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Erasmo Carlos – Carlos, Erasmo (1971)

Erasmo Carlos – Carlos, Erasmo (1971)

Olá galera do blog A História do Disco, quanto tempo hein!? Pois é, já faz um tempo que eu, Flávio Oliveira, não escrevo para vocês e é em meio a esse clima de saudade que iremos saudar o nosso carismático e mulherengo do rock nacional, Erasmo Carlos.

Quando falamos sobre Erasmo Carlos automaticamente o associamos a Jovem Guarda, movimento esse que revolucionou vários conceitos da juventude dos anos 60 no Brasil. Nosso caro Erasmo fez parte de todo esse movimento que se estendeu até 1969, pouco antes da sua deflagração perante ao movimento tropicalista. Sendo assim, o disco que iremos comentar e degustar hoje (no bom sentido, é claro) faz parte deste contexto, em meio a essa mudança que o “Tremendão” teve que se submeter.

Antes de falar sobre o disco “Carlos, Erasmo”, vamos à uma pequena introdução sobre quem é Erasmo Carlos. Erasmo Esteves nasceu no dia 05 de Junho de 1941 e se tornou um dos expoentes da música brasileira nos anos 60, juntamente com seu parceiro e compositor, Roberto Carlos (Aliás, em breve teremos resenha do Rei aqui no A História do Disco). Os amigos compuseram várias canções que aplacaram sucesso e que tiravam o fôlego dos “brotinhos” da época, sucessos como: Quero que Vá tudo para o Inferno, Não serve pra Mim, Eu sou Terrível e Como é Grande o meu Amor por Você. Assim como Roberto, Erasmo também tinha uma carreira paralela e concebeu vários clássicos como: Sentado à Beira do Caminho, Mulher, Pega na Mentira e Vou ficar Nu para Chamar sua Atenção.

Data da foto: 1967 Erasmo Carlos e Roberto Carlos.

Pois é caro leitor, nosso companheiro teve vários sucessos e eu duvido que você nunca tenha ouvido pelo menos um deles. Mas vamos ao disco de hoje, “Carlos, Erasmo”, o mesmo foi uma ruptura no processo da carreira de Erasmo, foi um dos momentos em que ele teve que escolher qual caminho seguir. O caminho que ele escolheu foi o do rock n’ roll, diferentemente de seu parceiro Roberto, que nesse período preferiu ser mais romântico e religioso musicalmente. É neste ponto que Erasmo tem a oportunidade única de criar um disco fenomenal, inclusive é válido citar que nesta época (no caso, em 1971) não tínhamos mais a Jovem Guarda nas tardes de domingo. Logo após o término do programa e do movimento da Jovem Guarda, nosso cantor sai de férias pelo Rio de Janeiro. Neste período ele escuta uma música de Gilberto Gil – Aquele Abraço – e se convence que tem que voltar a compor.

Em 1971 é concebido o disco “Carlos, Erasmo”, este que é um clássico da música popular brasileira que conta com a velha parceria entre Erasmo e Roberto (Lennon e McCartney brasileiros haha) e também com alguns hits do momento: De Noite na Cama (Caetano Veloso), Dois Animais na Selva Suja da Rua (Taiguara) e Agora Ninguém Chora Mais (Jorge Ben). Vale citar também as músicas que foram compostas por Erasmo e Roberto:  É preciso Dar um Jeito Meu Amigo e Mundo Deserto.

Outra coisa muito bacana desse disco é o fato de termos qualidade melhor nas gravações de Erasmo, que na época de Jovem Guarda eram precárias e agora estavam excelentes. Também é válido citar  que o produtor do disco foi Manuel Barenbein, além de Nelson Motta (monstro da música brasileira) que produziu a faixa “Ciça, Cecília” e o responsáveis  pelos arranjos do disco foram Chiquinho de Moraes e Arthur Verocai.  Mais um fator que contribuiu para que o álbum tivesse uma qualidade melhor é que o mesmo foi o primeiro de Erasmo pelo selo Philips, o Tremendão estreou muito bem pela gravadora.

Muitas vezes o ouvinte não se interessa ou mesmo não consegue ter acesso a determinadas informações de um disco, como por exemplo os músicos que participaram da gravação do mesmo. Nós do blog A História do Disco gostamos de ceder este tipo de informação, mesmo porque deste modo valorizamos os profissionais da música. O destaque neste disco do Erasmo é a participação de Lanny Gordin, um dos maiores guitarristas de nosso país, músico que fez sucesso no cenário tropicalista tocando com vários artistas da cena e gravando com Gil, Caetano e Gal Costa. Pra fechar com chave de ouro, Lanny participou desse disco maravilhoso de Erasmo Carlos, que pra mim é um dos melhores discos do nosso querido “Tremendão”.

Assim eu, Flávio Oliveira, encerro minhas considerações sobre o disco, espero que você leitor tenha gostado da matéria e que aprecie sem moderação esse disco que é FODÁSTICO. Logo mais estarei de volta aqui no blog com mais música para a nossa alma. Abraços pessoal e até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 – De Noite na Cama

2 – Masculino, Feminino
3 – É preciso dar um Jeito, Meu Amigo
4 – Dois Animais na Selva Suja da Rua

5 – Gente Aberta

6 – Agora Ninguém Chora Mais

7 – Sodoma e Gomorra

8 – Mundo Deserto

9 – Não Te Quero Santa

10 – Ciça, Cecília

11 – Em Busca das Canções Perdidas N°2

12 –  26 Anos de Vida Normal

13 – Maria Joana

Ouça o disco Carlos, Erasmo de 1971 completo.