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Tears For Fears – Songs From the Big Chair (1985)

tears for fears – songs from the big chair  (1985)

Fala galera do A História do Disco, cá estamos nós para mais uma resenha! Hoje falaremos sobre o ano de 1985, um ano muito bom para se escolher um disco, diversidade é uma palavra que podemos utilizar para simplificar esse ano. Tivemos pop, hip hop, heavy metal, rock nacional, discos dos mais diversos e variados estilos que conhecemos. Apesar dessa vasta variedade sonora, 1985 foi um ano que não tive problemas em escolher o disco. Usarei o lado sentimental para tal escolha. Foi aquele lance de bater o olho e falar: é esse e ponto. Uma banda que afetivamente sempre esteve presente em minha vida desde os primórdios, aquela que junto com os Beatles e algumas outras sempre estiveram na vitrola. Pois bem, falaremos hoje sobre a banda Tears For Fears e, mais precisamente, sobre seu segundo disco Songs From the Big Chair (1985). Definitivamente o maior sucesso da carreira dessa singular banda, poderíamos dizer também, deste dueto formado por Roland Orzabal (vocal/guitarra) e Curt Smith (vocal/baixo).

sobre a banda

Orzabal e Smith se conheceram ainda adolescentes e participaram de outras duas bandas antes de finalmente criarem o Tears for Fears, ambos participaram como músicos auxiliares da banda Neon. O primeiro disco profissional da dupla veio em 1980 com a banda Graduate. Em 1981 Orzabal e Smith decidem criar o Tears for Fears, o nome da banda faz alusão ao método de terapia que o psicanalista americano Arthur Janov desenvolveu, Arthur ficou famoso por ter John Lennon como seu paciente, já o estilo musical ao qual o Tears for Fears era rotulado chamava-se Synth-pop.

No início da década de 80 com o lançamento dos sintetizadores surgiram diversas bandas que os utilizavam como base para suas composições, já até citei aqui em uma resenha do Rush que a banda surfou muito a onda dos sintetizadores. Mas voltando ao Tears for Fears, a banda teve seu primeiro sucesso no ano de 1982 com a música “Mad World”, no ano seguinte a banda lança seu primeiro disco The Hurting chegando assim ao topo das paradas do Reino Unido e se fazendo escutar no resto do mundo.

Songs From the Big Chair

Lançado em fevereiro de 1985 Songs From the Big Chair teve em “Shout” o single que abriu as portas para o mundo, foi top 5 no Reino Unido e primeiro lugar nos EUA, mas o single que consolidou o Tears for Fears como uma das maiores bandas dos anos 80 foi “Everybory Wants to Rule the World”. “Head Over Heels” e “I Believe” completam a lista de singles que fizeram de Songs From the Big Chair um disco que ficou nas paradas de todo o mundo por mais de um ano. Uma peculiaridade, foi durante a turnê do Songs From the Big Chair que os músicos conheceram a cantora Oleta Adams que futuramente viria a fazer uma participação mais do que especial no disco The Seeds Of Love (1989), na música “Woman In Chains”.

Em Songs From the Big Chair, o Tears For Fears encontrou e refinou o seu estilo único de fazer música, dosando o Synth-pop com uma camada mais sofisticada de instrumentos, transformando essa dosagem em um estilo próprio e destacando a importância que os músicos dão realmente para a transformação harmônica de instrumentos em ótimas músicas. Para darmos uma dimensão da grandiosidade desse disco, a turnê de Songs From the Big Chair terminou somente no ano de 1986, nos dias atuais ficar esse tempo excursionando soa até natural, mas imaginem quase dois anos de excursão pelo mundo em meados dos anos 80? Puxado não? Na verdade, o tempo de turnê mostrou somente o quanto o Tears For Fears evoluiu como banda, alcançando lugares jamais imaginados por Orzabal e Smith. O salto musical dado nesse segundo e, podemos dizer melhor álbum já feito pela banda, foi fundamental para a longa carreira dessa maravilhosa banda que carrego em minhas playlists desde o cassete.

mais sobre o tears

Após uma longa e exaustiva turnê que incluiu muitos shows e participações em festivais e premiações e a produção do terceiro disco um tanto quanto longa, enfim, em 1989 é lançado The Seeds of Love, um bom álbum que rendeu outra mega turnê para o Tears For Fears. Os singles de maiores sucessos foram “Sowing the Seeds of Love” e “Woman in Chains”, esta última conta com participação de Phil Collins na bateria e Oleta Adams, cantora que Orzabal conheceu durante a turnê de Songs From the Big Chair, conforme citado anteriormente nesta resenha.

Em 1991 após um desentendimento entre Orzabal e Smith a banda chega ao fim. Mantendo o nome ainda ativo Orzabal lança em 1992 o single “Ladie So Low” para promover o lançamento da coletânea de melhores sucessos da banda Tears Roll Down (Greatest Hits 82-92). Em 1993 Smith lança seu primeiro álbum solo e Orzabal continua sobre a alcunha de Tears For Fears lança o álbum Elemental e estoura outro single “Break It Down Again”, dessa vez não com o mesmo impacto, mas com força suficiente para fazer mais uma turnê mundial. Em 1995 ainda somente com Orzabal o Tears For Fears lança Raoul and the Kings of Spain, mas dessa vez não consegue atingir o mesmo sucesso dos discos anteriores.

 

Somente em 2004 o Tears For Fears original de Orzabal e Smith lançam um novo disco,  Everybody Loves a Happy Ending. De lá para cá o Tears For Fears tem feito pequenas turnês e apresentações ao redor do mundo. Eles vieram no Rock In Rio em 2017, fazendo um dos melhores e mais aguardados shows daquela edição. Ainda em 2017 eles lançaram a coletânea Rule the World: Greatest Hits com duas canções novas  “I Love You But I’m Lost” e “Stay”, algo que não acontecia desde o disco Everybody Loves a Happy Ending de 2004.

Galera, é isso! Tinha feito uma resenha menor e mais objetiva, mas a pedido do grande Bruno Machado fiz um breve resumo da carreira dessa banda que é mais que singular, insisto nessa palavra pois não encontro banda que ao longo desses quase 40 anos fizeram ou faz música como esses caras. Fico por aqui e logo mais – se meu TCC deixar – estarei com mais uma resenha, agora do ano de 1986. Um grande abraço e nos encontramos aqui no A História do Disco.

Faixas do Disco

1 –  Shout

2 – The Working Hour

3 – Evebody Wants To Rule The World

4 – Mothers Talk

5 – I Believe

6 – Broken

7 – Head Over Heels/Broken

8 – Listen

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o álbum na íntegra, porém você pode

encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!

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The Outfield – Play Deep (1985)

The Outfield – Play Deep (1985)

Salve galera, depois de um longo período, eu, Bruno Machado estou de volta. Dessa vez eu resolvi escrever uma resenha sobre uma grande banda dos anos 80: The Outfield. Aí você meu caro leitor vai pensar: Poxa Brunão, mas eles só tem uma música famosa! É meu caro, é aí que você se engana, mesmo porque, o álbum ‘Play Deep’ foi um grande sucesso vendendo mais de 2 milhões de cópias nos EUA. Então se você acha que a banda tem apenas a música ‘Your Love’, você está completamente enganado, e eu irei provar isso através da matéria de hoje.

De início é importante citar que, ‘Play Deep’ foi o álbum de estréia do grupo britânico, que tinha como sua base um trio: Tony Lewis (baixo e voz), Alan Jackman (bateria) e John Spinks (guitarra). Aliás, Spinks era o grande compositor do trio e seus riffs se transformaram na identidade da banda, um som considerado rock mas que flertava bastante com o pop, uma fórmula muito interessante e que chama atenção até hoje de pessoas de diferentes idades.

Um ponto interessante de se destacar é que a banda é britânica, porém, conseguiu estabelecer seu público no EUA, como citado no primeiro parágrafo desta resenha. Eu mesmo achava que o grupo era americano, quando ouvi pela primeira vez. E fora os riffs de John Spinks, a voz aguda de Tony Lewis também se tornou um grande diferencial do trio.

O ano de 1985 foi muito bom para o pop, tanto que A-ha e Phill Colins também lançaram grandes discos neste ano, discos aliás que foram importantíssimos na carreira destes artistas. Com o crescimento do pop, e também com o rock dando as caras (destaque para Kiss, Aerosmith e Bon Jovi), o Outfield conseguiu ganhar as paradas de sucesso, com o seu grande single ‘Your Love’.

É uma grande injustiça lembrar do Outfield apenas pela faixa ‘Your Love’, neste primeiro disco da banda há várias outras músicas que fazem o álbum valer a pena, como: Say It Ins’t So, All The Love e Everytime You Cry. As suas primeiras se caracterizam como ótimas baladas,aliás, retratam bem a época em que foram gravadas. Já a faixa ‘Everytime You Cry’ é mais melódica, mais triste e conta com um dedilhado bem marcante.

É bem verdade que a sonoridade da banda lembra bastante o ‘Men At Work’ e também ‘The Police’. Dois grupos que se destacaram bastante na década de 80, ganhando fãs por onde passavam. Assim como nosso trio britânico, que conseguiu se consolidar rapidamente com seu primeiro álbum de estúdio, e quem deu a oportunidade para o grupo foi a gravadora Columbia.

Algumas bandas da época que estou citando nessa matéria, gostavam de produzir videoclipes para seus hits, o Outfield era um desses grupos, e pro álbum ‘Play Deep’ trabalhou videoclipes em três faixas: Your Love, Say It Ins’t So e All The Love. O clipe de ‘Your Love’ é muito bacana, pois rola uma interação entre a banda e uma moça, ela está desenhando a capa do disco ‘Play Deep’. A capa desse disco aliás é bem legal, com um rosto intrigante em meio a uma pintura em aquarela e um braço de guitarra.

Todos sabemos que é impossível falar do Outfield e não falar da música ‘Your Love’, mesmo porque, foi o grande hit da carreira do trio britânico, e vive na memória dos fãs até hoje. É o tipo de música que pode tocar a qualquer hora, em qualquer lugar, que nunca será rejeitada. E por conta desse grande hit, muita gente tem em mente que a banda só tem essa música, como eu havia citado no início dessa matéria.

Confesso que comecei a pesquisar mais sobre a carreira do Outfield a pouco mais de um ano, e tive uma grande surpresa ao perceber que a banda teve uma carreira longa e de certo modo consolidada. E isso tudo foi possível graças ao desempenho do primeiro álbum de estúdio, o ‘Play Deep’, que trouxe consigo várias canções de qualidade  e que tinham, por exemplo, potencial pra tocar em rádio. Músicas como ’61 Seconds’ e ‘I Don’t Need Her’ se encaixam nesse perfil, e engrandecem ainda mais o primeiro álbum de estúdio da banda.

Com o passar dos anos a banda se tornou uma fábrica de hits, sim meu caro leitor, e lançou várias músicas que vão te fazer pensar: Por quê eu não ouvia mais coisas do Outfield antes!? Já no segundo álbum de estúdio, ‘Bangin’, a faixa ‘Since You’ve Been Gone’ ganhou destaque, e posteriormente no álbum ‘Voices of Babylon’, temos mais uma grande música: The Night Ain’t Over. O fim dos anos 80 era o começo da ascensão da banda, e em 90 outro grande hit nasce: For You.

Infelizmente em 2014 John Spinks faleceu, e assim a banda cessou suas atividades, o guitarrista lutava há anos contra um câncer no fígado. Ele era um pilar no Outfield, grande compositor e  responsável pela criação das mais belas melodias que marcaram época nas performances do grupo.

Devo admitir que essa matéria além de ter o objetivo de mostrar a verdadeira identidade do Outfield, tem também o desejo de homenagear essa grande banda que não merece ser lembrada apenas por uma faixa, mas sim por um conjunto de grandes canções. Inclusive, fica aqui mais uma dica: ouçam a música California Sun.

Obrigado por terem lido mais uma matéria do blog A História do Disco, e até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 –  Say It Ins’t So

2 – Your Love

3 – I Don’t Need Her

4 – Everytime You Cry

5 –  61 Seconds

6 – Mystery Man

7 – All The Love

8 – Talk To Me

9 – Taking My Chances

10 – Nervous Alibi

Ouça o álbum Play Deep completo!

Leia matéria sobre a morte de John Spinks.

Confira o videoclipe do grande sucesso Your Love.