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Iron Maiden – The Number Of The Beast (1982)

Iron Maiden – The Number Of the beast (1982)

Fala galera do A História do Disco! Denis Borges na área para a segunda matéria daquela série que comecei a fazer sobre um disco para cada ano vivido até agora. Série, a propósito, que ainda não dei nome. Mas o fato é que entramos no ano de 1982 e como ocorrido com o ano de 1981, 1982 é um ano muito farto de boa música e bons discos. Escolhi a banda por seu significado no rock, mais precisamente para o heavy metal, e também por ser um disco muito bom e de grande importância na longa e vitoriosa carreira desses caras. Hoje, caros leitores, falarei sobre o Iron Maiden, mais precisamente sobre seu terceiro disco de estúdio, The Number Of The Beast. É amigos, puta responsa!!  Assistindo uma entrevista de um jornalista e apresentador esportivo, o Benja, da Fox Sports, ele que é fã incondicional do Iron Maiden faz uma descrição da banda que achei muito própria e vou “roubar” suas palavras para ilustrar essa resenha. Segundo o Benja: “O Iron Maiden não é uma banda é uma seita”, claro que no bom sentido da palavra, vamos deixar bem claro porque o politicamente correto é onipresente e onisciente, vai que, né…Enfim, essa sempre foi uma questão que pairava em minha cabeça, esse fanatismo, essa devoção pela banda. Por não ser fã da banda sempre tive essa e outras curiosidades que hoje consigo compreender.

iron maiden

O Iron Maiden é uma banda britânica e foi formada em 1975 pelo baixista Steve Harris. Seu nome é baseado no livro de Alexandre Dumas, O Homem da Máscara de Ferro. Aqui está um ponto desconhecido por mim, Harris é o cara do Iron Maiden, não o mais conhecido, talvez não o melhor instrumentista, mas é o cara que além de idealizar e fundar a banda é quem “segura o piano”, parafraseando o futebol, é o motorzinho do time, aquele volante que cobre o lateral direito, o esquerdo, desarma no meio e ainda sabe sair jogando com a bola no pé. Esse é um dos fatos que desconhecia, pra mim o Iron Maiden era Bruce Dickinson e mais 10.

Antes da entrada de Dickinson o Iron Maiden, de Harris, passou por algumas mudanças até encontrar o vocalista dos seus dois primeiros discos, Paul Di’Anno. Com Di’Anno o Iron Maiden lançou seus dois primeiros discos: o homônimo Iron Maiden (1980) e Killers (1981). Particularmente gosto dos dois, mas sinto aquela sensação – por conhecer o que vem depois – de que falta algo, e esse algo vem em 1982. Di’Anno era um cara problemático e ficava ainda mais com o abuso do álcool e cocaína, esses problemas quase sempre traziam algum tipo de prejuízo para a banda, como quando o vocalista quase estragou o começo da então parceria da banda com seu manager, Rod Smallwood, Di’Anno foi preso antes do show que Smallwood estava na platéia para assistir. Para não perderem a oportunidade de serem agenciados, Harris tocou e cantou aquele dia. Com o passar do tempo Harris sabia que com Di’Anno na banda eles jamais chegariam onde ele sabia que o Iron Maiden poderia chegar, no topo.

paul bruce dickinson 

Depois de vários shows cancelados na Alemanha – Di’Anno resolveu entrar em modo zumbi – Harris toma a decisão de tirá-lo da banda. Foi então que em novembro de 1981, Bruce Dickinson fez o seu primeiro show pelo Maiden em Londres. A ida de Bruce para o Maiden é digna a negociação de um jogador de futebol. Bruce era vocalista do Samson e como todos os membros do grupo, tinha um contrato com seus empresários, uma multa caso resolvesse abandonar o barco. O caso é que Bruce sabia que era feito para o Iron Maiden e vice e versa, tinham só um pequeno entrave, a tal multa rescisória era muito alta para Dickinson, aí entra em cena o manager do Iron Maiden, Rod Smallwood. Sabendo do que poderia acontecer caso Bruce entrasse no Iron, ele negocia com os empresários do Samson e literalmente comprou o passe de Bruce com a condição do vocalista um dia, em épocas de vacas gordas, pagar o empresário. Bruce mesmo sabendo do alto valor a ser pago, não pensa duas vezes e aceita a oferta. Bom, o resto da história todos nós sabemos.

The Number of the beast (1982)

The Number Of The Best é o terceiro álbum de estúdio do Iron Maiden, o primeiro com Bruce Dickinson no vocal e o último com Clive Burr (baterista) que foi substituído por Nicko McBrain. Posso dizer que The Number Of The Best foi o trabalho mais importante para a banda e um marco para o heavy metal mundial. A guinada positiva que o Maiden deu com a entrada de Dickinson foi notoriamente sentida, usando a presença de palco e o grande alcance de voz que seu novo frontman possuía e ainda possui, Harris finalmente pode levar a banda onde ele sempre imaginou que seria o seu lugar. Musicalmente falando Bruce mesmo estando a pouco tempo com a banda contribuiu para a criação de três faixas – mesmo não levando os créditos por isso – “Children Of The Damned”, “The Prisoner” e o sucesso “Run To The Hills”. E através do single “Run To The Hills”, primeiro single tocado nas rádios, o Iron Maiden alcança o top 10 de diversas paradas, alçando a banda a lugares inimagináveis até então. Outro mega sucesso ou talvez o maior sucesso da banda é a música que leva o nome do álbum, The Number Of The Beast. Sua introdução tirada do livro de Apocalipse soa como uma oração para os fãs da banda. Claro que a música geraria polêmica com os grupos religiosos conservadores da época, eles acusavam a banda de serem satanistas. Polêmicas à parte, musicalmente falando “The Number Of The Beast” é tudo aquilo que Harris deve ter pensado em fazer um dia com a banda. Outra música que alcançou muito sucesso entre os fãs é “Hallowed Be Thy Name”, nela Dickinson se supera no que faz de melhor , soltar a voz. A maioria das músicas possuem curiosidades interessantes que o rapaz aqui que vos escreve desconhecia totalmente . “Children Of The Damned” foi inspirada nos filmes “A Aldeia dos Amaldiçoados ” (lançado em 1960 e dirigido pelo alemão Wolf Rilla) e sua continuação, “A Estirpe dos Malditos” (1964, dirigido por Anton Leader) e também em “Children Of The Sea”, clássico do Black Sabbath. “22 Acacia Avenue” faz parte de uma trilogia de músicas que começou no primeiro disco da banda com a música “Charlotte The Harlot”, ela conta a saga de uma prostituta de nome Charlotte , o final dessa história se daria somente em “From Here To Eternity”, presente no álbum “Fear Of The Dark” (1992).

The Number Of The Beast fez o Iron Maiden tornar-se uma engrenagem perfeita. O casamento entre Bruce Dickinson  – apesar de seus futuros altos e baixos – foi uma das melhores uniões musicais que conheci. A importância para o rock, para o heavy metal, para a música numa forma em geral é imensa. Mesmo eu, um não fã da banda reconheço isso facilmente. O gosto de fazer essa série de resenhas a qual me prontifiquei, é fazer isso, conhecer bandas, bandas tão grandes e famosas como o Iron Maiden, mas que sempre tive um pé atrás de aprofundar o conhecimento sobre. Após essa resenha o meu respeito pelo Iron só aumentou, musicalmente falando não tenho nem o que argumentar contra, sempre assistia aos shows nos Rock In Rio da vida e acho a entrega dos caras no palco fantástica! Agora consigo entender porquê não é uma banda e sim uma seita.

Galera, vou ficando por aqui. Espero que vocês tenham gostado, particularmente eu gostei bastante. Espero também não ter falado, novamente, tanta bobagem, sei do enorme fã clube que a banda possui. Uma menção honrosa ao Eddie, como falar sobre o Iron Maiden e não falar de seu mascote? A capa do The Number Of The Beast é fenomenal! Eu, como leitor de quadrinhos sempre gostei do Eddie, dos seus traços. A capa desse disco tem a assinatura de Derek Riggs, ela foi originalmente criada para o single “Purgatory” presente no álbum anterior, “Killers, mas por ser emblemática o manager da banda preferiu guardá-la para algo maior. Será que ele estava errado? Agora realmente me despeço, espero vocês na próxima matéria onde falaremos do ano de 1983. Até lá, abraços!

Discos de 1982 que possivelmente falaria:

Plastic Surgery Disasters – Dead Kennedys

Tug Of War – Paul McCartney

Rio – Duran Duran

Asia – Asia

Faixas do Disco

1 –  Invaders

2 – Children Of The Damned

3 – The Prisoner

4 –  22 Acacia Avenue

5 – The Number Of The Beast

6 – Run To The Hills

7 – Gangland

8 – Hallowed Be Thy Name

Ouça o álbum The Number Of The Best na íntegra!

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Toto – IV (1982)

Toto – IV (1982)

Olá pessoal, aqui estou eu, Bruno Machado para mais uma viagem no tempo, para mais um mergulho no mundo da música, mais precisamente no ano de 1982 – aaah como eu amo os anos 80. Hoje vou falar de uma grande banda e de seu maior álbum: Toto IV.

Confesso que passei a escutar mais a banda nos últimos meses, me bateu a vontade de conhecer mais sobre ela, saber quantos discos gravaram, qual a influência da banda pra década de 80 e se tiveram um álbum inigualável, foi aí que ouvi Toto IV. O grupo formado por David Paich (teclados e vocal), Steve Lukather (guitarra e vocal), Bobby Kimbal (vocal), Steve Porcaro (teclado), David Hungato (baixo) e Jeff Porcaro (bateria) fizeram a diferença no rock progressivo, introduziram um ar pop com teclados, sintetizadores e instrumentos de sopro, e fizeram com que seu quarto álbum de estúdio se tornasse uma obra prima.

Até chegar a este disco eu tinha ouvido apenas a faixa Africa do Toto – junto com os meus pais é claro – , e já achava que a canção tinha um contexto legal, videoclipe muito bacana, percussão marcante, além de vários integrantes do grupo soltando a voz. Posteriormente descobri que a faixa era do disco que estou falando hoje, pesquisei sobre ele e descobri faixas inacreditáveis, vocalizes excepcionais e os prêmios que a banda ganhou por este belo trabalho.

Todos que acompanham o blog AHD sabem que eu tenho uma grande paixão pelos anos 80, esse quarto álbum de estúdio do Toto foi lançado em 1982, saca só com quem lançou um álbum fodástico no mesmo ano: Michael Jackson. Sim meus queridos, Thriller (uma das primeiras matérias aqui postadas) foi lançado em 82, e digo mais, há uma semelhança muito estranha entre o videoclipe de Beat It e Rosanna, o que aproxima mais o disco do Toto com o do Rei do Pop.  E já que citei a primeira faixa do disco de hoje, vou falar mais sobre ela.

De cara Rosanna se tornou o hit mais famoso do álbum, a música foi escrita por Steve Porcaro em homenagem a sua namorada, a atriz Rosanna Arquete. Grandiosa, esse é o principal adjetivo que tenho pra essa faixa, uma mistura de leveza com solidez, de pop com rock, a verdadeira fórmula do sucesso. É fácil se encantar com a música pois ela traz guitarra com distorção, instrumentos de sopro, teclado, sintetizador, baixo e vozes em perfeita sintonia, é uma faixa longa mais que você não enjoa de ouvir, pra mim se caracteriza como uma obra prima do Toto.  Pra finalizar minhas considerações a canção faço questão de citar que a banda Weezer regravou Rosanna, e na minha visão a versão ficou legal.

Continuando a falar das faixas temos Make Believe, aquela balada romântica gostosíssima de ouvir, om saxofone já estalando no começo da música, guitarra extremamente marcante – Steve Lukather é fenomenal – , assim como as vozes que se apresentam. Posteriormente temos a faixa I Won’t Hold You Back, que eu juro que quando ouvi pela primeira vez achei que era uma canção do Air Supply – duo australiano formado por Graham Russel e Russel Hitchcock – pois ela começa com um piano bem dramático e posteriormente Lukather começa a cantar suavemente, é de arrepiar o cuidado com o que o Toto gravou as faixas desse álbum, essa em especial. O refrão é forte, com backing vocals certeiros e o instrumental dando aquele show.

Finalizando a primeira metade do álbum temos, Good For You e It’s A Felling, a primeira se caracteriza como mais uma balada gostosa, intensa e com a cara do Toto. A segunda começa com a percussão e o teclado dando as cartas, faixa marcante por ser mais dark , mais pra baixo, ou seja, não é tão contagiante como as primeiras faixas do álbum, mas também tem uma qualidade excepcional.

Agora vamos para segunda metade do disco meus caros, e já temos de cara Afraid Of Love – o comecinho da música lembra um pedaço da faixa Panamá do Van Halen -, agitando novamente e fazendo você crer de vez que o Toto não estava pra brincadeira, e que realmente queria entrar pra história com o seu quarto álbum de estúdio. Aliás, esse álbum pode ser facilmente entendido como um complicado, um disco de Hits da banda, mas não é. Quem já “sofreu” com isso foi o Pearl Jam com o Ten – primeiro álbum da banda de 1991 – que enganou muita gente também, mas era somente a primeira obra prima de Eddie Vedder e sua turma.

Antes de falar mais sobre as faixas do disco, gostaria de citar aqui os prêmios que a banda ganhou com esse excelentíssimo álbum no Grammy Awards: Álbum do Ano, Gravação do Ano – Rosanna, Produtor Do Ano – os próprios integrantes produziram o álbum – e Melhor Engenharia de Som de Álbum Não Clássico. É meus queridos leitores, os integrantes do Toto entraram no estúdio afim mesmo, e conseguiram conceber um dos maiores álbuns da década de 80, pelo menos na minha humilde opinião.

Voltando as faixas, We Made It é um lado B interessantíssimo também, e no refrão da música dá até pra pensar que é a banda Kiss. Pra fechar minha resenha gostaria de falar da faixa Africa, uma das faixas mais emblemáticas do disco, uma das músicas mais conhecidas da banda até hoje, videoclipe muito bacana, percussão marcante e claro, o conjunto das vozes dos integrantes dando vida ao refrão – a faixa também foi regravada pelo Weezer a pedido de seus fãs, também vale a pena conferir.

Bom pessoal, eu vou ficando por aqui, espero que vocês tenham gostado da matéria e que tenham aproveitado a viagem. Obrigado mais uma vez e até a próxima =D

Faixas do Disco

1 –  Rosanna

2 – Make Believe

3 – I Won’t Hold You Back

4 – Good For You

5 –  It’s A Feeling

6 – Afraid Of Love

7 – Lovers In The Night

8 – We Made It

9 – Waiting For Your Love

10 – Africa

Assista o videoclipe da faixa Rosanna

Ouça o álbum Toto – IV completo!

Ouça a versão de Rosanna com o Weezer.

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Barão Vermelho (1982)

Barão Vermelho (1982)

Olá pessoal, tudo bem com vocês? Espero que sim, eu sou Flávio Oliveira e hoje teremos uma resenha sobre uma banda muito especial para o rock brasileiro: Barão Vermelho.

Falar do rock nacional é explorar os diversos contextos que o nosso país vivia principalmente na década de 80, hoje a grande parte da juventude nem imagina o quanto era complexo fazer um som nessa época. Digo isso pois, vários músicos consagrados deste período ressaltam que formar uma banda na década de 80 era um tarefa árdua, mesmo porque, exigia certa grana (coisa que muitos não tinham) e sobretudo, muita vontade de fazer um som para expressar tudo aquilo que sentiam e que necessitavam expelir.

Comecemos pelos fatos que antecedem a formação do grupo Barão Vermelho, vale frisar que a vontade de tocar rock teve inicio com os garotos Guto Goffi (Flávio Augusto Goffi Marquesini) e Maurício Barros (Maurício Barros de Carvalho) – respectivamente com 17 e 19 anos de idade – que após assistirem ao show antológico da banda inglesa Queen em São Paulo em março de 1981, tiveram uma imensa vontade de montar uma banda de rock para serem como seus heróis do rock. Como todos sabem, Guto se arranjaria nas baquetas e Maurício nos teclados. No mesmo ano do show do Queen, só que no mês de outubro, no colégio em que Guto e Maurício estudavam (só que no Rio de Janeiro) surgiu a ideia de criar uma banda com o nome Barão Vermelho. O nome é uma alusão ao codinome que o aviador Manfred Von Richthofen utiliza durante a Primeira Guerra Mundial, aliás, o piloto era muito temido pelos Aliados. Posteriormente foram convocados para fazer parte do grupo, os jovens Dé (André Palmeira Cunha) para tocar baixo e Frejat (Roberto Frejat) para tocar guitarra. A banda utilizava a casa dos pais de Maurício como núcleo base (aah que trocadilho malandro) para ensaiar e ver como rolaria o entrosamento dos músicos – o que é fundamental. Como a banda ainda não tinha vocalista a pessoa que foi escolhida para fazer testes e ver se dava ‘liga’ foi nada menos que, Léo Jaime. Pois é meus caros, aquele rapaz com a voz doce, que cantou e emocionou (ou não!) toda a geração de 80 (atuando como ator nas novelas da rede Globo e também com as músicas: A Vida Não Presta, Gatinha Manhosa e As Sete Gatinhas) foi vocalista (provisoriamente, diga-se de passagem) do Barão Vermelho.

Posteriormente, os criadores do grupo chegaram à conclusão que Leo não tinha a voz que a banda precisava, ou seja, a voz aguda e doce não era o que eles procuravam. Foi então que Léo Jaime, que já tinha três bandas – entre elas o João Penca e Seus Miquinhos Amestrados – não levou o ‘toco’ pro lado pessoal, muito pelo contrário, ele foi muito simpático e entendeu qual era o objetivo da banda. Foi através de Léo inclusive que a banda conheceu o nosso querido Agenor de Miranda Araújo Neto, nome de batismo do mestre Cazuza, este que trouxe toda a energia selvagem de rock que todos da banda procuravam em um cantor, e por isso, de imediato Cazuza foi aceito. Aproveitando a ‘deixa’, acredito que vocês caros leitores daquela emblemática cena do filme Cazuza – O Tempo Não Pára (2004), na qual rola um ensaio e os garotos mandam a clássica Smoke The Water do Deep Purple. Eu assisti esse filme inúmeras vezes, e sempre piro nessa parte. Outra coisa que gostaria de lembrar junto à vocês, é que além de ser um excelente cantor, Cazuza manjava muito de composição, por isso a química foi perfeita.

O pai de Cazuza, o senhor João Araújo (empresário, produtor e também presidente da Som Livre na época) tinha arranjado um trabalho para o filho na gravadora, mas como todos sabem, o nosso querido Cazuza não queria trabalhar nesse ramo, mas sim ser um artista. Seu pai, que não aceitava seu filho em uma banda de rock, recebeu uma enorme pressão e resistiu até onde pôde as exigências. Em seu trabalho, Cazuza inicia uma amizade com o produtor musical Ezequiel Neves que após ouvir uma fita K7 demo da banda em 1981 quis que o Barão Vermelho gravasse um disco pela Som Livre. A resistência de João não durou muito e por isso, ele teve que ceder e contratar a banda.

O primeiro disco do Barão Vermelho foi lançado em setembro de 1982 e foi gravado durante o mês de maio do mesmo ano no estúdio Sigla do Rio de Janeiro. Podemos afirmar que este disco foi um pé na tábua para as bandas do rock brasileiro, mesmo porque o Barão Vermelho foi uma das primeiras bandas nacionais a ter destaque na mídia, fazendo muito sucesso e tendo seu ápice no primeiro Rock In Rio em 1985. Neste primeiro disco da banda estão músicas que se tornaram imortais na memória do público, tais como: Down Em Mim, Bily Negão, Ponto Fraco e Todo Amor Que Houver Nessa Vida.

O que vale muito destacar nesse álbum é marcante vibração da banda. Uma energia visceral com a pura fórmula do rock ‘n roll junto aos delirantes solos de guitarra de Frejat. O disco já começa com uma bela canção, Posando de Star – que eu acho bem interessante pois é um retrato fiel do Cazuza sendo um porra louca. Também destaco a faixa Conto de Fadas, onde encontramos uma letra bem debochada, na qual a menina que foi abandonada é escrachada pela ironia de Cazuza.

Em sua totalidade o disco é muito contagiante, com variações do rock n’ roll ao blues dos Stones, e o que também vale e muito citar é a nítida vontade que esses rapazes tinham de fazer rock e também a contagiante energia que você sente da primeira a última faixa do disco. E na minha concepção, a banda só repetiria esse feito no disco Maior Abandonado (1984), que foi um sucesso de vendas, mas que tem uma sonoridade mais pop, diferente do disco de 1982.

Sem sombra de dúvidas, eu recomendo esse disco, que para mim é um dos mais rock ‘n roll da década de 80, e para terminar gostaria de destacar uma faixa que não entrou no disco na época, mas que veio a tona recentemente no disco comemorativo, a faixa Sorte ou Azar. A música se tornou pop porque foi tema de novela da Globo, mas na época o pessoal não quis arriscar pois achavam que ela traria azar para a banda. Que bobagem, não? Vale a pena conferir, eu super recomendo para vocês caros leitores do blog A História do Disco. Um forte abraço e até a próxima pessoal!

Faixas do Disco

1 –  Posando de Star

2 – Down em Mim

3 – Conto de Fadas

4 – Billy Negão

5 –  Certo Dia na Cidade

6 – Rock’n Geral

7 – Ponto Fraco

8 – Por Aí

9 – Todo o Amor Que Houver Nessa Vida

10 – Bilhetinho Azul

Ouça o primeiro álbum do Barão Vermelho na íntegra!

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Festival Punk – O Começo do Fim do Mundo (1982)

Festival Punk – O Começo do Fim do Mundo (1982)

Salve pessoal, sou a Janaína de Sousa e hoje trago para o blog A História do Disco um pouco da história de uma coletânea gravada nos dias 27 e 28 de novembro de 1982 no Sesc Pompéia em São Paulo. A coletânea foi gravada durante o festival ‘O Começo do Fim do Mundo’ e eu garanto à vocês, o sugestivo nome realmente define o que foi o festival.

Para entendermos como foi possível a gravação do álbum que seria lançado em 1983, é imprescindível que entendamos o que estava acontecendo em São Paulo naquele período e acredito que podemos resumir tudo em duas palavras: PUNK ROCK.  Pois é amiguinhos, em meio ao auge do neoliberalismo econômico e ao ambiente de repressão ditatorial (encosta na parede, que cabelo é esse espetado pra cima?, por quê essa calça colada e rasgada?, você é um perigo social!), uma molecada paulistana gastava o pouco troco que sobrava nos bolsos para comprar álbuns gringos de bandas como: The Stooges, Ramones, Sex Pistols, MC5 e The Clash. Esses álbuns chegavam em lotes na ‘Punk Rock Discos’ (emblemática loja da Galeria do Rock) e esgotavam rapidamente. A loja era um ponto de encontro e foi berço de bandas representativas para uma geração que crescia em meio ao caos de um futuro sem perspectivas. Umas minhas músicas favoritas do álbum diz respeito a isso, a faixa “Haverá Futuro” da banda Olho Seco é um hino de desencanto e deixa bem claro essas preocupações.

Apesar de parecer uma cena coesa – esteticamente falando –  o movimento punk brasileiro de 82 não era nada organizado. Estamos falando basicamente de jovens que tocavam instrumentos e que se encontravam em locais improvisados pra fazer um som, muitos dos registros que temos desse período foram fruto de persistência e criatividade de seus autores. Mas isso felizmente começou a mudar quando o escritor Antônio Bivar e o músico Callegari se juntaram e procuraram a diretoria do Sesc Pompéia. A ideia era celebrar no local recém inaugurado a cena punk paulistana, essa que foi consagrada com uma das mais férteis e criativas do mundo.

O registro de áudio dos dois dias de evento ficou por conta de Fábio Sampaio, dono da Punk Rock Discos e vocalista da banda Olho Seco. Remasterizado em 2013, ‘O Começo do Fim do Mundo’ conta com uma faixa extra das banda Ulster, em 1983 a banda preferiu que sua gravação não entrasse no disco por conta da má qualidade da mesma. Fabião (como era carinhosamente chamado) costumava gravar tudo o que ouvia em fita cassete, reprocessando os álbuns em estúdio em dois canais.

Em meio a muita tensão externa, opressão policial e ampla cobertura da mídia alternativa mundial – além é claro, dos olhares da vizinhança – o saldo dos dois dias de festival foi extremamente positivo para a música brasileira. O evento conseguiu juntar os punks da capital paulista e também do ABC, ou melhor ” as dezenas de gangues rivais” como os próprios punks costumam se referir a multidão reversa que , a seu modo, lutou e ainda luta contra sistemas econômicos , sociais e políticos injustos.

Não fosse o cenário punk brasileiro, muitas bandas do rock nacional sequer teriam surgido, portanto, não há problema algum em dizermos que a filosofia do “faça você mesmo” foi e continuará sendo muito bem representada por esse álbum agressivo, sujo e um tanto quanto cruel em sua contemporaneidade!

Divirtam-se e nunca se esqueçam: PUNKS NOT DEAD o/  Abraços 😉

Faixas do Disco

1 – Faces da Morte (Dose Brutal)

2 – 19 de Abril (M-19)

3 – Carecas (Neuróticos)

4 –  Salvem El Salvador (Inocentes)

5 – Papo Furado (Psykóze)

6 – Ratos de Esgoto (Fogo Cruzado)

7 – Liberdade (Juízo Final)

8 – Não Quero (Desertores)

9 – C.D.M.P (Cidade dos Meus Pesadelos) – (Cólera)

10 – Herói (Negligentes)

11 – Holocausto (Extermínio)

12 – Era Suburbanos (Suburbanos)

13 – Direito de Protestar (Passeatas)

14 – Punk! (Lixomania)

15 – Haverá Futuro? (Olho Seco)16 – Decadência Social (Decadência Social)

17 – Marginal (Estado de Coma)

18 – Novo Vietnã (Ratos de Porão)

19 – Desequilíbrio (Hino Mortal)

20 – Heresia (Ulster) – Bônus Track

Ouça o disco O Começo do Fim do Mundo completo.

Confira matéria do programa O Som do Vinil sobre o Festival Punk!

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Lobão – Cena de Cinema (1982)

Lobão – Cena de Cinema (1982)

Olá pessoal, como vão vocês? Espero que bem e em meio a essa onda de conhecimentos novos musicais, eu Flávio Oliveira quero compartilhar com vocês o disco que é considerado “cult” pelo próprio artista e que para muitos é bem polêmico. Estamos falando de um grande disco, Cena de Cinema, de 1982, um belo disco de estreia de Lobão, que nesse período havia rompido com a Blitz (Claro, deixando todo mundo puto!!!) e partindo para fazer carreira solo.

Mas antes de entrarmos no mérito de comentarmos o disco, quero fazer um breve parêntese o sobre o artista Lobão.

João Luiz Woerdenbag Filho nascido no Rio de Janeiro em 11 de outubro de 1957 é um músico e compositor brasileiro (muito polêmico atualmente, mas não levaremos isso em consideração).

João Luiz (vou preferir chamá-lo de Lobão mais adiante) teve sua infância marcada por momentos de revelação musical e de muita opressão pelos pais, a partir daí entenderemos o porquê o nosso amigo Lobão irá ter uma posição bastante rebelde em sua vida.

Único filho do casal foi diagnosticado ainda criança com uma doença rara e que exigia muito cuidado, Lobão teve nefrose (uma inflamação nos rins) e por isso, a maior parte do seu tempo não teve uma infância normal como a de todos os moleques, fora poupado de atividades comuns que um menino poderia fazer. Por isso fora um garoto muito bem cuidado pela sua mãe, Dona Ruth, que por sua dedicação de mãe e toda a sua responsabilidade, Lobão aos 10 anos foi curado (um caso raro, pois o menino fora um dos primeiros casos de cura dessa doença), mas enfim, partindo desse leque de informações, podemos entender de onde surgiu esse interesse de Lobão pela música.

Suas férias no sítio da família em Rio da Pedra no Rio de Janeiro fizeram muito bem para ele, tendo tios com gostos refinados, ele aprendeu a ter um gosto excêntrico por música desde cedo e foi nessas festas familiares que o menino lobo descobre seu primeiro instrumento, que foi a bateria. O menino ganhará de sua avó a sua primeira bateria e partir desse momento, começa a tirar sons e ter uma capacidade musical incrível. Um detalhe bastante curioso, João Luiz, teve o apelido adotado por seus amigos pelo fato dele estar sempre com um macacão surrado e sempre com uma touca na cabeça, ganhando o apelido carinhosamente dado pelos amigos de Lobão e por isso ficou.

Foi na escola com cerca de 13 anos que começou a ter contato com amigos que partilhavam da mesma paixão e interesse pelo rock n’ roll, e existe uma passagem sua muito cômica, onde dois garotos mais velhos descobrem quem é o rapaz que faz um “barulho” na batera do apartamento próximo onde eles moravam e por isso resolvem marcar um som. No dia do tal som, a mãe do jovem Lobão não estava em casa, e o encontro rolou com várias músicas de rock n’ roll e a notícia se espalhou por todo colégio e fora marcado outro dia para um novo encontro. No outro dia o menino teve a infelicidade de ficar sabendo que sua mãe estava em casa e os jovens (que na mentalidade de sua mãe, eram delinquentes e marginais por gostarem de rock) foram descobertos e expulsos por Dona Ruth, deixando o menino muito frustrado e com muita vergonha.

A partir desse contexto que percebemos a tamanha repressão que Lobão sofria mediante aos pais, conservadores e com mentalidade muito atrasada para aquele tempo. Mas partindo um pouco mais afrente em sua história, o menino com seus 17 anos conhece o nosso saudoso Lulu Santos, que na época tinha a tal famosa banda carioca, Vímana, que Lobão tinha assistido com um amigo naquele tempo, e em meio a essa história um amigo dele que era bem próximo de Lulu descobre que a banda está sem baterista e resolve colocar ele para fazer um teste, lembrando que, a banda Vímana só tinha craques,  contando com: Ritchie (sim, aquele carinha que cantava Menina Veneno) e Lulu Santos.

Feito o teste, o garoto com seus 17 anos passa, mas fica inseguro por seus pais não o deixarem tocar em bandas de rock, segundo eles: músicos não tem futuro e sempre viveram em decadência usando drogas. Fica aí um pensamento conservador e muito moralista, mas em suma, o menino conseguira fazer parte da banda. Foi acompanhado por um responsável em todos os shows (que era nada menos que Nelson Motta) e a banda se apresentava em espetáculos da atriz Marília Pêra. Depois de um tempo o grupo começa a ter divergências, mais precisamente quando o músico Patrick Moraz (tecladista do YES) entra na banda e vem com novas modalidades para a banda, essas divergências ocasionariam a saída de Lulu e a banda ficaria na mesmice de querer fazer um som diferente, isso porque naquela época o rock progressivo perdera a força sucintamente. No final das contas Lobão acabou ficando com a mulher de Patrick e a banda terminara.

Em meio a essa turbulenta história, Lobão conhece o jovem Evandro Mesquita e os mesmos resolvem montar uma banda, aliás, toda a banda fora ideia de Lobão. A banda recebeu o nome de Blitz, só que existe um detalhe, em meio a essa ruptura de Vímana e a criação da Blitz, Lobão estava produzindo seu o disco, Cena de Cinema, que fora pago por seu amigo Ignácio e teve colaboração de todos os seus parceiros (como a cantora Marina, que contribuiu em composições e também com Lulu Santos, que ajudou com arranjos e solos em várias músicas). E é nesse momento na história de Lobão que a banda Blitz decola e começa o sucesso. Lobão começa a ser pressionado pelos integrantes da banda para deixar de lado o seu projeto solo e partir na banda (onde ele apenas tocava bateria), só que o rapaz não queria abandonar o esforço de todos seus amigos em ajuda-lo e resolveu dar uma “trapaceada” com na Blitz.

É nesse momento onde muitas pessoas acham que foi “cachorrada” do Lobão, mas eu, Flávio Oliveira, acredito que foi uma atitude espontânea e um meio de se autopromover. Lobão disse à banda que iria continuar na Blitz e que iria esquecer seu projeto solo e é nesse instante que a banda recebe um convite para ser capa de uma revista, cedendo entrevistas e contando as novidades da banda (que começara a alavancar sucessos nos anos 80). Pois bem, Lobão deu entrevistas (falando bem de si mesmo) e tirou fotos.

A revista saiu, Lobão a pegou e foi para uma gravadora (RCA VITOR), e conseguiu um contrato para poder lançar o seu disco, Cena de Cinema. Cachorrada? Pilantragem? Não podemos julgar o mesmo, o que podemos salientar é que o rapaz fora pressionado a esquecer de seu disco, que fora presenteado por um amigo e feita toda uma produção independente. Lobão considera essa atitude “Show Business” e tacou o “foda-se”. Conseguido o contrato começou então a odisseia de “Cena de Cinema”.

O disco em si tem várias composições muito bem feitas como a própria canção-titulo do disco, Cena de Cinema, essa que tem uma letra bem interessante de amor e sua suavidade na guitarra (nesse ponto Lobão começa a tocar guitarra). Temos também a faixa, Amor de Retrovisor, que posteriormente tornara-se um clássico dele, tocada em vários shows e também a música Love pras Dez. Um disco muito bom de ser ouvido e com canções marcantes, bateria com toques interessantes e mistura de vários elementos que ele transpôs em todo o disco.

Existe mais uma história polêmica desse disco que vale a pena comentar (brevemente, claro rs), que é a questão da briga entre Lobão e Herbert Vianna. Lobão guarda um certo ódio ainda, ressentido até os dias de hoje em relação ao frontman da banda Os Paralamas do Sucesso, o caso foi o seguinte: Lobão conhece Barone que dizia ser muito seu fã, por ter ouvido Cena de Cinema e explanando ressaltou que até nos ensaios da banda eles tocavam canções do disco do rapaz. Fora nesse momento em que Lobão conheceu Herbert em um hotel onde bandas da gravadora estavam reunidas e os dois começaram a mostrar canções um para o outro.

Passado isso, é lançado o primeiro disco dos Paralamas do Sucesso e é aí que vem a bomba do assunto. Um amigo de Lobão comprou o disco e percebeu certo tom de plágio da banda, onde se evidenciavam vários elementos e ideias de Lobão que em ocasiões passadas tinha sido mostrada para Herbert. Pois é caros leitores do blog A História do Disco, eu Flávio Oliveira fiz os testes e realmente tive a impressão de que as canções soam como o disco Cena de Cinema, os elementos da guitarra são bem parecidos e até uma música que é canção-título do disco ressalta o plágio, o disco dos Paralamas se chama “Cinema Mudo”, fica aí a questão em aberto e vocês pode tirar dúvidas, sendo que o disco de Lobão não teve tantas repercussões como o do Paralamas.  Mediante a essa história ardente de ódio, Lobão ficara puto e revoltado com a vida.

O disco em si fora pouco divulgado, acarretando em brigas de Lobão com a gravadora, inclusive havendo a quebra de várias partes da sede da mesma. Com isso, Cena de Cinema caiu no esquecimento e ficou por isso mesmo, como o próprio Lobão diz: Ficou na geladeira e se tornou um disco Cult.

Posteriormente Lobão se juntaria com amigos de colégio e assim formariam a banda Lobão e os Ronaldos, concebendo canções que fizeram sucesso e ainda hoje chamam a atenção dos ouvintes, como: Me Chama, Corações Psicodélicos e Décadénce Avec Élégance, mas isso é outra história. Por isso, ficam aqui minha dica e contribuição à vocês leitores do Blog, Cena de Cinema um disco Cult, polêmico e com muita pegada rock n’ roll dos anos 80, este que estava entrando no seu apogeu. Espero que gostem do disco de hoje! Abraço pessoal, até mais!

Faixas do Disco

LADO A

1 –  Cena de Cinema

2 – Amor de Retrovisor

3 – Love pras Dez

4 – O Homem Baile

5 – O Doce da Vida

LADO B

1 –  Stopim

2 – Squizotérica

3 – Sem Chance

4 –  Scaramuça

5 – Robô,Robôa

Obs.: Infelizmente não encontramos um link com o álbum Cena de Cinema inteiro com uma boa qualidade de áudio, mas abaixo segue algumas faixas separadas do disco com boa qualidade.

Ouça um dos destaques do Lado A de Cena de Cinema, a faixa Love pras Dez.

Assista ao videoclipe da faixa que dá nome ao 1° disco de Lobão, Cena de Cinema.

Compare a música Cinema Mudo dos Paralamas do Sucesso com o disco Cena de Cinema de Lobão.

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Queen – News of the World (1977)

Queen – News of the World (1977)

Olá galera que curte o blog A História do Disco, prazer enorme escrever pra vocês, depois de começarmos o ano com um ícone da MPB resolvemos falar sobre uma das bandas que transformaram o rock no mundo, principalmente na estética dos shows, estou falando de nada mais nada menos que a banda Queen.

Falar que o Queen é uma das maiores bandas que o mundo do rock já teve chega a ser pleonasmo, mas o que mais impressiona é a influência que esta banda britânica tem até hoje com vários clássicos relembrados em grandes eventos. Em meio a finais de jogos de vários esportes Will We Rock You sempre é cantada, assim como We are the Champions é praticamente um tema de vitória dedicada ao campeão de um torneio.

News of the World é o sexto disco de estúdio desta espetacular banda britânica, o disco tem um conceito muito amplo, não fica somente no melódico e nem no puro rock, tem pegadas com suingue que até lembram a Bossa Nova e acima de tudo tem a qualidade dos músicos que faziam parte do Queen.

Quis muito falar de um disco específico do Queen pois foi uma das primeiras bandas que meu pai me apresentou, quando eu era criança saia de carro com meu pai e ouvia muito as músicas do Queen com ele, mal sabia eu a importância dessa banda pro cenário da música mundial. Cenário que não seria o mesmo sem o Queen, principalmente quando falamos de apresentações ao vivo, essa era a carta na manga da banda, por isso mesmo é mais fácil ouvir comentários sobre os shows do Queen do que sobre seus discos de estúdio.

O Queen apenas ganhou expressão depois do seu terceiro disco de estúdio, o esplêndido A Night of the Opera de 1975, Love of my Life é a música que marca o disco, reza a lenda que o frontmanFreddie Mercury escreveu para si a música, não há dúvidas que ele realmente era incrível.

News of the World é um disco um tanto quanto clássico, você aí do outro lado pensaria que é um clássico por conta das músicas consideradas “Lado A”. Meu caro leitor é aí que você se engana. O quarteto formado por Freddie Mercury, Brian May, Roger Taylor e John Deacon provou que o Queen queria demonstrar toda sua qualidade neste disco. O lado b desse álbum é magnífico, é mistura de rock clássico, melódico e até faixa com alusão a Bossa Nova. Não falta piano, não falta baixo, não falta pegada de rock com a guitarra inconfundível de Bryan May, sobra estilo nas batidas de Roger Tylor e no vocal fodástico do Sr. Freddie Mercury. O psicodelismo chega a pairar nesse disco também.

É muito interessante esclarecer que shows com iluminação e dentro de estádios foram uma inovação que a banda britânica trouxe à tona, fora que as performances de Freddie Mercury eram um show à parte, isso porque fora dos palcos ele era tímido, mas a frente do público ele cantava, encantava e dava cara ao Queen.

Este disco foi importante para a carreira do Queen pois demonstrou a vasta quantidade de influências que a banda tinha, assim como citado no começo da matéria, tem um pouco de tudo no disco e duas faixas que se tornaram clássicos da música mundial.

We are the champions é uma delas, há rumores de que Freddie compôs esta canção com intuito de que ela fosse um hino voltado aos homossexuais, apesar que é muito válido lembrar que o vocalista era uma pessoa reservada fora dos palcos, não expunha sua vida pessoal dentro do Queen. Verdade ou não o fato é que a música se tornou um clássico, contemplada em finais de campeonatos de futebol pelos campeões.

We will rock you é a primeira faixa do disco, Roger Taylor e Bryan May fazem com que a música se torne espetacular, algo que parece tão simples do nada se torna uma canção gigante e que virou até tema de filme. Coração de Cavaleiro que tem como protagonista o ator Heath Ledger, se passa em uma época medieval onde acontece confrontos em arenas,  de fundo nada mais nada menos que We will rock you que engrandece o herói do filme.

Durante sua carreira a banda britânica não se cansou de lançar hits, Under Pressure, I Want Break Free, Radio Gaga, I Want It Wall, entre outros e isso com certeza fez com a banda nunca mais saísse de moda, fez a cabeça de várias gerações, inclusive da minha.

Voltando ao lado B desse maravilhoso disco, temos a faixa It’s Late, são quase sete minutos de pegada melódica, balada e incontestáveis atuações de Freddie Mercury e Brian May, esse último que em determinada fase da banda chegou a ficar internado, sua vontade era tanta de tocar que ele chegou a cogitar sair do hospital  e se juntar aos companheiros de banda, o mesmo achava que seria substituído, ainda bem que ele estava completamente enganado.

Spread your Wings é a faixa que contém mais instrumentos, conta com o piano de Mercury, violão e guitarra de May, linha incontestável de baixo de Deacon e conta com Taylor na bateria  dando a tônica a uma das faixas mais bonitas do disco.

Freddy Mercury faleceu no dia 24 de novembro de 1991 (intrigante saber que o líder de uma das bandas que eu mais gosto havia morrido enquanto eu tinha apenas 6 meses de vida), ele foi a primeira grande figura do rock a ser vítima da AIDS. A morte de Mercury se deu por broncopneumonia, causada por conta do cantor ter contraído o vírus.

Por hora o Queen havia acabado, tinha perdido seu frontman, Brian May sentiu e muito a morte do amigo. Depois de treze anos May e Taylor anunciaram uma turnê com Paul Rogers (esse que era vocalista do Bad Company) chamada Queen + Paul Rogers, claro que os fãs do Queen torceram e muito o nariz pra atitude, Freddie é o eterno vocalista da banda e não há como substituir ele.

Em 2014 foi anunciada uma nova turnê, agora com o cantor Adam Lambert, May admitiu que a escolha de Paul Rogers não tinha sido interessante apenas porque o vocalista não combinava com a sonoridade do Queen.

Em suma o Queen foi uma banda extraordinária, marcou época e foi muito importante pro rock mundial, espero que vocês tenham curtido a matéria e que continuem acessando o nosso blog. Valew galera, até a próxima.

Faixas do Disco

1 – We Will Rock You
2 – We Are The Champions
3 – Sheer Heart Attack
4 – All Dead, All Dead
5 – Spread Your Wings
6 – Fight From The Inside
7 – Get Down, Make Love
8 – Sleeping on the Sidewalk
9 – Who Needs You
10 – It’s Late
11 – My Melancholy Blues

Obs: Infelizmente não encontramos um link com boa qualidade de áudio no youtube com o álbum News of The World completo, pois isso vamos liberar algumas faixas separadas.

Assista ao comercial da marca Pepsi que tem como tema a faixa We Will Rock You.

Ouça a faixa It’s Late, música considerada lado B do disco News of The World.

Veja uma versão especial de We Will Rock You emendada com We Are The Champions! 

Ouça a faixa Spread Your Wings, também considera lado B do disco News of The World.

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Michael Jackson – Thriller (1982)

Michael Jackson – Thriller (1982)


Olá galera do Blog A História do Disco, eu estava com saudades de vocês, hoje o disco que está em destaque é Thriller, é isso mesmo, o pop também invadiu o nosso blog, assim como Michael Jackson invadiu o cenário da música mundialmente com seus espetaculares vídeo clipes, prepare-se para viajar direto para 1982.

Entre as décadas de 1970 e 1980, Pink Floyd e AC/DC lançaram The Dark Side of The Moon e Back in Black respectivamente, mas o Rei do Pop Michael Jackson com o seu sexto disco de estúdio, Thriller, deixou essas duas épicas bandas para trás em relação à venda de discos, e se consolidou de vez no cenário da música.

Para provar a importância deste disco no mundo da música, ele contou com duas participações mais que especiais: a de Eddie Van Halen em Beat It, e a de Paul McCartney em The Girl is Mine. Paul já tinha gravado anteriormente com Michael os singles The Man e Say Say Say, este último, rendeu um videoclipe muito bem interpretado por ambos.

Beat it foi o primeiro rock’n’roll gravado por Michael Jackson. O cantor compôs a música a pedido de Quincy Jones, produtor do disco, que queria ver seu pupilo se aventurar por um estilo inédito. Para atender ao mestre, Michael disse ter composto uma canção que ele compraria, caso fosse fã de rock.

Um fato importante na carreira de Michael Jackson foi o Jackson Five, grupo formado por ele e seus irmãos, logo cedo ele teve que encarar o fardo de ser o líder do grupo, era o mais novo de todos, mas era a estrela do conjunto. Seu pai era quem comandava a carreira dos filhos, e nesta época Michael sofreu muito com a rigidez do mesmo, o astro praticamente não teve infância, e na década de 1970 , ABC, era sucesso nas rádios americanas.

Thriller se tornou um disco conceitual não só pela qualidade musical Michael, mas sim pelas produções em torno dos videoclipes também, o Rei do Pop reinventou a maneira de se produzir um clip.

As músicas Billie Jean, Beat It e Thriller tinham extrema qualidade sonora, e ganharam mais ainda o público com seus clipes.  A primeira exibia os famosos “Paparazzi” que viviam no pé das celebridades. Já a segunda tinha como tema as gangues que existiam na década de 1980 nos bairros americanos, 80 componentes destas gangues participaram do clipe. E por último a faixa que dá nome ao disco, Thriller, megaprodução que até hoje é lembrada como uma das maiores já feitas em videoclipes e que tem coreografia imitada no filme, De Repente 30. Isso mesmo, coreografia, Michael Jackson, não tinha qualidade apenas como cantor, era um dançarino e tanto, suas performances  eram excepcionais e faziam com que tudo se unisse em uma forma só nas suas músicas: voz, instrumentos, coreografias e videoclipe.

Eu, Bruno Machado, cansei de ver na MTV (Music Television Brasileira, como diria o saudoso apresentador Cazé), especiais sobre a produção do videoclipe da músicaThriller, assim como nos especiais de fim de ano da emissora, que chegavam a passar clipes o dia todo, Billie Jean, Beat It e Thriller sempre estavam entre os tops do especial de fim de ano da emissora.

moonwalk,  famoso passo de dança eternizado por Michael Jackson, aparece pela primeira vez no clipe de Billie Jean. O vídeo foi dirigido por Steve Barron, que também trabalhou nos clipes deTake on me, do A-Ha, e em Money for Nothing, do Dire Straits.
E o mais interessante de tudo isso é que  nesta época videoclipes eram feitos pra somente um single de disco, mas o rei do pop engatou três clipes maravilhosos, as músicas bombaram, e o disco inteiro também.

Das nove faixas do disco, sete foram lançadas como singles e todas alcançaram o top 10 das paradas da Billboard americana. Depois de Michael Jackson, apenas dois outros artistas conseguiram emplacar sete músicas de trabalho de um mesmo álbum entre as dez mais dos Estados Unidos: Bruce Springsteen, com Born in the USA, em 1985, e a irmã do Rei do Pop Janet Jackson, com Rhythm Nation 1814 (1989).
Entretanto, nem tudo foi especial na vida de Michael, um dos fatos mais chocantes de sua carreira ocorreu em 1984, foi a gravação de um comercial para a marca de refrigerante Pepsi.  Em meia a gravação houve um erro de cálculo na hora de soltar os fogos para o take da cena, faíscas caíram na cabeça do astro, o cabelo de Michael pegou fogo. Ele sofreu queimaduras de segundo e terceiro grau, na cabeça e também no rosto.
O rei do pop passou por várias cirurgias, e tomava muito remédios que o acabavam dopando por conta das dores que sentia. Publicamente a mudança de cor de Michael também rendeu muito à mídia, que já considerava muito estranho o fato de que por conta de uma doença rara o artista tenha deixado sua verdadeira cor e cabelo pra trás, sendo agora branco e de cabelo liso.

Com o passar dos anos vieram polêmicas ligadas ao local onde Michael morava, que era um parque de diversão e a relação muito afetuosa que tinha com crianças neste parque. O Rei do Pop foi a julgamento sob acusação de pedofilia. Nesta época Michael saía na mídia mais por conta do que fazia fora do que em cima dos palcos, com a saúde debilitada, ele não fazia mais shows.

Um fator interessante e muito preponderante na nossa matéria de hoje é a morte do astro, muito mal explicada até hoje, não quero influenciar ninguém a achar nada, mas na minha humilde opinião o astro não está morto, abaixo vou explicar porque eu acho isso.

Ao contrário do que a imprensa e seu pai sabiam, foi assinado um contrato de cinquenta shows com a turnê This is It, e não de cinco como o próprio Michael também achava, ou seja, o astro com certeza não conseguiria cumprir com o acordo.  Nesta época todo o patrimônio que Michael Jackson tinha não tinha valor suficiente para sanar as dívidas do astro, enrolado com processos criminais e com os tratamentos e remédios que usava.

Até aí, tudo bem, mas a partir da morte do artista, tudo mudou, discos do Jackson Five começaram a vender novamente, assim como os mais antigos discos de Michael Jackson, ou seja, pelo fato dele ter morrido ele virava assunto da mídia e estava rendendo à gravadora muitos frutos. Mas se engana quem pensa que só a gravadora delirou com a morte do Rei do Pop, seu pai era quem administrava a bufunfa e com certeza adorou a suposta morte do filho.
Outra coisa muito interessante é o fato de o velório do astro ter acontecido em um ginásio em que foi cobrada uma fortuna para ver o caixão e a celebração do velório com homenagens de vários artistas ao cantor. O mais estranho é o fato de o caixão estar lacrado, ou seja, ninguém realmente sabia se havia corpo ali dentro e se Michael Jackson estava morto.  A certeza é de que lucro com certeza teve com a misteriosa morte do Rei do Pop. 

Eu acho Michael Jackson um artista completo e espetacular, pois o cara conseguiu ter recorde de venda de discos vivo e morto e em épocas totalmente diferentes, deixou seu legado, sua marca na história da música mundial.

Faixas do Disco

1 – Wanna Be Startin’ Somethin’

2 – Baby Be Mine

3 – The Girl Is Mine

4 – Thriller

5 – Beat It

6 – Billie Jean

7 – Human Nature

8 – P.Y.T. (Pretty Young Thing)

9 – The Lady In My Life


Confira o clipe de Bille Jean, um dos maiores sucessos da carreira de Michael Jackson.

Assista o clipe de Beat It, clipe que contou com a participação de integrantes de gangues dos bairros americanos, faixa gravada por Eddie Van Halen na guitarra.

Assista o clipe completo da música que dá nome ao disco, Thriller.

Ouça o álbum Thriller completo!