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Boston – 1976

boston – 1976

Salve galera que curte o site AHD, hoje vamos novamente fazer uma viagem aos anos 70, eu Bruno Machado vou falar de um dos maiores álbuns dessa década, que soa muito aliás como anos 80 – deve ser por isso que fiquei apaixonado por ele – e que vai te surpreender pela forma como o mesmo foi concebido. Hoje temos o primeiro álbum de estúdio da banda americana de hard rock, Boston.

Meu primeiro contato com a banda foi ouvindo a principal faixa desse álbum, a clássica More Than A Feeling, uma das canções mais belas que ouvi na minha vida, letra profunda e melodia contagiante, não há como não gostar dessa música. Depois de ouvir e muito essa música, fui procurar maiores informações sobre a banda, sua carreira, outras faixas, e cheguei ao primeiro álbum do grupo. Descobri até o estilo musical AOR (Album Oriented Rock), que surgiu no começo dos anos 70, entre as bandas que se enquadram no mesmo temos: Chicago, Journey, Toto e é claro, Boston. A sigla surgiu quando as rádios do norte do EUA tocavam os álbuns inteiros, contrariando o sistema das rádios, que era tocar somente singles para seguir seus interesses comerciais.

Este álbum do Boston foi todo centrado no talento do guitarrista e fundador da banda, Tom Scholz, e aliás, é muito válido citar que antes do grupo o mesmo era engenheiro de som. Sendo assim, ele pediu emprestado o equipamento de som do Aerosmith para este álbum que estou falando hoje aqui no AHD. O detalhe é que Scholz deu vida ao disco todo sozinho no porão de sua casa, já que o restante dos integrantes caíram na farra da noite californiana.  As outras peças raras do grupo era: Brad Delp (vocalista), Fran Sheeran (baixista), Barry Goudreau (guitarra) e Sib Hashian (baterista).

O que você caro leitor pode esperar desse disco? Bom, o que pude admirar no álbum foi linhas de baixo envolventes, sobras de guitarra bem encaixadas, vozes bem afinadas e entrosadas, bateria simples e também muito marcante, e claro, um pré anos 80 incluso no conceito do disco. Ah, não posso deixar de destacar o excelente encaixe do violão em algumas canções, vou falar mais sobre isso nos próximos parágrafos.

Bom, bora falar das três primeiras faixas do álbum, a primeira é More Than A Feeling, o maior sucesso da banda. A primeira faixa da banda aliás que eu tive contato, e me apaixonei logo de cara, se tornou um clássico da década de 70 e fez com que o mundo conhecesse o Boston. A faixa Peace Of Mind se mostra uma bela balada, introdução marcante no violão e também no riff de guitarra (que no fim conta com uma dobra, coisa maravilhosa de ouvir), os vocalizes preenchendo perfeitamente a canção, assim como o baixo que também deixa sua marca no ritmo da faixa. Depois temos o medley Foreplay/ Long Time que começa com Scholz moendo no sintetizador e Sherran debulhando o baixo, depois entra Hashian arrebentando na batera e  Barry marcando com a guitarra, essa é a instrumental Foreplay, ai depois temos Long Time, bem pop que pode lhe fazer lembrar até do grupo Toto. Destaque mais uma vez para os vocalizes, para um violão que dá as caras com personalidade e temos até algumas palminhas. Juro pra vocês que ainda não acredito que esse disco foi concebido em 76 e não em 80, mas tudo bem, estou conseguindo me habituar a isso.

Agora vamos para faixa Rock  & Roll Band, que aí já tem muito mais a cara dos anos 70, pra mim é uma das faixas em que a voz de Brad Delp mais se destaca, pode-se dizer que ele segura o ritmo da faixa, e coloca a prova sua qualidade vocal, que alias, é imensa. Depois temos Smokin, que também uma faixa totalmente setentista, e o rock gringo nessa época estava muito bem viu amiguinhos, e o Boston soube criar um conceito próprio no álbum como também soube entender qual era a bola da vez na década.

Antes de falar das últimas faixas desse disco maravilhoso, eu gostaria de destacar que é o décimo álbum mais vendido da história! Nada mal pra um álbum de estreia gravado em um porão, não? Na minha visão é algo fenomenal, estamos falando de um disco gravado em 1976, hoje em dia se tem muito mais recurso e dificilmente se grava um álbum completo com uma qualidade tão grande, aliás, hoje está difícil até pra gravar uma faixa boa, são poucas as bandas de qualidade que ainda se arriscam a gravar novos álbuns de estúdio e dar um conceito aos mesmos. O Foo Fighters é um ótimo exemplo, o último disco de estúdio da banda é sensacional, e tem vários singles que ganharam videoclipes muito bem produzidos.

Destaco agora as três últimas faixas desse disco fantástico do Boston, Hitch a Ride começa com um dedilhado bem calmo e logo depois tem um falsete perfeito, temos então mais uma balada cheia de efeitos de sintetizador, bateria com vários ataques no contra e vocalizes de cair o queixo. Posteriormente temos a faixa Something About You, era pra ser um lado B mas tranquilo, foco total no lado A, só que não! Guitarras dobradas em mais um riff alucinante e mais um sinal verde para o rock anos 70, baixo andando lindamente, batera segurando o ritmo e vozes super alinhadas. Juro que eu queria estar exagerando em tudo isso, mas não estou, esse álbum é realmente apaixonante meus caros leitores. Por último, temos a canção Let Me Take You Home Tonight, típica de fim de disco mesmo, você sente o gosto da jornada terminando, algo mais leve e que fecha de maneira suave esta obra prima do Boston.

Bom meus queridos, espero que vocês tenham curtido a matéria de hoje e continuem acompanhando o projeto AHD tanto aqui em nosso site, como mo facebook e também na Planeta Verde FM todo sábado e domingo as 19h. Até a próxima pessoal 😉

 

Faixas do Disco

1 –  More Than A Feeling

2 – Peace Of Mind

3 – Foreplay/ Long Time

4 –  Rock & Roll Band Wife

5 – Smokin’

6 – Hitch A Ride

7 – Something About You

8 – Let Me Take You Home

Ouça o primeiro álbum de estúdio do Boston na íntegra!

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Milionário e José Rico – Estrada da Vida (1977)

milionário e josé rico – Estrada da Vida (1977)

Olá amigos do site A História do Disco, tudo bem com vocês? Espero que sim, eu sou Flávio Oliveira e vamos iniciar mais uma matéria sobre música, curiosidades de bandas e tudo mais. Bora lá!?

Meus caros leitores, antes de qualquer coisa, devo alerta-lo de que a nossa resenha de hoje será um pouco diferente comparada com as que já existem em nosso site. Não é querendo polemizar nem nada, mas nós do AHD como indivíduos movidos pela música nos sentimos no dever de falar deste álbum que marca a história da música caipira brasileira. Nosso objetivo não é apenas falar de rock, pop, mpb, samba, etc., mas sim falar de música boa e de suas histórias que deixaram legados na memória das pessoas. A música é uma forma de nos libertar do tédio do dia a dia, de sentirmos as derivadas sensações que um campo harmônico pode nos propiciar (a contemplação principalmente). Assim,  aquela frase do filósofo Friedrich Nietszche faz todo sentido, onde o mesmo afirma que “Sem a música, a vida seria um erro”. Portanto, hoje falaremos de uma dupla sertaneja que marcou e ainda marca ainda a vida de todos nós – eu, por exemplo, cresci ouvindo esse tipo de música e levo isso como uma parte importante na minha formação como ouvinte e também como crítico-reflexivo mediante a situação dos trabalhadores rurais de nosso país. Falaremos dos Gargantas de Ouro do Brasil, Milionário e José Rico.

Antes de mais nada, quero deixar explicito que todas as pontuações que farei acerca desse disco estão projetadas em minha mente e por conta disso, não é soando como pura vaidade em querer colocar as minhas experiências como plano principal da resenha, mas sim falar em primeira pessoa com autonomia a partir de tudo que vivi até o presente momento ouvindo estas canções – por isso, vamos ao que interessa!

Desde quando era criança me recordo de ver meu pai e meu querido tio Luiz (que reside em Araraquara/SP) ouvindo e cantando as canções desta dupla, e por conta disso, os LP’s que meu pai tem guardado até hoje sempre compôs minha curiosidade em saber e querer conhecer essas músicas e duplas.

A dupla que está merecendo destaque hoje em nosso site é uma das mais prestigiadas no cenário sertanejo brasileiro, e que em quarenta anos de carreira venderam aproximadamente cerca de 35 milhões de exemplares de discos desde o ano em que surgiram, em 1973. Milionário e José Rico são conhecidos popularmente como “Os Gargantas de Ouro do Brasil” e creio que este apelido faz jus aos feitos da dupla – os agudos alcançados pela mesma deixa qualquer cantor de heavy metal no chinelo.

O disco que estamos falando hoje aqui no AHD é de 1977 e merece destaque porque ganhou até filmagens contando a história da dupla – eu assisti muito esse filme com meus pais. As duplas sertanejas brasileiras durante a década de 70 não tinham tanto reconhecimento como se tem nos dias de hoje, os cantores sertanejos do dias atuais fazem show diariamente, chegam a uma média de mais 100 apresentações ao mês – os caras são punk rock mesmo -, já naquela época, a maioria dos cantores populares – nos quais eram chamados de bregas – viviam fazendo circuitos de shows em circos.Sim, em circo mesmo. Pode até parecer bizarro , mas antigamente as duplas sertanejas por conta de não terem espaço nas grandes rádios (as Major Fm’s que só tocavam outros estilos de música, as duplas sertanejas só tinham espaço nas rádios AM) e até mesmo em programas televisivos, esses artistas tinham que fazer maratonas de shows com as companhias circenses.  Meus pais sempre contam que histórias sobre os shows que eles assistiram enquanto jovens aqui em minha cidade natal (Taquaritinga/SP). As duplas sertanejas passam a ganhar destaque na cultura brasileira a partir dos anos 90 com duplas como: Leandro e Leonardo, Chitãozinho e Xororó, Zezé Di Camargo e Luciano, e João Paulo e Daniel. Estes artistas literalmente quebraram a MPB de modo geral – vale lembrar que este estilo musical passava por um período de declínio, talvez pelo sucateamento que as grandes gravadoras estavam fazendo, e artistas de épocas anteriores como Maria Bethania tinham que interpretar canções de outros cantores.

 

Voltando ao disco de hoje da AHD, o ano é de 1977, próximo ao desfecho do regime autoritário que era vigente desde 1964. O trabalhador bóia fria (os famosos cortadores de cana) e também pequenos sitiantes mantinham os seus costumes em tocar a música caipira e faziam seus costumes do cotidiano se tornar música. É neste cenário que temos a dupla Milionário e José Rico.

O disco A Estrada da Vida foi lançado pela gravadora Warner Music no ano de 1977. O álbum chegou a alcançar marcas impressionantes – 750 mil cópias vendidas – chegando ao prêmio de disco de platina triplo. Mas qual a explicação para tamanho sucesso? Eu vejo a resposta para essa pergunta da seguinte maneira: As canções deste disco são simplesmente poéticas, abordando coisas da vida de um trabalhador, falando de amores, desilusões, religiosidade e fé, a convicção de uma vida melhor e mais justa e outros assuntos que compõem tudo sobre as pessoas que vivem em cidades interioranas e que batalham diariamente pelo seu “ganha pão”. Talvez seja essa a fórmula para tanto sucesso, a aproximação que as músicas traziam aos seus ouvintes e aquele sentimento de que “tem uma pessoas que canta aquilo que gosto e quero ouvir”.

Falando agora da música Estrada da Vida, eu vejo essa música como uma das mais poéticas que já ouvi. Em um programa de televisão que aborda as histórias por trás das canções o cantor e compositor Humberto Gessinger da banda Engenheiros do Hawaii afirma que a música Infinita Highway foi totalmente inspirada nesta canção que estou abordando. É pura poesia refinada sobre a vida, na canção temos uma clara alusão da nossa vida como uma estrada na qual temos que percorrer trechos difíceis, mas que no final tudo dá certo. É interessante pensarmos por esse lado, pois as vezes passamos por determinadas fases na vida que nos fazem pensar que nada vai dar certo ou que há alguma conspiração externa, mas tudo fica claro quando ouvimos essa canção – vivemos, evoluímos e chegamos ao estágio final da vida que é a morte, no qual o compositor cita como o final da corrida. Quer mais poético e filosófico que isso meus caros leitores? Segundo a dupla, esta música foi desenvolvida durante as viagens que os mesmos faziam durante uma campanha política. A maratona se inicia na cidade do interior São José do Rio Preto/SP chegando até o estado de Góias – é muita coisa né? Como pude apurar em algumas pesquisas, descobri que o carro utilizado na época pelos dois era uma Brasília verde reluzente e que este veículo lindo e potente para aquele contexto serviu de base para a composição sair e virar um sucesso. Depois disso, temos o filme lançado em 1980 lançado com o mesmo nome do disco de 1977. A história do filme se passa por tudo que a dupla vivenciou (eles mesmos encenam suas próprias vidas), desde as maratonas de shows até as dificuldades encaradas pelos dois até chegar ao sucesso artístico. Bem legal, não é?

Eu poderia escrever mais longos parágrafos aqui no AHD para mostrar à vocês o quão grandioso foi esse disco, mas eu vou deixar um gostinho de quero mais pra vocês, corram lá e ouçam o disco do começo ao fim e embalem nessa viagem que é Milionário e José Rico.

 

Faixas do Disco 

Lado A

1 –  Estrada da Vida

2 – Bebida Não Cura Paixão

3 – Meu Sofrimento

4 – Destino Cruel

5 – Sentimento Sertanejo

6 – Adeus

Lado B

7 –  Migalhas de Amor

8 – Doce Ilusão

9 – Conselho

10 – Ciumento

11 – Solidão

12 – Esquecido

Ouça o álbum Estrada da Vida na íntegra!

Confira a abertura do filme A Estrada da Vida.

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The Who – Who’s Next (1971)

The Who -who’s Next (1971)

Olá amigos, amigas e colegas leitores do site A História do Disco! É com imenso prazer que, mais uma vez eu Alexandre Bottura, resenho sobre um dos discos mais importantes da história do rock’n roll. Com máximo respeito e imensa honra, apresento-lhe Who’s Next da banda britânica The Who, lançado em 2 de agosto de 1971 pela gravadora Decca nos Estados Unidos, e em 25 de agosto de 1971 pela gravadora Polydor Records no Reino Unido.

Para muitos críticos e fãs, Who’s Next é um dos melhore discos de estúdio já feitos pela banda ao longo de toda sua reconhecida carreira, porém o seu início não foi tão bem planejado assim meus caros, na verdade, Pete Townshend queria um sucessor à altura do antológico antecessor Tommy, álbum de 1969. A princípio, o álbum a ser lançado seria o Lifehouse, sendo essa uma ideia de Townshend, que pretendia organizar o disco como sendo um concerto ao vivo, no qual os dados pessoais das pessoas que estivessem na platéia fossem transferidos sintetizador analógico ARP e assim então criar músicas contínuas que se complementassem. A criação do álbum mostrou ser praticamente impossível devido as limitações tecnológicas da época, o que levou a um grande desentendimento entre Pete e o produtor do Who, Kit Lambert, causando assim grande stress emocional em Townshend, que segundo rumores, fez com que a banda parasse com suas atividades por um tempo.

Não demorou muito para que Who e Townshend voltassem para os estúdios e recomeçassem as gravações usando alguns arranjos próprios e músicas do próprio Lifehouse, porém o grande diferencial do disco foi o uso de sintetizadores que, para a época significou um grande avanço para a engenharia musical e para o rock. E como toda grande inovação artística, o álbum não foi bem recebido pela crítica, mas o impacto causado nos fãs ao ouvirem Baba O’Riley e Wonn’t Get Fooled Again na conturbada década de 70, deixou um marco na trajetória do rock.

O disco Who’s Next flutua entre seus antecessores com a mudança técnica mas com a mesma pegada e qualidade de um autêntico álbum de rock. Nem é preciso citar as capacidades vocais de Roger Daltrey, toda loucura e singularidade de Keith Moon, a destreza e execução de John Entwistle e a genialidade de Peter Townshend. O álbum alavancou o grupo no topo das paradas mundiais mais uma vez e solidificou a banda como uma das maiores de todos os tempos.

Outro detalhe que deve ser enfatizado a respeito do disco é a sua capa: a original traz a imagem dos quatro integrantes terminando de urinar em um imenso bloco de concreto localizado em Easington Colliery, na Inglaterra. Acredita-se que em alusão ao monólito do filme 2001 Uma Odisseia no Espaço – 1968, Stanley Kubrick -, na qual deve ser interpretada como se o ato de urinar fosse uma libertação da banda em relação ao álbum Tommy, creditado como um dos primeiros ópera rock da história. O fotógrafo Ethan Russel que alguns dos membros da banda não conseguiram urinar no bloco, e que parar atingir o efeito desejado, foi preciso usar uma vasilha contendo água de chuva.

Se a famosa capa do disco causou discórdia, mal sabia a crítica das ideias anteriores, que trazia diversas mulheres obesas e nuas e até a possibilidade de ter Keith Moon usando lingerie, peruca e um chicote para ilustrar o disco (aliás, esse registro aparece no encarte do CD remasterizado lançado em 1995, incluindo algumas faixas gravadas ainda com Kim Lambert em Nova Iorque).

                                     

Além das clássicas Baba O’Riley e Won’t Get Fooled Again, o álbum conta com a conhecida Behind Blues Eyes, faixa regravada pela banda Limp Bizkit em 2003 e Baby Don’t Do It tornou-se popular na versão de Marvin Gaye. O disco ocupa a 22ª colocação na lista dos 200 álbuns definitivos no Rock And Roll Hall Of Fame e é com certeza um marco na história do rock e do mundo da música.

The Who é uma banda britânica formada em 1964 e sua formação original era composta por Pete Townshend (guitarra), Roger Daltrey (vocal), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria). Em agosto de 1978 a banda lançou o álbum Who Are You, porém o lançamento foi ofuscado pela morte de Keith Moon no dia 7 de setembro devido a uma overdose acidental de um remédio usado na luta contra o alcoolismo, um exame toxicológico revelou que no sangue de Moon havia uma dose 36 vezes maior que o permitido, e assim o rock e os fãs perdiam um dos maiores bateristas de todos os tempos. Kenney Jones, ex-Small Faces, assumiu seu lugar e contribuiu para dois álbuns: Face Dances (1981) IIt’s Hard (1982) – ambos não tiveram o sucesso da década anterior. Hoje em dia o Who ainda se encontra em atividade para alegria e satisfação dos fãs, e com um detalhe especial: o lugar um dia ocupado por Keith Moon na bateria é hoje de Zac Starkey, afilhado do próprio Moon e simplesmente filho primogênito do ex-Beatle e também baterista Ringo Star.

Mais uma vez gostaria de agradecer  pela oportunidade, espero que vocês tenham gostado da matéria. Até a próxima meus caros!

 

Faixas do Disco

1 –  Baby O’Riley

2 – Bargain

3 – Love Ain’t For Keeping

4 –  My Wife

5 – The Song Is Over

6 – Getting In Tune

7 – Going Mobile

8 – Behind Blue Eyes

9 – Won’t  Get Fooled Again

Ouça o álbum Who’s Next na íntegra!

 

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Gabriel O Pensador – Quebra-Cabeça (1997)

Gabriel o Pensador – Quebra-Cabeça (1997)

Salve galera, Bruno Machado na área pra mais uma matéria aqui no AHD, e hoje eu vou invadir a praia do meu parceiro de site e de programa, Denis Borges, pois vou falar de um disco dos anos 90. Tudo bem que não vou invadir totalmente o território do meu colega pois minha resenha não tem como tema uma banda gringa, mas sim um rapper brasileiro, aliás, um dos pioneiros nesse estilo musical em nosso país. Hoje temos Gabriel O Pensador e seu terceiro álbum de estúdio, Quebra-Cabeça de 1997.

Gabriel sempre foi polêmico desde o início de sua carreira, pra você caro leitor ter noção sua primeira canção de sucesso foi Hoje Eu To Feliz (Matei o Presidente), que criticava sem nenhum pudor o governo Collor (vigente na época em que a música foi concebida), e a faixa chegou até a ser censurada. Em 2017 a canção ganhou a parte 2, e quem é “homenageado” é o atual presidente do Brasil, Michel Temer. Pra mim as duas versões são sensacionais e mostram o quanto o cantor e compositor é inteligente, sagaz e acima de tudo corajoso. Convenhamos, bater de frente com o sistema não é pra qualquer um, ao longo da história vimos muitos compositores e cantores fazendo isso e se dando muito mal.

No álbum Quebra Cabeça o carioca continuou a fazer duras críticas a situação do país, faixas como Pátria Que Me Pariu e Sem Saúde abordam assuntos como saúde pública, aborto, abuso sexual, abuso de autoridade, crianças no mundo das drogas, etc. Quem costumava dar a cara pra bater e falar desse tipo de assunto no Brasil era o rock (pelo menos nos anos 80), o rapper brasileiro continuou dando a cara pra pra bater e retratava muito do que acontecia no Rio de Janeiro em suas canções.

Na época da gravação deste álbum O Pensador já estava em meio a grandes produtores e músicos, tanto que ícones como Rita Lee e Frejat – ainda no Barão Vermelho – cederam trechos de suas canções, aliás, Frejat participa da faixa +1 Dose brilhantemente. Percebe-se um álbum mais engajado, por isso mesmo Gabriel chegou a marca de mais de 1,5 milhão de cópias vendidas. Já que estou falando de participações especiais, nada mais justo que citar a mais marcante delas, Lulu Santos emprestou seu talento no refrão de Cachimbo da Paz, uma das maiores canções da carreira de Gabriel O Pensador. Anos depois Lulu voltaria a fazer parceria com Gabriel na faixa O Astronauta, que entrou no Acústico MTV de 2000 de Lulu e que contou com a presença de Gabriel no mesmo. Voltando à música Cachimbo da Paz, nela é retratado como a maconha é vista em nosso país, estamos falando de um álbum de 1997 e a canção hoje em dia soa mais atual do que nunca. Nem quero entrar no mérito sobre a liberação ou não da droga, muitos sabem que a mesma é também usada medicinalmente, a questão mais grave na verdade é como o tráfico é sorrateiro e age em todo o Brasil maleficamente, coletando cada  vez mais crianças e fazendo com o que o comércio de qualquer tipo de droga seja chamativo, principalmente na questão financeira. Tampa-se o sol com a paneira sempre, filmes famosos como Tropa de Elite (2007) e Cidade de Deus (2002) retrataram essa realidade, e é visível o envolvimento e o consentimento da classe alta e política em tudo isso, pois a mesma não se importa em destruir vidas em troca de seu bem estar e de sua manutenção no poder.

O álbum continuado politizado com a faixa Dança do Desempregado, um sambinha, aquela marotagem escancarada no sarcasmo falando da dificuldade do povo brasileiro. Mais uma canção que se encaixa perfeitamente nos dias de hoje, e lembrem-se meus queridos ta chegando mais uma eleição presidencial, vamos com calma, sem fanatismo político pois os anos estão passando e nós estamos cada vez mais sendo ludibriados por engravatados que prometem mundos e fundos. Então ficam atentos aos debates, as propostas, procurem informações sobre a ficha de cada candidato e o que ele fez até hoje como político. Ah, não posso esquecer de citar, nos períodos da minha vida em que estive desempregado minha mãe sempre fez questão de cantar essa música pra mim (e pior que é verdade hahaha).

Voltando a falar de participações, temos Evandro Mesquita na faixa Eu e a Tábua, um reggae bacana e que traz um dos refrões mais famosos da década de 80: “Estou a dois passos do paraíso”. Não que eu seja fã da Blitz, foi uma banda pioneira no movimento pop/rock que domnou nosso país nos anos 80, mas se viu fadada a fazer discos iguais ao primeiro,e ai a coisa foi ficando sem graça, pelo menos na minha opinião. E temos outra participação muito bacana, que é de Jorge Tito, rapper amigo de Pensador que já tinha participado do disco de 1995 com a faixa FDP. Em Quebra Cabeça ele faz dueto com Gabriel na faixa En La Casa. Vai um protesto ai!?

Mudando um pouco de tema temos 2345MEIA78, confesso que hoje ouço ela e sinto uma conotação machista – mas nem de longe se compara ao que é dito hoje em músicas do sertanejo universitário ou mesmo do funk – , mas o lado legal é você hoje ouvir a música e lembrar como era o mundo antes de determinadas tecnologias. Ele cita na música itens como: caderninho, fichas, orelhão e lista telefônica. Sim meus caros, os anos 90 também foram inesquecíveis. Claro que eu eu era muito jovem na época do lançamento do disco e fui ter contato com o trabalho do Pensador muitos anos depois, e me tornei admirador da sua obra, passando a acompanhar sua carreira.

Antes de terminar essa matéria que fiz com uma satisfação imensa – mesmo porque já fui num show do Gabriel O Pensador, curti do início ao fim e vi o quanto o cantor e compositor é humilde e inteligente – vou falar sobre uma das canções mais geniais e emblemáticas do cantor, Festa da Música. O cara conseguiu uma tremenda homenagem aos grandes ícones da música brasileira, passando por todos os estilos com insights de grandes sucessos e com o bom humor de Gabriel para sacanear as peças raras de música Tupiniquim. Se você caro leitor nunca ouviu essa faixa, ouça, dá pra cantar junto, dançar e claro, se divertir com todo o contexto da letra, Gabriel O Pensador é um gênio.

Bom galera, eu vou ficando por aqui e espero que vocês tenham gostado da matéria. Queremos cada vez mais trazer estilos musicais diferentes aqui pro nosso site, a música é algo vital para mim e acredito que para vocês também, independentemente do estilo que cada um gosta, vivemos pela música e queremos cada ver mais ter pessoas como a gente por aqui. Valew pessoal, até a próxima.

 

Faixas do Disco

1 –  Pátria Que Me Pariu

2 – 2345MEIA78

3 – Cachimbo da Paz

4 –  Sem Saúde

5 – Pra Onde Vai?

6 – En La Casa

7 – + 1 Dose

8 – Dança do Desempregado

9 – Eu e a Tábua

10 – Bala Perdida

11 – Festa da Música

12 – O Sopro da Cigarra

Ouça o álbum Quebra Cabeça na íntegra!

Creed – My Own Prision (1997)

creed – my own prision (1997)

Fala galera do A História do Disco, Denis Borges aqui mais uma vez escrevendo sobre um disco que fez ou faz parte do meu mp3, vitrola, cd player,  walkman, lista do Spotify ou afins. A banda que irei falar hoje me causa sentimentos controversos, sempre gostei dela, mas também sempre rolava pontinha de vergonha de falar que era/sou fã. Estranho não? Quem gosta de rock tem aquele lance de: vendeu demais, é porcaria, ou, está imitando tal banda pra fazer sucesso. Se a banda caiu em alguma dessas contradições do rock, pronto, fica malvista entre os roqueiros puritanos. Quem acompanha o blog – agora site – ou o programa na Planeta Verde FM, sabe que gosto muito de grunge  e a banda de hoje em sua descoberta e repentino sucesso foi intitulada de pós grunge , neo grunge ou qualquer outra babaquice dessas. Diziam que que seu som imitava as bandas de Seattle, que seu vocalista forçava para cantar parecido com Eddie Vedder, ai já viram né!? Estavam fadados a cair no desagrado dos “grungeiros” mais puristas, dentre eles alguns dos meus amigos. Então, eu curtia o som dos caras na surdina, ali no meu quarto, sozinho, de boa. Particularmente vejo alguma influência sim, mas quem não não foi influenciado pelo último grande movimento do rock mundial? Ainda mais no final dos anos 90, difícil. Mas uma banda que vende mais de 60 milhões de discos no mundo não pode ser de toda ruim. Estou falando de uma banda de apenas quatro discos de estúdio e uma coletânea, que juntamente com mais duas ou três dominaram o mercado de 1997 a 2000 e alguma coisa. Seus três primeiros discos eram fábricas de singles e clipes na MTV, talvez daí venha certa implicância. Por essas e outras resolvi falar sobre o primeiro disco, My Own Prision (1997), o meu preferido e também o menos comercial dos três.

Antes de falar do disco, vamos falar um pouquinho da banda. O Creed é uma banda americana criada em 1995 por Scott Stapp (vocal) e Mark Tremonti (guitarra) na cidade de Tallahasse, EUA. Os outros dois integrantes que embarcaram depois são Brian Marshall (baixo) e Scott Phillips (bateria). Tudo aconteceu meio que rápido para os caras. Com a banda formada eles faziam covers pelas cidades da Flórida, até que decidiram apostar em suas próprias músicas. O pai do baixista financiou a primeira gravação dos caras. A pouca tiragem fez sucesso na região, chamou atenção de uma gravadora maior e o resto virou história. Em sua primeira semana de venda por todo o território americano My Own Prison vendeu 50 mil exemplares. Ótimos números. Esse sempre foi um diferencial do Creed, comercialmente eles eram muito fodas. Mas se engana quem pensa que o som dos caras era totalmente comercial, sempre houve muito peso em todos os seus discos, principalmente no primeiro, o “pulo do gato” é que eles sabiam fazer músicas mais comerciais para chamar atenção para o resto do disco. Isso o Creed fazia como ninguém. Vi apelo comercial apenas no Linkin Park. Não é uma citação pejorativa, gosto de Linkin Park.

Voltando ao que importa, a primeira música do disco foi a primeira que lembro de ter ouvido e, se não me engano, foi o primeiro single de trabalho também, Torn. A primeira impressão foi de ter visto um pouco de Aliche In Chains ali. Gostei na hora. A guitarra, a voz, o peso, toda a concepção musical. Ali naquela primeira música decidi comprar o cd para conhecer mais a banda. Um detalhe de Torn é que ela é uma música de 6min23seg, um pouco grande, um pouco grande pra ser uma música de trabalho. Mesmo assim naquele abençoado momento as rádios e a MTV eram abertas para o rock. Logo após Torn vem Ode, aqui a guitarra de Tremonti começa a tomar forma. Tremonti ganhou o prêmio de Guitarist Of The Year três anos consecutivos pela revista Guitar World. A música que dá nome ao disco, My Own Prision é mais um single do álbum, tem uma pegada mais melancólica, aqui Stapp fala um pouco sobre sua amargura, seus pecados. Uma outra característica marcante do Creed são suas letras com cunho espiritual, religioso e de esperança. No começo todos pensavam que o Creed era uma banda gospel, Stapp prontamente desmentiu dizendo que aquela era uma fase pela qual passava e que também procurava transmitir bons sentimentos através de seu som. Essa influência espiritual também se deu pelo fato do pai de Stapp ser pastor. Acredito que mesmo inconscientemente acabou influenciando um pouco. A quarta música é uma balada, Pity For a Dime. O restante do disco segue a mesma linha das primeiras músicas. Para não ficar longa a leitura podemos destacar outros singles como What’s Life For, o maior sucesso e a que eu mais gosto, uma bela letra que fala de perseverança. Temos One, a mais popzinha do disco, mas sem demérito na popzinha, tem uma levada leve e agradável. Além de Bound e Tied, trilha sonora do filme Dead Man On Campus (no Brasil, Morte na Univerdade, de 1998).Hoje, passado mais de 20 anos de My Own Prision , posso dizer que o Creed teve uma carreira sempre em ascendente que só não foi maior por questões pessoais de seus integrantes. Talvez com o passar do tempo a fórmula fosse se desgastando, mas esse fato pode ser questionado pelo fato de que em 2008 os quatro integrantes originais se juntaram e lançaram o seu último disco, Full Circle, que estreou em 2° Lugar na Billboard. O fato é que queiram ou não, nesse caso os números não mentem, e olhando os números podemos dizer que o Creed foi uma das maiores bandas do fim dos anos 90.

Caro leitor, se por acaso você se sentiu interessado , curioso pra saber mais, vai na fé, falei do disco menos pop do Creed, com certeza você já escutou algumas músicas dos outros discos. Eu vou ficando por aqui e nos encontramos aqui na próxima resenha aqui no…A História do Disco.

Faixas do Disco

1 –  Torn

2 – Ode

3 – My Own Prision

4 – Pity For A Dime

5 –  In America

6 – Illusion

7 – Unforgiven

8 – Sister

9 – What’s This Life For

10 – One

Ouça o álbum My Own Prision na íntegra.

Kid Abelha e os Abóboras Selvagens – Seu Espião (1984)

Kid Abelha e os abóboras selvagens – Seu Espião (1984)

Salve galera, que bom ter vocês aqui novamente no blog – na verdade, agora site – A História do Disco, eu sou Bruno Machado e hoje nossa matéria destaca uma das maiores bandas dos anos 80, que tinha uma front maravilhosa  – no sentido literal da palavra, a mulher era (ainda é) linda e cantava demais da conta. Hoje nossa resenha tem como tema o primeiro álbum do Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, o Seu Espião de 1984.

Talvez vocês não saibam, mas a banda foi formada por Leoni, George Israel, Torquato Mariano – pra quem não conhece esse cara, vale a pena pesquisa, é um baita guitarrista e posteriormente se tornou produtor e chegou a trabalhar inclusive com o Charlie Brown Jr – e Paula Toller. Torquato logo saiu da banda e deu lugar a Bruno Fortunato. Um fato que de cara já é importante citar é que nessa época Leoni e Paula namoravam.

A banda ganhou destaque por estar inserida no “bolo” que estava se destacando na cena carioca dos anos 80, o Circo Voador era o local onde essa galera ganhava espaço e uma tal de Rádio Fluminense começou a observar todo esse pessoal, assim como Lulu Santos. No começo dos anos 80 Lulu era produtor de repertório das novelas da Globo, na produtora Som Livre, inclusive foi por aí que malandramente ele colocou uma música dele – Melô do Amor –  na novela Plumas e Paetês.re Sendo assim, ele foi até o Kid Abelha e se ofereceu para ajudar o grupo, lapidar as canções e mesmo a banda. Então durante as apresentações no Rio de Janeiro Lulu foi os ajudando e levou para o estúdio para gravarem seu primeiro single, com lado A – Pintura Íntima e labo B – Por que não Eu?. O produtor fez questão de jogar duro com integrantes e os levou diretamente ao pop, a raiz do estilo, que se tornou alias, a identidade da banda.

Mal sabia Lulu, que ainda estava engatinhando na carreira tanto de cantor/instrumentista/compositor e produtor, que não seria ele o responsável pelo primeiro LP completo do Kid Abelha e os Abóboras Selvagens – ah, vale citar que esse nome foi dado de forma espontânea em frente a Rádio Fluminense. Disco completo que eu digo pessoal não é single ou mesmo compacto, que eram lançados na época parar introduzir novos cantores e grupos musicais na “cena”, mas sim o bolachão com 4 ou 6 faixas cada lado, disco inteiro mesmo, ou álbum se preferirem. E foi nesse disco que a banda apareceu para todo o Brasil, principalmente com a faixa Como Eu Quero, que quase não entrou no álbum. Faltava uma faixa pra completar o disco, e Liminha perguntou se eles tinham mais alguma canção pronta, ele apontou até para o lixo cheio de papel amassado, e lá estava ela, onde Paula Toller tinha jogado a letra da música que seria um dos maiores sucessos do grupo. Vale muito citar que Paula fez a música seu então namorado na época, Leoni.

Assim como Lulu, Liminha soube muito bem moldar a banda para a década que se vivia, como todos sabem os anos 80 foram e sempre será marcante, deixa até hoje uma saudade imensa em quem o viveu, e um gosto amargo em quem não – no caso eu. Mas o sucesso do disco não se deve apenas a esse single, mas sim ao álbum num todo, pra você meu caro leitor ter noção, sendo lançado em Junho o disco já tinha mais de 3 sucessos tocando nas rádios. E caso eu não tenha citado ainda, o álbum tem ao todo 10 faixas, o sucesso não bateu a porta do Kid Abelha, ele meteu derrubou a porta sem dó.

Confesso que meu primeiro contato com o Kid Abelha foi no acústico MTV de 2002, um dos melhores da franquia – pelo menos na minha opinião – o formato teve o poder ressuscitar muitas bandas dos anos 80, no fim de 90 e começo dos anos 2000. Inclusive, pensei muito em fazer do acústico, e não desse primeiro álbum, entretanto, pesquisei e entendi a importância desse primeiro disco da banda, como ele impulsionou o grupo e como deu identidade ao mesmo.

Voltando as faixas, Nada Tanto Assim foi feita nos anos 80, mas se você prestar bem atenção na letra vai ver que faz até mais sentido hoje do que naquela época. A primeira faixa, Seu Espião, por dar nome ao disco poderia ser melhor, mas ela é o cartão de visita e já mostra a cara pop do Kid Abelha e os Abóboras Selvagens. Falando em pop e anos 80, teclado é o que não falta na maioria das faixas, e algo que me surpreendeu foi o quanto o baixo foi bem trabalhado, principalmente nas canções que viraram hits, nada extremamente complexo, mas sim marcante, cara de produção do Liminha mesmo. O saxofone de George Israel também se faz ouvir em várias músicas, esse que também dá aquela força nos backing vocals.

Uma outra coisa legal que é muito perceptível é que Paula e Leoni estavam bem apaixonados mesmo, você consegue sentir em várias faixas os flertes de um e outro. Sinal de que eles conseguiram transformar o amor que sentiam na época em belíssimas canções, e ainda por cima conseguiram fazer o sonho de fazer sucesso virar realidade. E pra quem não sabe, Herbert Vianna se tornou amigo da banda posteriormente, e mais la na frente namorou Paula também, e o que houve entre eles foi tão intenso que metade do disco Bora Bora (1988) do Paralamas foi dedicado a fossa de Herbert depois de levar um pé no popô.

Voltando a falar das faixas, Alice (Não Me Escreva Aquela Carta de Amor) é uma balada sensacional, uma faixa devidamente empolgante eu diria. Já Fixação, tem um clima até dark, um tanto quanto sombrio e intrigante, pra mim uma das melhores canções do grupo até hoje. Não sou muito fã de Por Quê Não Eu?, confesso que acho ela muito bonita, mas tanto com a Paula Toller cantando quanto com o Leoni nunca me cativaram, mas não deixa de ser outro grande destaque do álbum.

Finalizando esse grande álbum de estreia temos Pintura Íntima, com certeza você meu querido leitor já se pegou cantando: Fazer amor de madrugada/ Amor com jeito de virada. Aquele sax marcante de George Israel dita o ritmo da música, e o refrão chiclete citado anteriormente faz com que você se sinta até incomodado se não cantar junto. Aliás, se você nasceu no fim dos anos 80 é bem possível que você tenha sido concebido a essa música, fica ai o questionamento que vocês podem fazer à seus pais. Brincadeiras a parte, a música é sensacional, é marcante e gostosa de ouvir até hoje.

Bom galera, eu vou ficando por aqui e espero que vocês tenham gostado da resenha, que tenham se interessado um pouquinho mais pelo Kid Abelha e os Abóboras Selvagens e que não deixem de curtir nosso programa na Planeta Verde Fm todo sábado e domingo as 19h. Até a próxima 😉

Faixas do Disco

1 –  Seu Espião

2 – Nada Tanto Assim

3 – Alice (Não Me Escreva Aquela Carta de Amor)

4 – Hoje Eu Não Vou

5 –  Fixação

6 – Como Eu Quero

7 – Ele Quer Me Conquistar

8 – Por Que Não Eu?

9 – Homem Com Uma Missão

10 – Pintura Íntima

Ouça o álbum Seu Espião na íntegra.

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Coldplay – A Rush Of Blood To The Head (2002)

Coldplay – A Rush Of Blood To The Head (2002)

Salve blogonautas do A História do Disco, espero que esteja tudo bem com vocês, aqui estou novamente, Denis Borges na área pra mais uma resenha. Dessa vez falarei sobre um disco mais pop – Britpop na verdade. Os donos do disco de hoje formaram a banda no auge dessa cena britânica que começou a ser notada no início dos anos 90, teve seu boom a partir do álbum (Whats The History) The Morning Glory? do Oasis, precisamente no ano de 1995.

Eu gosto muito de Britpop e a banda da matéria de hoje me ganhou desde a primeira ouvida. Com um primeiro disco muito bom que remetia a uma mistura de  Radiohead com U2 sempre naquele tom melódico – que eu gosto demais – visto em The Bends do Radiohead, me deixou com gosto de quero mais. E no segundo disco veio mais, muito mais, MAIS MESMO. Confesso que depois desse segundo disco eu criei uma baita expectativa pelo que viria a seguir, mas a cada disco em que a banda ficava mais colorida (alegrinha ou pop demais) eu fui perdendo o interesse. Sempre gostei do tom monocromático (melancólico) dos primeiros discos, era o que me ganhava. Mas isso sou eu, caro leitor – olha aí Bruno Machado, inseri o seu bordão no timecerto (hahahah). Zuadas no Machadinho à parte, depois dessa pequena descrição da banda e do meu contato com seus primeiros álbuns dá pra saber de que banda estou falando, não é? Sim, hoje temos Coldplay no AHD, sobre o segundo álbum de estúdio do grupo: A Rush Of Blood To The Head, de agosto de 2002.

O Coldplay foi fundando em 1996 por Chris Martim (vocal, violão e piano)  e Jonny Buckland (guitarra), em um momento em que os olhos do rock pairavam sobre o Reino Unido que vinha com uma cena forte. Bandas como Supergrass, Radiohead, Blur e principalmente Oasis vinham com tudo. Martin nunca escondeu que foi influenciado por tais bandas, além de notar influências de bandas mais antigas como U2 e mesmo de Bowie.

O primeiro álbum do Coldplay, Parachutes (2000), foi muito bem aceito mesmo não trazendo nada de inovador, é um disco redondinho com alguns sucessos iminentes: Yellow, Truble e Shiver. O álbum A Rush of Blood To The Head segue a mesma fórmula só que com aperfeiçoamentos, tons de cinza ainda mais inseridos e já conseguimos até enxergar outras cores, mesmo que em tons pasteis. Contando com mais piano, mais guitarra e ainda mais baladas certeiras, o disco se torna de fácil audição, não o percebemos passar de tão linear que é, sendo assim um grande acerto da banda.

O álbum começa com a faixa Politik, uma música influencia por uma ainda recente 11 de Setembro – aquele ataque terrorista às Torres Gêmeas em Nova Iorque -, começa estrondosa com guitarra, piano e bateria a mil, dando a impressão talvez enganosa do que viria a seguir. Logo após vem um clássico da banda, o primeiro single do álbum: In My Place. A canção se tornou um sucesso imediato com a seguinte fórmula: riff de guitarra “chiclete” + alguns “yeahs”. Dessa forma o Coldplay começava a pavimentar seu caminho no mainstream. Posteriormente temos a enigmática God Put A Smile Upon Your Face, que é uma excelente música por sinal. Em The Scientist, Martin nos traz mais uma bela balada, se não a mais bela do disco, que fala sobre amor e arrependimento, o videoclipe – que começa no final e vai voltando numa espécie de rewind – nos ajuda a compreender o significado da canção. Já em Clocks, minha música favorita da banda, nos deparamos com o maior riff de piano deste século, quem nunca ouviu essa música e não se arrepiou? Você poderia não saber que ele pertence ao Coldplay, mas com certeza já ouviu por ai, e quando os celulares começaram a suportar o formato mp3, a música ficou como toque do meu aparelho por muito tempo. Mas resumindo, das cinco primeiras faixas do disco, quatro foram sucesso e tocaram bastante nas rádios.

Como citei nos parágrafos anteriores o disco é bem redondo, as seis faixas restantes são ótimas e não devem nada para as mais famosas. Por exemplo, Daylight soa como Politik. Temos também uma bela balada tocada apenas no violão, Green Eyes, e na faixa Warning Sign confesso que encontrei um pouco de U2, alguns falsetes e o piano sempre presente, pra mim é uma das melhores faixas do disco. Já a faixa Whisper segue a linha da faixa Politik e Daylight. Fechando o disco temos a faixa que dá nome ao mesmo, A Rush Of Blood To The Head e a bela Amsterdam, finalizando assim o álbum.

Naquilo que foi proposto, o disco entrega com excelência o melhor do Coldplay, aquele monocromático, o Coldplay que eu gosto e me identifico, assim como muitos amantes da música por aí a fora. Uso esse termo porque quanto mais colorido foi ficando a produção, o figurino, mais pop a banda ficou, e desta forma hoje eu não vejo diferença entre o Coldplay e o Marron 5, mas isso já é assunto pra uma próxima.

Bom galera do AHD, eu vou ficando por aqui, espero que vocês tenham gostado da matéria de hoje. Para quem conheceu o Coldplay mais pop, A Rush Of Blood To The Head é um ótimo disco para conhecer o começo da banda, suas influências, e por consequência, mais do BritPop. Inclusive nessa mesma época surgiram boas bandas como Keane e Travis. Um abraço à todos e até a próxima resenha aqui, no A História do Disco.

Faixas do Disco

1 –  Politik

2 – In My Place

3 – God Put A Smile Upon Your Face

4 – The Scientist

5 –  Clocks

6 – Daylight

7 – Green Eyes

8 – Warning Sign

9 – A Whisper

10 – A Rush Of Blood To The Head

11 – Amsterdam

Confira o espetacular videoclipe da faixa The Scientist.

Ouça o álbum A Rush Of Blood To The Head na íntegra.

 

 

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Raul Seixas – Krig-ha, Bandolo! (1973)

Raul Seixas – Krig-ha, Bandolo! (1973)

Olá amigos e amigas do blog AHD, tudo bem com vocês? (Faz um tempinho que não apareço por aqui, não!?) Isso mesmo meus queridos, eu Flávio Oliveira estou de volta e para falar de uma das obras mais importantes de um dos maiores – se não o maior – nome do rock nacional, uma figura que é lembrada até hoje por milhares de fãs em nosso país. Hoje temos o álbum Krig-ha Bandolo! de Raul Seixas.

O disco a ser comentando é uma das maiores obras de Raul e é seu primeiro disco como cantor. Na verdade, muito cedo Raulzito já quis se envolver com música, fã incondicional de Elvis Presley, o nosso querido baiano sempre almejou ser um grande astro do rock – percebam que hoje em dia a atual geração não tem isso como um sonho, os jovens de hoje querem seguir outros caminhos, é uma pena. Quando vivia na Bahia, o jovem Raul era fã de rock, mais precisamente de Elvis, sendo até membro de um fã clube organizado em sua cidade natal, Salvador.

O cantor fez parte de projetos interessantes durantes os anos 60 e que vale ser mencionado. O grupo Raulzito e os Panteras foi uma banda de destaque no cenário musical da Jovem Guarda e serviu de apoio para grandes nomes da época, como Jerry Adriani. Quem puder ouvir esse disco, vale muito a pena. Mas durante esse período nosso camarada sofreu com as coisas da vida, nesse momento de transição Raul se casa com Edith (a primeira de várias esposas que eu cantor teria) e consegue um trabalho como produtor da CBS. Nesse tempo que esteve como produtor ele se sentia enjoado com todo rumo que sua vida tinha tomado, pois na verdade o mesmo tinha como objetivo ser cantor de rock e um grande astro.

Durante o curto tempo como produtor Raul gravou um disco muito interessante, Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta a Sessão das Dez, que tinha uma proposta que poucos na época entenderam. O projeto foi mal sucedido, mas contou com parcerias incríveis para a música popular brasileira, nomes como: Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star. O disco envolve uma mistura de sons psicodélicos e duras críticas ao momento que os jovens viviam. Reza a lenda em torno desse disco que, Raul na condição de produtor bem sucedido chamou seus parceiros e fez toda a produção das 11 faixas a noite, tudo escondido, e por conta disso ele foi demitido – mas não temos fontes confiáveis pra dizer se a história é real ou não.

Mas deixando de lado os mitos, vamos ao que interessa que é o disco Krig-ha, Bandolo! Este LP é o primeiro solo da carreira de Raul Seixas e já nos privilegia com uma enxurrada de sucessos. O álbum começa com  a voz de um garoto desafinado cantando Elvis, e esse garoto nada mais era que Raul Seixas, a prova de que desde sempre o rapaz tinha vontade de ser cantor de rock’n roll. Após essa introdução de apenas 50 segundos seguimos com uma música que sempre será lembrada e é lembrada até hoje: Mosca na Sopa.  Essa canção merece alguns apontamentos, Raul sempre foi ambicioso em sua inclinações musicais, para mim Raul foi o precursor de muitas coisas na música brasileira, começando pela mistura rítmica em suas canções. A canção Let Me Sing por exemplo, que é composta por baião e rock, para mim foi um ato ambiciosíssimo, vivia-se numa época em que existiam contrastes para definir a sonoridade da música brasileira, vale ressaltar a problemática em torno da questão da guitarra elétrica na sonoridade Brasilis, acredito que no contexto geral foi mais ousado que o movimento Tropicalista, e ainda vale citar que Let Me Sing foi lançado como single em 1972, ou seja, pouco antes deste disco que estou esmerilhando pra você hoje meu caro leitor. Resumindo, a canção destacada veio quebrando padrões com uma mistura de ponto de umbanda, letra ácida e rock ‘n roll para abalar a cabeça dos ouvintes da época. Seguindo esta mesma linha  temos a canção Metamorfose Ambulante que é considerado um dos grandes clássicos do cantor.

Não se pode deixar de destacar a parceria mais famosa da música brasileira que se iniciava com a canção citada acima: Paulo Coelho e Raul Seixas. Raul conheceu Paulo através de suas publicações místicas, na qual distribuía de forma independente uma revista que chamou a atenção do baiano. Após conseguirem estreitar os laços de amizade, se tornaram parceiros na criação de letras e ambos se tornaram famosos. A canção Metamorfose Ambulante tem todo um olhar filosófico sobre todas as coisas, mudar e fugir de padrões que eram instituídos naquele período –  ah, já ia me esquecendo, vivia-se em  1973, época de chumbo da Ditadura Militar e o cara fazendo músicas que atacavam o sistema vigente. O que vem a seguir é puro concreto que pesava nas mentes puritanas da sociedade brasileira.

Vamos agora pra uma música envolvente, A Dentadura Postiça e que tem um coro de cantos que diz: “Vai cair, vai cair…” que nada mais é que uma mistura de várias críticas ao famoso Milagre Econômico que durante o regime autoritário  foi defendido por muitos como uma forma positiva do regime militar, enfim, a história está aí para nos mostrar que nada isso tudo não foi bom e eu nem vou me alongar nesse assunto pois ele não é o foco desta resenha.

O disco segue com vários clássicos como: As Minas do Rei Salomão, A Hora do Trem Passar, Al Capone e Ouro de Tolo. Todas essas canções foram bem recebidas na época, a última até sendo muito elogiada por Caetano Veloso. Mais uma informação importante meus caros, o nome que dá título ao disco vem de uma frase dos quadrinhos do Tarzan. Resumidamente, era um grito de guerra do personagem que significa “Cuidado, ao vem o Inimigo!”. Clara alusão ao regime militar, não acham?

Não poderíamos deixar de falar de duas canções extraordinárias que compõem este disco: Al Capone e Rockixe. Pra mim são duas faixas clássicas e que todo fã de Raul em qualquer bar do planeta vão pedir e isso ao longo dos anos se tornou muito natural. Al Capone tem uma letra bem interessante que leva o nome do famoso criminoso homônimo que foi um contrabandista  de bebidas, entre outras atividades ilegais. O mais bacana é que os compositores brincam com várias figuras históricas na música como: Lampião, Jimi Hendrix, Jesus Cristo, etc. Resumindo, Paulo Coelho e Raul Seixas fizeram uma analogia com grandes nomes da história que sempre desafiaram tudo e todos e que não tiveram um fim muito bom, no fim é ressaltado que não precisa ser astrólogo para saber tudo isso. Analisando a música, parece que os compositores embarcaram em uma viagem (pode ser no duplo sentido mesmo!) e voltaram no tempo para narrar fatos históricos.

Já a faixa Rockixe é uma música que vejo como um manifesto panfletário do rock – basicamente um deboche em relação a sociedade conservadora brasileira. Aquele letra do tipo “vocês vão ter que me aguentar”, porque quando todos querem todos podem fazer muitas coisas juntos. Acho essa letra bem rock ‘n roll em um tempo que a musicalidade brasileira estava se estruturando.

O disco é considerado como uma das melhores obras do cantor (desculpem fãs) e até hoje é listado como um dos grandes discos de rock brasileiro. Eu poderia escrever mais parágrafos e parágrafos sobre este disco, mas não quero transformar essa matéria em algo massante, espero que eu tenha abordado os principais pontos desta obra prima chamada Krig-ha, Bandolo! e que você caro leitor tenha gostado. Abaixo temos o link para você ouvir o álbum inteiro do nosso eterno Maluco Beleza, Raul Seixas.

Faixas do Disco

1 –  Introdução: Good Rockin’ Tonight

2 – Mosca Na Sopa

3 – Metamorfose Ambulante

4 – Dentadura Postiça

5 –  As Minas do Rei Salomão

6 – A Hora do Trem Passar

7 – Al Capone

8 – How Could I Know (Love Was To Go)

9 – Rockixe

10 – Cachorro-Urubú

11 – Ouro de Tolo

Ouça o álbum Krig-ha, Bandolo! na íntegra.

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Toto – IV (1982)

Toto – IV (1982)

Olá pessoal, aqui estou eu, Bruno Machado para mais uma viagem no tempo, para mais um mergulho no mundo da música, mais precisamente no ano de 1982 – aaah como eu amo os anos 80. Hoje vou falar de uma grande banda e de seu maior álbum: Toto IV.

Confesso que passei a escutar mais a banda nos últimos meses, me bateu a vontade de conhecer mais sobre ela, saber quantos discos gravaram, qual a influência da banda pra década de 80 e se tiveram um álbum inigualável, foi aí que ouvi Toto IV. O grupo formado por David Paich (teclados e vocal), Steve Lukather (guitarra e vocal), Bobby Kimbal (vocal), Steve Porcaro (teclado), David Hungato (baixo) e Jeff Porcaro (bateria) fizeram a diferença no rock progressivo, introduziram um ar pop com teclados, sintetizadores e instrumentos de sopro, e fizeram com que seu quarto álbum de estúdio se tornasse uma obra prima.

Até chegar a este disco eu tinha ouvido apenas a faixa Africa do Toto – junto com os meus pais é claro – , e já achava que a canção tinha um contexto legal, videoclipe muito bacana, percussão marcante, além de vários integrantes do grupo soltando a voz. Posteriormente descobri que a faixa era do disco que estou falando hoje, pesquisei sobre ele e descobri faixas inacreditáveis, vocalizes excepcionais e os prêmios que a banda ganhou por este belo trabalho.

Todos que acompanham o blog AHD sabem que eu tenho uma grande paixão pelos anos 80, esse quarto álbum de estúdio do Toto foi lançado em 1982, saca só com quem lançou um álbum fodástico no mesmo ano: Michael Jackson. Sim meus queridos, Thriller (uma das primeiras matérias aqui postadas) foi lançado em 82, e digo mais, há uma semelhança muito estranha entre o videoclipe de Beat It e Rosanna, o que aproxima mais o disco do Toto com o do Rei do Pop.  E já que citei a primeira faixa do disco de hoje, vou falar mais sobre ela.

De cara Rosanna se tornou o hit mais famoso do álbum, a música foi escrita por Steve Porcaro em homenagem a sua namorada, a atriz Rosanna Arquete. Grandiosa, esse é o principal adjetivo que tenho pra essa faixa, uma mistura de leveza com solidez, de pop com rock, a verdadeira fórmula do sucesso. É fácil se encantar com a música pois ela traz guitarra com distorção, instrumentos de sopro, teclado, sintetizador, baixo e vozes em perfeita sintonia, é uma faixa longa mais que você não enjoa de ouvir, pra mim se caracteriza como uma obra prima do Toto.  Pra finalizar minhas considerações a canção faço questão de citar que a banda Weezer regravou Rosanna, e na minha visão a versão ficou legal.

Continuando a falar das faixas temos Make Believe, aquela balada romântica gostosíssima de ouvir, om saxofone já estalando no começo da música, guitarra extremamente marcante – Steve Lukather é fenomenal – , assim como as vozes que se apresentam. Posteriormente temos a faixa I Won’t Hold You Back, que eu juro que quando ouvi pela primeira vez achei que era uma canção do Air Supply – duo australiano formado por Graham Russel e Russel Hitchcock – pois ela começa com um piano bem dramático e posteriormente Lukather começa a cantar suavemente, é de arrepiar o cuidado com o que o Toto gravou as faixas desse álbum, essa em especial. O refrão é forte, com backing vocals certeiros e o instrumental dando aquele show.

Finalizando a primeira metade do álbum temos, Good For You e It’s A Felling, a primeira se caracteriza como mais uma balada gostosa, intensa e com a cara do Toto. A segunda começa com a percussão e o teclado dando as cartas, faixa marcante por ser mais dark , mais pra baixo, ou seja, não é tão contagiante como as primeiras faixas do álbum, mas também tem uma qualidade excepcional.

Agora vamos para segunda metade do disco meus caros, e já temos de cara Afraid Of Love – o comecinho da música lembra um pedaço da faixa Panamá do Van Halen -, agitando novamente e fazendo você crer de vez que o Toto não estava pra brincadeira, e que realmente queria entrar pra história com o seu quarto álbum de estúdio. Aliás, esse álbum pode ser facilmente entendido como um complicado, um disco de Hits da banda, mas não é. Quem já “sofreu” com isso foi o Pearl Jam com o Ten – primeiro álbum da banda de 1991 – que enganou muita gente também, mas era somente a primeira obra prima de Eddie Vedder e sua turma.

Antes de falar mais sobre as faixas do disco, gostaria de citar aqui os prêmios que a banda ganhou com esse excelentíssimo álbum no Grammy Awards: Álbum do Ano, Gravação do Ano – Rosanna, Produtor Do Ano – os próprios integrantes produziram o álbum – e Melhor Engenharia de Som de Álbum Não Clássico. É meus queridos leitores, os integrantes do Toto entraram no estúdio afim mesmo, e conseguiram conceber um dos maiores álbuns da década de 80, pelo menos na minha humilde opinião.

Voltando as faixas, We Made It é um lado B interessantíssimo também, e no refrão da música dá até pra pensar que é a banda Kiss. Pra fechar minha resenha gostaria de falar da faixa Africa, uma das faixas mais emblemáticas do disco, uma das músicas mais conhecidas da banda até hoje, videoclipe muito bacana, percussão marcante e claro, o conjunto das vozes dos integrantes dando vida ao refrão – a faixa também foi regravada pelo Weezer a pedido de seus fãs, também vale a pena conferir.

Bom pessoal, eu vou ficando por aqui, espero que vocês tenham gostado da matéria e que tenham aproveitado a viagem. Obrigado mais uma vez e até a próxima =D

Faixas do Disco

1 –  Rosanna

2 – Make Believe

3 – I Won’t Hold You Back

4 – Good For You

5 –  It’s A Feeling

6 – Afraid Of Love

7 – Lovers In The Night

8 – We Made It

9 – Waiting For Your Love

10 – Africa

Assista o videoclipe da faixa Rosanna

Ouça o álbum Toto – IV completo!

Ouça a versão de Rosanna com o Weezer.

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Tihuana – Ilegal (2000)

Tihuana – Ilegal (2000)

Salve salve galera, Bruno Machado na área pra mais uma matéria aqui no AHD, e hoje eu volto a falar do cenário nacional, de uma banda que de forma até acanhada ganhou espaço e trouxe um pouco de esperança ao rock nacional. Hoje temos Tihuana com seu primeiro álbum de estúdio, Ilegal.

No começo dos anos 2000 o rock ainda tentava se mostrar vivo, bandas como Titãs, Os Paralamas do Sucesso, Capital Inicial e Ira! buscavam novos rumos – gravando acústicos MTV por exemplo – e novos grupos surgiam com propostas diferentes, como: Detonautas Roque Clube, CPM22 e Tihuana. Bandas como Raimundos e Charlie Brown Jr já vinham ganhando terreno desde a metade dos anos 90.

O interessante do Tihuana é que a banda conseguiu produzir o disco com uma mistura envolvente entre distorção, bateria mais pegada, reggae e instrumentos de sopro.  Tudo isso somado ao entrosamento da banda, é claro, os integrantes não são espetaculares, foram do comum, mas fazem uma “arroz com feijão” sensacional, pra mim é um álbum redondinho, mostrando que eles tinham em mente alças voos maiores a partir de Ilegal. Pra completar o time temos Rick Bonadio, ele que anos 90 tinha produzido os Mamonas Assassinas, um cara que sempre gosta de garimpar novos talentos na música brasileira.

O fato é que o álbum chegou de fininho e acabou emplacando vários hits nas paradas radiofônicas, tais como: Praia Nudista, Tropa de Elite, Que Vez e Pula. Claro que você meu caro leitor deve estar pensando: Poxa Bruno, mas Tropa de Elite não foi feita para o filme homônimo em 2007? Errado meus queridos, a música havia sido escrita há 7 anos atrás e o real significado dela não tem nada haver com as ações do BOPE. O fato é que através do filme a música voltou as rádios e acabou atingindo um novo público.

Uma faixa que é um tanto quanto marcante nesse disco é Que Vez, ganhou videoclipe, e adivinhem onde ele passava todos os dias? Claro, na nossa saudosa MTV Brasil, uma produção super bacana e que conta com a participação de bolivianos tocando a música na flauta boliviana.

Bora falar das versões que estão presentes nesse primeiro álbum do Tihuana, são elas: Praia Nudista, Clandestino – que tem a participação do francês Manu Chao – e Summertime. Eu tenho em mente que fazer versões é legal, a maioria das bandas faz isso no início da carreira e é algo bem bacana, a não ser que a banda citada seja o Yahoo.

Minha relação com a banda ficou mais legal quando ela fez um show na Virada Cultural de 2016 em Araraquara, coincidentemente o show era comemorativo em relação ao lançamento do primeiro disco da álbum, o Ilegal. A única coisa que me decepcionou foi o fato de a banda não ter contratado músicos de instrumento de sopro, pra mim, um dos maiores destaques do disco. Fora isso, o show foi muito foda, energia contagiante e banda entrosada.

O lado B desse disco tem faixas bem interessantes e que claro fazem com que o álbum em si seja bom, destaco Te Gusta Tihuana e É Guaraná, nessas faixas a guitarra canta alto e as distorções fazem muita diferença. E por fim, Eu Vi Gnomos, que você meu caro leitor já imagina qual seja o contexto da canção.

A banda encerrou as atividades no ano passado, eles haviam gravado um último álbum em 2013, o Agora é Pra Valer, que conta com o single Minha Rainha – faixa que tem um videoclipe bem legal e conta com as participações de Dinho Ouro Preto (apenas atuando) e Digão (esse sim cantando). Escolhi destacar o álbum Ilegal do Tihuana pois foi o primeiro e da banda e ajudou muito no crescimento da mesma, porém, eu indico que você caro leitor do AHD também ouça o Um Dia de Cada Vez (2006), disco que é mais melódico eu diria, contém letras fantásticas e mostra um lado da banda que talvez você ainda não conheça.

Bom meus queridos, por hoje é isso, espero que vocês tenham gostado da matéria e que continuem acompanhando o nosso blog. Valew pessoal, até a próxima 🙂

Faixas do Disco

1 –  Praia Nudista

2 – Pula

3 – Taca Fogo

4 – Que Vez?

5 –  Te Gusta Tihuana?

6 – Ilegal

7 – Tropa de Elite

8 – Clandestino

9 – Sumertime

10 – R. T.

11 – É Guaraná

12 – Eu Vi Gnomos

Confira o videoclipe da faixa Que Vez