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Os Paralamas do Sucesso – 9 Luas (1996)

Os Paralamas do Sucesso – 9 Luas (1996)

Salve galera do blog A História do Disco, tudo certo com vocês? Eu sou Alexandre Bottura é um imenso prazer estar aqui novamente para compartilhar com vocês mais um grande álbum. Hoje teremos muitas informações, experiências pessoais e claro, muita música boa.

Prepare-se meu caro leitor, pois trago à você um dos maiores discos de uma das maiores bandas nacionais de todos os tempos, sim, estou falando da banda Os Paralamas do Sucesso, e do disco 9 Luas, um grande clássico dentre todos os álbuns da banda lançados até hoje. O 9 Luas é o oitavo álbum de estúdio da banda e foi em lançado em Julho de 1996 levando o selo da EMI Music. A produção ficou por conta de Carlos Savalla, engenheiro e técnico de som que já havia trabalhado na gravação de discos de grandes artistas como: Djavan, Erasmo Carlos, Legião Urbana e Pato Fu.

O álbum marca a retomada da banda em relação ao pop rock e contando com uma pitada de música latina, bem diferente do anterior, Severino, no qual as canções foram mais voltadas pro reggae, ska e new wave, além de ter uma forte influência da música nordestina. Mas voltando ao disco de hoje, o 9 Luas mostra uma diferenciação na sonoridade e também na linguagem musical, soando como grandes bandas de rock americanas dos anos 90. Na gravação do disco, além dos três integrantes principais da banda – Herbert Viana (Voz e Guitarra), Bi Ribeiro (baixo) e o mestre João Barone (bateria) – participaram também os músicos de apoio:  João Fera (Teclados), Eduardo Lyra (Percussão) e Chico Neves (Samples na faixa Busca Vida).

Agora vou falar das faixas desse grande disco. A primeira é a clássica,  que ainda é tocada nos shows de hoje, Lourinha Bombril, canção que na verdade é uma versão da música Parate Y Mira (em português, Parar e Olhar) de uma popular banda argentina chamada Los Pericos, esta que foi fundada em 1986 e tendo como influência o reggae e o ska. Posteriormente temos Outra Beleza, uma mistura sonora latina com samba e que contou com a participação do grupo As Gatas, conjunto vocal que se originou na cidade do Rio de Janeiro. Logo após, temos La Bella Luna, canção que expressa toda a influência de reggae que passou a acompanhar a banda ao longo dos anos. A quarta faixa, denominada De Musica Ligeira, traz uma pegada mais rock, é uma versão de uma música da banda Soda Stereo – banda de rock argentina formada em 1982 e que teve sucesso internacional no final dos anos 80 e 90 – e sim meu caro leitor você já deve ter ouvido essa canção com o Capital Inicial, porém é válido citar que a versão do Capital foi lançada em 2002, seis anos depois da versão do Paralamas. Particularmente prefiro a versão do Paralamas.

Continuando a falar das faixas deste disco temos, Capitão da Indústria, que narra as dificuldades e correrias do dia a dia – emprego e demais afazeres – e a rotina pesada que todos nós levamos. Depois temos, O Caminho Pisado, faixa que também contém uma levada mais rock, tem melodia e letra incríveis, em minha opinião é uma das melhores músicas já feitas da banda e que mostra o monótono cotidiano. A sétima faixa não cabe qualquer análise ou descrição, a expressão “obra de arte” é suficiente para explicar sua existência, estou falando de Busca Vida. A oitava faixa se encaixa nos adjetivos das anteriores, e foi concebida com a parceria junto a Nando Reis e Marcelo Fromer (na época, integrantes do Titãs), o que torna a música mais clássica, ela alias foi lançada pelo Titãs no álbum Domingo de 1995, e tem um final que lembra muito bem as linhas de bateria de Sir Ringo Star na música Dear Prudence do antológico White Album.

A nona faixa do disco é Sempre Te Quis, uma balada pop romântica podemos assim dizer. A décima faixa, Seja Você, é um reggae sobre você gostar do jeito que você é, da pessoa que você é. Posteriormente temos, A Nossa Casa, décima primeira faixa do álbum que fala sobre relacionamento – as partes boas e também as ruins. E fechando o disco com chave de ouro temos, Um Pequeno Imprevisto, canção que também pode ser denominada como “obra de arte”, tem melodia e letra inspiradoras que mostram a qualidade e capacidade musical da banda. A beleza da faixa também pode ser explicada pela parceira na composição, onde temos Herbert e Thedy Correa (vocalista do Nenhum de Nós).

Bem meus caros, este álbum marca o auge de uma década de grandes lançamentos e grande artistas no cenário do rock nacional, década que na minha opinião foi praticamente o último suspiro do rock tupiniquim. Por isso, é válido afirmar que esse foi um dos maiores álbuns já lançados, por tudo aquilo que eu já citei acima, por sua sonoridade, qualidade e acima de tudo, maturidade musical. Este álbum é aquele que você deve adquirir em vinil, CD, mp3, etc, ou seja, todos dos formatos possíveis.

A partir desse disco eu tive a certeza de que, tanto a banda quanto o rock jamais seriam apenas mais um grupo ou um estilo musical, confesso que ao atingir um pouco mais de maturidade as canções fizeram mais sentido e também me ajudaram muito em minha formação musical, não temos dúvida de que Os Paralamas do Sucesso são uma escola musical e referência pra qualquer músico.

Com um total de treze álbuns , sete álbuns ao vivo e um acústico MTV, Os Paralamas do Sucesso estão na ativa desde 1983. Uma das fases mais difíceis dessa trajetória foi em 04 de Fevereiro de 2001, onde num acidente trágico Herbert perdeu sua esposa, Lucy. O cantor, guitarrista e compositor ficou gravemente ferido e ainda ficou paraplégico. Porém, isso não o impediu de voltar aos palcos e após um tempo de recuperação Os Paralamas gravaram outro disco antológico, Longo Caminho. A banda continuou e continua até hoje fazendo shows e turnês, e eu tive a honra de vê-los tocar ao vivo e isso eu jamais esquecerei.

Bom meus caros leitores, o que me resta agora é agradecer a oportunidade de analisar este álbum antológico do rock nacional aqui no AHD, obrigado Flávio Oliveira e Bruno Machado.
Viva o Rock ‘n Roll! Viva o Rock Nacional! Viva Os Paralamas do Sucesso. Um Abraço à todos e até a próxima.

 

Faixas do Disco

1 –  Lourinha Bombril (Parate Y Mira)

2 – Outra Beleza

3 – La Bella Luna

4 – De Música Ligeira

5 –  Capitão de Indústria

6 – O Caminho Pisado

7 – Busca  Vida

8 – O Caroço da Cabeça

9 – Sempre Te Quis

10 – Seja Você

11 – Na Nossa Casa

12 – Um Pequeno Imprevisto

Confira o videoclipe da faixa Busca Vida.

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o disco (cd) na íntegra, porém você pode
encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!
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Skank – O Samba Poconé (1996)

Skank – O Samba Poconé (1996)

Olá galera que acompanha o blog A História do Disco, aqui estou eu, Bruno Machado, para escrever pra vocês mais uma matéria. Há tempos eu estava afim de escrever sobre essa banda, grupo mineiro que marcou época nos anos 90 e que se renovou e continuando fazendo sucesso nos anos 2000, hoje falarei sobre um dos maiores discos do Skank.

Antes do álbum ‘O Samba Poconé’ o Skank já tinha se destacado com o disco ‘Calango’ de 1994, segundo álbum de estúdio da banda, e que teve várias músicas tocando nas rádios, destaque alias pra regravação da clássica ‘É Proibido Fumar’ do Rei Roberto Carlos.

Eu me lembro quando tínhamos em casa a fita cassete desse álbum, o que me chamava a atenção de cara era a capa que continha um gorila e uma moça loira seminua. Vale lembrar que na década de 90 moças seminuas era algo bem comum na cultura tupiniquim, basta você caro leitor lembrar-se dos programas de auditório da época

A década de 90 tinha tudo pra ser dura para ritmos como o pop, o rock e o reggae, e o Skank flertava com todos eles. O sertanejo, o axé e até mesmo o pagode davam as cartas neste período e os representantes do rock dos anos 80 não vinham bem na nova década. Apesar desse cenário obscuro o Skank fez questão de se fazer presente e criar um dos maiores discos da década e se consolidar de vez na música brasileira.

Pra você cara leitor que conhece pouco sobre o Skank vou primeiramente citar alguns sucessos que fizeram parte desse disco: É Uma Partida de Futebol, Garota Nacional e Tão Seu. A primeira faixa do álbum ganhou de cara o público, já que falava de futebol, a grande paixão do brasileiro. O videoclipe é legal demais, mostra as fanáticas torcidas do Atlético/MG e do Cruzeiro em um clássico no Mineirão. Vale lembrar que nessa época existia um campeonato chamado Rockgol, criado pela MTV Brasil e que contava com a participação de cantores e bandas de nosso país. Aliás, foi desse campeonato que surgiu a música É Uma Partida de Futebol,  letra que conta com a parceria de sucesso: Nando Reis e Skank. Já as faixas Garota Nacional e Tão Seu são baladas bem charmosas que mostram mais ainda que os instrumentos de sopro dominariam o terceiro álbum de estúdio do Skank.

Outras faixas como Zé Trindade e Eu Disse a Ela também merecem destaque, já que as duas tem um swing diferente e fazem com que a primeira metade do disco seja bem agitada. Destaque também para a faixa Os Exilados, que pra mim é uma das mais bonitas do disco, e pode ser considerada como lado B. Aliás, o lado B desse disco é muito interessante, mesmo porque ele tem a mesma pegada do lado A, na minha visão ele não fica devendo nada ao lado A, faixas como Um Dia Qualquer, Los Pretos e Sul da América escancaram a vontade do quarteto mineiro fazer história com o que seria o maior disco de estúdio da banda.

Além das faixas, há dois pontos legais de serem citados: a afinação de Samuel Rosa e as linhas de baixo de Lelo Zaneti. Samuel se diferencia da maioria dos cantores da década de 90 por conta de sua voz jovial e imponente que contrasta com seu enorme talento a postos de uma guitarra (o mesmo já dividiu palco com o grande guitarrista mexicano Santana). Já Lelo é uma figura cômica em cima do palco, tem o dom de tocar baixo, dançar (de forma bem esquisita alias) e fazer backing vocal ao mesmo tempo, mais marcante que os instrumentos de sopro no disco ‘O Samba Poconé’, só suas linhas de baixo.

Posteriormente o Skank produziu três bons discos: Siderado (1998), Maquinarama (2000) e o Ao Vivo MTV (2001). Nessa época o Skank já tinha se consolidado no cenário nacional e também internacional, a banda não sentiu a virada da década e continuou colecionando hits. O que as músicas Jackie Tequila e Te Ver foram para a geração de 90, Vou Deixar e Dois Rios foram para a geração de 2000. O Skank continuava produzindo balanços e também baladas românticas, prova disso é o sucesso de Sutilmente e Ainda Gosto Dela (que conta com a participação de Negra Li), sucessos do álbum Estandarte (2008).

O álbum ‘O Sambá Poconé’ completou 20 anos em 2016 e foi relançado contando com mais dois discos que contém ensaios, remix, demos e também a faixa Minas com Bahia que o quarteto havia criado para Daniela Mercury na mesma época da produção do disco ‘O Samba Poconé’.

Ah, não poderia deixar de citar que em 2012 eu assisti a um show do Skank em Ribeirão Preto/SP,  confesso que foi um dos melhores shows da minha vida – se não o melhor. Foram quase duas horas de show, contando com um repertório sensacional e também com muita simpatia dos quarteto mineiro.

Bom galera, essa foi minha resenha sobre o terceiro álbum de estúdio do Skank, O Samba Poconé, eu espero que vocês tenham gostado, até a próxima o/

Essa matéria é dedicada à grande amiga Karolina Braccialli, grande fã do Skank e do projeto A História do Disco.
Faixas do Disco

1 –  É Uma Partida de Futebol

2 – Eu Disse A Ela

3 – Zé Trindade

4 – Garota Nacional

5 –  Tão Seu

6 – Sem Terra

7 – Os Exilados

8 – Um Dia Qualquer

9 – Los Pretos

10 – Sul da América

11 – Poconé

Leia matéria sobre os 20 anos do álbum O Samba Poconé.

Confira o videoclipe da faixa É Uma Partida de Futebol.