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Pato Fu – Isopor (1999)

Pato fu – Isopor (1999)

Salve salve meus queridos leitores do site A História do Disco, quem vos lhe escreve é Bruno Machado, demorei mas voltei para trazer mais uma banda nacional que deixou sua marca nos anos 90 e 2000. Hoje vou destacar o quinto álbum de estúdio da banda mineira, Isopor, de 1999.

Confesso que há muito tempo tenho vontade de escrever uma matéria sobre o Pato Fu, que pra mim foi uma das mais gratas surpresas da músicas brasileira do fim dos anos 90 e começo dos anos 2000. Sempre me chamou atenção as várias canções do grupo que eram cheias de sentimento, bons arranjos musicais e questões adolescentes e também sociais. Além disso, o timbre e a afinação de Fernanda Takai são excepcionais, uma voz doce e ímpar que surpreende os amantes de música até hoje.

Confesso que não sou um expert quando o assunto é a discografia do Pato Fu, mas sempre acompanhei os hits do grupo e por isso tive o cuidado de dar uma estudada e sentir qual foi o disco mais engajado da banda, pelo menos na minha humilde opinião. O álbum Isopor traz uma boa fórmula: vários hits, arranjos bem diferentes e um Lado B feroz.

Primeiramente destaco Made In Japan, a banda teve a audácia de gravar uma música em japonês, e digo mais, a canção é muito boa e tocou nas rádios brasileiras sem nenhum problemas. A faixa ainda ganhou videoclipe, e o mesmo também teve destaque na MTV brasileira. Posteriormente temos a canção que dá nome ao disco, Isopor, faixa altamente subversiva e que contrasta com a delicada voz de Fernanda Takai, o baixo com distorção e com uma linha hipnotizante fazem com que você fique bem vidrado do começo ao fim da música.

Voltando ao lado A temos, Depois, um pop que conta com um riff marcante e um refrão chiclete. O tipo de música que fica durante semanas e semanas nas paradas radiofônicas e o dia todo na nossa cabeça. Mais uma vez o baixo conta com uma distorção e uma linha que dá o swing preciso pra canção. A quarta faixa é Um Ponto Oito, confesso que antes de ouvir esse álbum eu nunca tinha ouvido essa música, se caracteriza como rock e não trás nenhuma formula pronta em relação a uma canção comercial, não trás repetição de estrofes, mas sim boas reflexões a cada frase.

Na canção Imperfeito o Pato Fu nos leva até os anos 60, a pegada é muito Jovem Guarda, desde a roupagem da música até a letra. Você consegue ouvir o refrão e imaginar Fernanda Takai como uma integrante do movimento citado acima, o teclado também é muito marcante assim como os vocalizes. Já em Morto, o guitarrista John Ulhoa solta a voz nesta canção que traz uma crítica social bem sagaz e faz com que você ouvinte pare pra pensar em certas coisas.

Antes de continuar falando das faixas desse disco eu gostaria de citar como surgiu o nome da banda. Um dos integrantes viu um gibi do Garfield em que o mesmo diz: Eu sei Gato-Fu! A partir daí os integrantes do grupo só trocaram o animal, no caso Pato e deram o nome à banda.

Voltando as canções desse grande álbum temos, O Filho Predileto de Rajneesh, que é um breve recado para os machões de plantão que temos em nossa sociedade. A música em 1999 já fazia muito sentido, hoje faz mais ainda. O arranjo é um prazer a parte, pra quem gosta de um rock com toques de pop é um prato cheio. Posteriormente temos a principal faixa do disco, Perdendo Os Dentes, canção que conta com uma letra excepcional que faz com que você entenda tudo o que passou na adolescência, toda vez que eu ouço ela aliás, um filme passa na minha cabeça. Acredito que hoje o que mais sentimos falta na música, num contexto geral, são canções que nos façam refletir ou lembrar de determinados períodos de nossa vida. A roupagem da música também faz a diferença, um pop leve e envolvente. Um sucesso radiofônico que com certeza ficará pra sempre na memória dos jovens do ano de 1999.

Ainda temos neste álbum a canção Olimpíada 2000, alguns não vão se lembrar mas em 2000 tivemos as olimpíadas foram disputadas em Sidney e o Pato Fu fez essa música para embalar a equipe brasileira na competição.

Bom meus queridos em suma é isso, quis trazer pra vocês um pouco do que foi o Pato Fu com seu grande disco Isopor de 1999. Vale muito a pena ouvir os outros álbuns da banda que trazem vários sucessos e também belíssimas regravações de clássicos da Legião Urbana e também dos Mutantes. O último projeto do grupo foi Música de Brinquedo, também vale muito a pena conferir a genial ideia do grupo mineiro.

Eu vou ficando por aqui pessoal, espero que vocês tenham gostado da matéria, até a próxima 😉

Faixas do Disco

1 –  Made In Japan

2 – Isopor

3 – Depois

4 – Um Ponto Oito

5 – Imperfeito

6 – Morto

7 – O Filho Predileto Rajneesh

8 – Perdendo Os Dentes

9 – Saudade

10 – O Prato Do Dia

11 – Quase

12 – Olimpíada 2000 – Faixa Bônus

Curta o videoclipe da faixa Depois.

Ouça o álbum Isopor na íntegra!

Confira a faixa bônus Olimpíada 2000.

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Foo Fighters – There is Nothing Left To Lose (1999)

Foo Fighters – There is Nothing Left To Lose (1999)

Fala galera do blog A História do Disco, eu sou o Alexandre Bottura, mais uma vez gostaria de agradecer aos amigos Bruno Machado e Flávio Oliveira pela oportunidade de pode escrever e publicar a história dessa banda que é uma das minhas favoritas, falando desse disco que foi tão importante na minha formação musical e pessoal, sim o rock também é atitude.

Sim caros leitores e seguidores do blog A História do Disco, estou falando do There is Nothing Left To Lose da banda Foo Figthers. Este foi o terceiro álbum de estúdio da banda e foi gravado entre os meses de março e junho de 1999, o lançamento ocorreu no dia 2 de novembro do mesmo ano pelo selo RCA, gravadora que pertencia a Sony Music Entertainment.

Este álbum possui algumas curiosidades, e uma delas é o  fato de ser o primeiro disco a contar com Taylor Hawkins na bateria, ele assumiu o posto após a “demissão” de William Goldsmith, e Taylor começou participando da turnê do álbum The Colour and Shape – aliás, a bateria desse disco foi gravado por David Grohl em 1997. Outra curiosidade é o fato do álbum There is Nothing Left To Lose ter feito a banda ganhar seu primeiro Grammy: melhor álbum de rock. O segundo prêmio veio com a música Learn To Fly como melhor videoclipe.

A sonoridade do disco ainda soa moderno como era no início dos anos 2000, seja por conta do timbre das guitarras, do baixo ou mesmo da bateria. Com o passar dos anos os discos do Foo Fighters foram ficando cada vez mais vintage, ou mesmo mais clássico se você caro leitor preferir. Confesso que eu tinha preferência pelo som mais moderno e não só nos álbuns do Foo Fighters mas também nos grandes álbuns de rock mais contemporâneos. Com o passar dos anos eu percebi que o som clássico tem tudo haver com o rock – nada como amadurecer, não é?

A formação da banda na gravação do disco There is Nothing Left To Lose contou com Dave Grohl (vocal e guitarra), Nate Mendel (baixo) e Taylor Hawkins (bateria), isso porque um pouco antes da gravação deste álbum Dave mandou embora o guitarrista Franz Stahl, que alias, tinha acabado de entrar no lugar de Pat Smear – este que é conhecido por também ter tocado com o Nirvana.

Pessoalmente o álbum foi muito importante para mim, pois com apenas 13 anos de idade e já fidelizado com o rock eu ouvi este álbum e tive a certeza de que não era apenas mais uma banda e nem apenas mais um estilo dentro do rock. Senti que era algo que eu levaria pro resto da vida, e um dos primeiros desejos que tive após ouvir esse disco era ter uma banda só pra tocar a música Learn To Fly, uma das minhas favoritas até hoje. Aliás, o videoclipe dessa música é o meu favorito.

Outra curiosidade sobre o Foo Fighters é a participação da banda no Rock In Rio III que rolou em 2001, foi a primeira apresentação da banda no Brasil, e a novidade foi o quarto elemento, Chris Shiflett (tocando guitarra), ele faz parte da banda até hoje. Ainda fazendo show com a turnê do terceiro álbum de estúdio a banda se apresentou no Rio e teve o maior público de sua carreira. Aproximadamente 250 mil pessoas prestigiaram a banda, sanando qualquer dúvida do grupo em relação ao conhecimento de suas canções por parte do público brasileiro. Mesmo sendo de madrugada, eu de férias na praia assisti ao show e que show foi esse hein meus caros leitores.

Inicialmente a banda não tinha sido convidada para tocar no Rock In Rio, mas depois de ver que o grupo liderava uma enquete sobre atrações favoritas feita no site do festival, os organizadores pensaram melhor. O Foo Fighters se apresentaria no Brasil em Fevereiro de 2000, mas o quarteto cancelou a sua vinda ao país ao descobrir que um dos shows seria exclusivo para clientes de uma companhia telefônica. No dia apresentação da banda no Rock In Rio, em 2001, coincidentemente o vocalista Dave Grohl fazia aniversário e ganhou bolo que foi trazido ao palco por sua então esposa Melissa Auf der Maur (ex-Hole). A cantora Cássia Eller, que havia cantado no mesmo dia no festival, também deu o ar da graça e apareceu correndo no palco pra dar um grande abraço em Dave. O show do grupo no Rock In Rio fez parte da turnê do disco There is Nothing Left To Lose.

Vamos as faixas do álbum, e antes de qualquer comentário eu gostaria ressaltar que ‘sim’ esse disco pode ser reproduzido do início ao fim sem pausas, ele é recheado de hits e mostra a evolução sonora da banda em relação aos seus álbuns anteriores. O disco já começa com uma pedrada na cabeça podemos dizer assim, a primeira faixa Stacked Actors é um destaque e tanto, inclusive é tocada até hoje pela banda em seus shows e conta com uma distorção pesada que nos lembra as guitarras de Josh Homme do Queens of the Stone Age, amigo de Grohl e músico que também o inspira. A faixa tem uma modulação interessante de ritmo e lembra um pouco a nossa MPB em seu ritmo.

Já a faixa Breakout se destaca por ser tema da ótima comédia Eu, Eu mesmo e Irene (2000) contando com um videoclipe super engraçado que faz alusão ao personagem de Jim Carrey no filme. Uma curiosidade desse clipe é que a mãe de Dave Grohl participa do mesmo, mostrando o dedo do meio na cena em que Dave esta andando devagar com seu carro. Outro grande hit do disco foi Learn To Fly que como já descrito nesta resenha teve o videoclipe premiado no Grammy, a faixa se tornou um clássico e com certeza é uma das canções mais conhecidas da banda.

Músicas como Gimme Stitches tem grande sonoridade e uma pegada rock, inclusive é uma das minhas favoritas, é seguida de Generator, destaque para o uso do Talk Box, efeito que utiliza voz e guitarra juntos. Aurora é uma canção mais lenta e que tem letra e melodia de extrema beleza, já a faixa Live-in Skin segue a mesma característica do álbum, com uma pegada rock tradicional. E temos a faixa Headwire que mistura melodia mais calma com pegada rock.

Há mais um clássico da banda no disco There is Nothing Left To Lose que é Next Year, a faixa ecoa até hoje nos shows da banda. Vale citar que a linha de baixo da música é inspirada em Sir Paul McCartney e também nas canções dos Beatles, destaque para o videoclipe que mostra os integrantes do Foo Fighters como astronautas.

Vou falar agora de uma das minhas canções favoritas, Ain’t It The Life, que também é a preferida de Dave Grohl, foi o que afirmou o vocalista em uma entrevista. Ele destaca seu amadurecimento musical em relação a composição e criação. A faixa citada nesse parágrafo é a mais calma e também é a faixa preferida de todos os fãs de Foo Fighters. M.I.A fecha o disco com chave de ouro, mostrando toda potência vocal de Dave e assim encerrando um dos maiores álbuns da banda e porquê não, do rock.

Bem meus amigos minhas considerações finais a respeito do disco são de que ele foi fundamental na história da banda, tanto que como citei na resenha, várias faixas deste dele permanecem no show do grupo até hoje, com certeza este álbum é tão importante quanto seu antecessor, The Color and Shape. Para um novo fã do Foo Fighters é necessário ouvir este álbum, e para um velho fã como eu é prazeroso cada vez mais ouvir cada canção. Foi com grande prazer e felicidade que escrevi essa resenha sobre este álbum e banda que são especiais para mim, e confesso que foi difícil em algumas partes encontrar palavras . Enfim, obrigado novamente à todos e espero que você caro leitor tenha gostado da matéria.

Viva o rock, viva o Foo Fighters! Até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 –  Stacked Actors

2 – Breakout

3 – Learn To Fly

4 – Gimme Stitches

5 –  Generator

6 – Aurora

7 – Live-In Skin

8 – Next Year

9 – Headwires

10 – Ain’t It The Life

11 – M.I.A

Assista o videoclipe da faixa Learn To Fly

Assista o videoclipe da faixa Next Year

Confira a apresentação do Foo Fighters no Rock In Rio III

Assista o videoclipe da faixa Breakout

Ouça o álbum There is Nothing Left To Lose completo!

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Red Hot Chili Peppers – Californication (1999)

Red Hot Chili Peppers – Californication (1999)

Fala galera do blog A História do Disco, depois de algum tempo longe, eu, Denis Borges estou de volta e hoje para falar de um disco que gosto demais e que foi muito importante para essa banda, costumo dizer que esse álbum foi um divisor de águas na carreira dos caras. Sim meus caros estou falando de Californication, um dos melhores discos de uma das melhores bandas de rock ainda na ativa, o Red Hot Chili Peppers.

Californication foi lançado em 1999 com Anthony Kiedis (vocal), Flea (baixo), John Frusciante (guitarra) e Chad Smith (bateria), a mesma formação que criou o melhor disco lançado pela banda até hoje, o Blood Sugar Sex Magic de 1991, pelo menos na minha opinião.

Pode-se dizer que o Red Hot é uma das bandas mais velhas que estão na ativa e gravando novos álbuns, são 33 anos e 11 discos de estúdio desde sua formação original lá em 1983. Sempre conhecidos pelo por sua energia e irreverencia nos palcos, os californianos tiveram uma carreira muito agitada e a medida que iam ganhando notoriedade na cena musical de Los Angeles os problemas iam aumentando na mesma proporção. Kiedis e Hiliel Slovak (guitarrista fundador da banda) começavam seu forte e mortal envolvimento com drogas pesadas. Em 88, logo após a turnê do terceiro disco da banda Slovak é encontrado morto, causa: overdose de heroína.

Abalados pela morte de Slovak, os caras dão um tempo e cada um segue seu caminho. Após esse hiato, Flea e Kiedis se reencontram e decidem que ali não era o fim do Red Hot Chili Peppers. A partir daí eles vão em busca de um novo baterista e um guitarrista a altura de Slovak. Depois de testar muita gente, Chad Smith assume as baquetas e um garoto de apenas 18 anos (que era muito fã do Red Hot) assume a guitarra, seu nome era John Frusciante. Era concebida a melhor formação que a banda teve até hoje.

Por conta da genialidade de Frusciante e sua idolatria pela banda, o entrosamento foi muito rápido e logo a banda lançou Mother’s Milk em 1989.  O disco se sai bem, o entrosamento dos quarteto aumenta e em 1991 eles lançam Blood Sugar Sex Magic, aliás,  meu disco preferido. O disco eleva o status do Chili Peppers para de super banda, que chega a marca de mais de  19 milhões de discos vendidos.

Tudo estava indo muito bem para o quarteto: turnê mundial, sucesso e mídia. Esse conjunto de fatores mexe de forma diferente com os integrantes, Kiedis, que nunca deixou o vício de lado, continua sua jornada atrás da heroína perfeita e Frusciante, que sempre foi um cara muito calado e introspectivo, começa a usar drogas para aliviar o peso do sucesso repentino, afinal, o guitarrista tinha apenas 20 e poucos anos. Daí, de uma hora pra outra ele resolve deixar a banda no meio da turnê. Sem conseguir convencer John a ficar, os caras contratam um guitarrista “tampão” e após a turnê convidam Dave Navarro ( ex Janes Addiction) para se juntar a banda. A interação entre Navarro e o restante da banda não acontece como planejado e isso se reflete no disco “One Hot Minute” de 1995. Após a turnê do disco, Navarro enxerga a incompatibilidade musical entre ele e o Red Hot e decide sair. O Red Hot Chili Peppers tem sua pior crise.

Estou contando um pouco sobre a história da banda para que você leitor consiga mensurar o tamanho da importância que o disco Californication teve para todos, não só na esfera musical como também na pessoal.

Mais um hiato e todas as incertezas conspirando contra a continuidade da banda. Kiedis, agora limpo, fala para Flea que sem Frusciante ele não acredita que conseguiriam voltar a ser o Chili Peppers de outrora. Flea então decide procurar John,  que havia passado por um processo de reabilitação. Alguns relatos afirmam que o guitarrista viveu em estado deplorável antes da internação. Com a constatação da melhora vista por Flea, veio o convite para que Frusciante voltasse ao Red Hot, convite que foi prontamente aceito e ali nascia o disco Californication.

A banda se reúne em 1998 para começar o trabalho de criação do novo disco, e diferentemente do que aconteceu com Navarro, o processo de criação acontece de maneira rápida e fluida. Kiedis, feliz pela volta de John, compunha letras mais profundas e reflexivas e Frusciante, sempre criativo, aparecia cheio de riffs e solos para dar vida às letras criadas por Kiedis. Isso tudo somado  a “cozinha” genial de Flea e Chad fez de Californication o disco mais vendido da banda, foram 33 milhões de cópias espalhadas por todo o globo.

A faixa Around The World abre o disco fazendo a gente pensar: Por que diabos Frusciante ficou tanto tempo longe do Red Hot!? Músicas como Get On Top, I Like Dirt e a empolgante Right On Time trazem aquela mistura de funk, punk, rap e rock característicos da banda. Por outro lado as faixas Porcelain, Savior e a bela Road Trippin’ trazem uma sonoridade diferente no disco.

É notável o amadurecimento musical e pessoal da banda ao longo dos 15 anos de estrada, esse amadurecimento fica claro nas três músicas de maior sucesso do disco: Scar Tissue, Otherside e Californication.

Kiedis é um compositor que fala muito sobre si e sobre as coisas ao seu redor em suas letras, é o que você leitor poderá perceber ao ouvir as três músicas citadas acima. Em Otherside, apesar de versos confusos e desconexos, supomos que ele fale sobre os altos e baixos de sua vida sempre ligada ao vício em heroína e afins. Californication é sobre o lado obscuro de viver em Hollywood, a obsessão das pessoas pelo dinheiro, pela fama, estando dispostas a tudo para ser uma celebridade. E chegamos a faixa Scar Tissue, a minha preferida alias, em que apresentarei palavras do próprio Kiedis sobre a mesma:

“..quando John começou a tocar um riff de guitarra eu soube imediatamente que seria ” a música”. A vibração era divertida, de quem estava feliz por estar vivo, de uma fênix que renascia das cinzas.”

O trecho acima foi retirado da autobiografia de Kiedis intitulada Scar Tissue. Você pode ler mais trechos da mesma através deste link:

www.universofrusciante.com/p/scar-tissue.html

Californication representou um recomeçou para os integrantes do Red Hot, principalmente para Kiedis e Frusciante que tiveram uma relação difícil com o vício. E pra mim Californication ser o “divisor de águas” fica bem claro quando olhamos os discos posteriores gravados pelo Red Hot Chili Peppers, temos o By The Way (2002), sucesso de público e crítica (inclusive merece uma resenha aqui no blog também hahaha) e o duplo Arcadium Stadium (2006), um disco alias que eu gosto muito, por ser um disco duplo contém mais faixas e assim encontramos muita coisa diferente e boa nele, uma volta as raízes com um Frusciante sempre genial e criativo.

Depois de férias mais que merecidas, em 2011 eles lançam I’m With You, novamente sem Frusciante. Como fã, gosto de tudo que os caras fazem, mas é nítida a falta que Frusciante faz. Josh Klinghoffer corresponde bem, afinal ele já tocava com a banda como guitarrista de apoio há alguns anos. Mas eu ainda como fã tenho em mente que os melhores trabalhos da banda foram concebidos com John Frusciante, infelizmente a comparação é inevitável e também desigual.

É importante citar também que mesmo com a mudança de músicos, altos e baixos, e o envolvimento de Kiedis com as drogas, o Red Hot sempre foi uma banda muito ativa, com excelentes apresentações cheias de energia e irreverencia que sempre foi o ponto alto do quarteto californiano.

Em junho desse ano (2016) a banda lançou o álbum The Getaway, isso após muito expectativa dos fãs. Após uma “primeira escutada” no disco, senti novamente a falta da guitarra de Frusciante, mas após “outras ouvidas” percebi quão bom é o disco, percebi também que Josh é Josh e não Frusciante e que agora ele está mais entrosado com o restante da banda. Desta forma o garoto vai escrevendo sua própria história como um Chili Peppers.

Agradeço novamente o espaço cedido aqui no blog a História do Disco e  desejo vida longa ao Red Hot Chili Peppers o/

Faixas do Disco

 
1 – Around The World
2 – Parallel Universe
3 – Scar Tissue

4 – Otherside

5 – Get On Top

6 – Californication
7 – Easily
8 – Porcelain
9 – Emit Remmus
10 – I Like Dirt
11 – This Velvet Glove