a faixa The Goonies Are Good Enoguh que foi tema do filme Goonies, no mesmo ano participou das gravações de We Are The World no projeto USA For Africa – projeto que contou com os maiores cantores da época e que é reverenciado até hoje em todo o mundo. Já em 1986 a cantora lançou seu segundo álbum de estúdio, True Colors, um disco que também vale muito a pena conferir.

Bom meus queridos, eu vou ficando por aqui, espero que vocês tenham gostado da matéria, até a próxima 😉

Faixas do Disco

1 –  Money Changes Everything

2 – Girls Just Want To Have Fun

3 – When You Were Mine

4 – Time After Time

5 –  She Bop

6 – All Through The Night

7 – Witness

8 – I’ll Kiss You

9 – He’s No Unusual

10 – Yeah Yeah

Ouça o álbum She’s So Unusual inteiro!

Confira o videoclipe da faixa Girls Just Want To Have Fun