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Kiss – Destroyer (1976)

Kiss –  destroyer (1976)

Salve salve meu queridos leitores do site A História do Disco, eu Bruno Machado estou a postos novamente para falar de mais um grande álbum da história do rock n roll, admito que demoramos um pouquinho para trazer essa banda aqui pro AHD, mas garanto à vocês que a espera valeu a pena! O disco que ganhará destaque na matéria de hoje é considerado um dos maiores da carreira do Kiss, e eu garanto que pelo menos uma música desse álbum você já ouviu na sua vida.

Como quase todo mundo sabe o Kiss é uma das bandas mais folclóricas do mundo do rock e passou por inúmeras fases e formações em sua longa carreira. O grupo teve início nos anos 70 e o álbum Destroyer é o quarto álbum de estúdio da banda estadunidense. O quarteto ganhou o reforço do produtor Bob Ezrin, que acabara de fazer grandes trabalhos produzindo Lou Reed e Alice Cooper, o mesmo via muito potencial na banda por conta dos discos anteriores e também por como o Kiss mexia com a juventude. Os integrantes eram extremamente excêntricos para a época já que pintavam o rosto, usando salto plataforma e roupas coladas ou mesmo abertas no peito. O lado bom da maquiagem no rosto é que escondia a feiura dos integrantes do Kiss!

Bom, depois de descrever um pouco a banda darei destaque neste parágrafo à algumas faixas desse maravilhoso álbum. o disco começa com a grandessíssima canção Detroit Rock City, que na minha humilde opinião é uma das maiores obras do Kiss, e antes da faixa começar rola um trechinho de Rock And Roll All Nite como se duas pessoas tivessem entrando em uma Pickup e ligando o rádio para ouvir a banda. Vale e muito citar que Detroit Rock City tem solos de guitarra flamenca, uma das coisas mais fantásticas que já ouvi na música até hoje e pra mim é um dos maiores hinos da história do rock! Posteriormente temos King Of The Night Time World, outra canção bem marcante desse álbum, destaque para a bateria, pro baixo e claro pos vocalizes que só a galera do Kiss nos proporciona.

Não posso me esquecer de citar que o sucesso da banda também se dá pela parceria de Paul Stanley e Genne Simmons, grandes compositores, instrumentistas e cantores também. Será que dá pra comparar com duplas como: Lennon e McCartney, Roger Waters e David Gilmour ou até mesmo Noel e Liam Gallagher? Voltando ao Kiss, pra mim Paul Stanley é um dos maiores vocalistas de todos os tempos, ele tem uma afinação fenomenal, alcança notas altíssimas e também tem uma presença de palco invejável. Simmons por sua vez é o integrante extravagante do Kiss, é um dos que mais encarna o personagem em cima do palco nos shows da banda.

Outro fato interessante desse álbum é a incursão de “Pathétique”, de Beethoven na faixa Great Expectations, ideia de Bob Ezrin. Não há dúvida de que o produtor teve uma dedicação ímpar em relação ao quarto álbum de estúdio do Kiss, muitas vezes a arte de arriscar diferencia discos comuns de discos conceituais. Além de tudo isso já citado em nossa resenha, o álbum ganhou ainda mais destaque pela capa, uma pintura expressiva de Ken Kelly, primo do artista Frank Frazetta.

Bom, voltando as faixas destaco God Of Thunder, canção escrita por Paul Stanley mas interpretada por Gene Simmons. Outra música que tem um peso e que gera uma identidade quase que instantânea com o conceito do álbum. E pra coroar o álbum ainda temos uma balada romântica indispensável, Do You Love Me?, que entrou junto com a canção Beth no Unppluged MTV da banda gravada em 1995. Outra canção que merece muito destaque é Shout It Out Loud, faixa aliás que também conta com a colaboração de Bob Ezrin na composição. Também se caracteriza como uma música marcante na carreira do Kiss, pela sua batida, pelo riff das guitarras e pelo refrão chiclete.

A formação original do Kiss, que aliás compõe esse álbum, durou sete anos, e foi com ela que nasceu as pinturas nos rostos de cada integrante. E acreditem, para cada uma há uma explicação para o personagem criado. Ao fim dessa resenha deixaremos um link de uma matéria que a Super Interessante fez sobre a maquiagem utilizada pelo Kiss. E antes que eu me esqueça, segue a formação do Kiss no álbum Destroyer: Paul Stanley (voz e guitarra), Genne Simmons (voz e baixo), Ace Frehley (guitarra) e Peter Criss (voz e bateria).

Bom meus caros, eu vou ficando por aqui e espero que vocês tenham gostado da resenha. Na minha opinião o Kiss é uma das bandas mais importantes da história do rock, então nada mais digno que trazer ela pra AHD não é? Mais uma vez, obrigado por acessarem nosso site e até a próxima 😉

 

Faixas do Disco

1 –  Detroit Rock City

2 – King Of The Night Time World

3 – God Of Thunder

4 – Great Expectations

5 – Flaming Youth

6 – Sweet Pain

7 – Shout It Out Loud

8 – Beth

9 – Do You Love Me?

Leia matéria sobre o significado das pinturas no rosto de cada integrante do Kiss!

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o álbum na íntegra, porém você pode

encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!

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Detonautas Roque Clube – 2002

Detonautas Roque Clube – 2002

Olá meus queridos leitores do site A História do Disco, eu Bruno Machado estou de volta para falar mais uma vez da música brasileira, vamos pro começo dos anos 2000 – que pra mim parece que foi ontem – onde várias novas bandas voltadas para o rock surgiram trazendo consigo bons materiais autorais. Por isso eu escolhi falar do primeiro álbum do Detonautas Roque Clube, que conseguiu lançar um primeiro disco de estúdio com muita qualidade e vários hits radiofônicos.

Já em seu primeiro álbum o Detonautas teve a Warner Music como sua casa e Fernando Magalhães como seu produtor – esse que na época já era guitarrista do Barão Vermelho. Também vale citar que o grupo teve o apoio de Gabriel O Pensador, já que Dj Cleston já havia feito parte do grupo de sua trupe. Inclusive no Ao Vivo MTV gravado por Gabriel temos Cleston e Fernando Magalhães junto no palco. Posteriormente vou falar mais do DJ Cleston e suas façanhas no inesquecível torneio Rockgol da MTV.

Bom, e já que citei a nossa amada MTV no parágrafo acima nada mais justo que citar duas faixas deste álbum que ganharam destaque no canal brasileiro: Outro Lugar e Quando O Sol Se For. E digo mais, ainda tínhamos nesse mesmo período o programa ClipMania na Rede Bandeirantes, apresentado por Sabrina Parlatore que também dava destaque aos clipes do Detonautas Roque Clube. As duas canções também foram sucesso nas rádios e foram o cartão de visita da banda para o público, principalmente por trazer um modelo de rock simples e eficaz. A banda nunca se mostrou como um ponto fora da curva, nada fora do comum, porém foi realmente a questão da receita básica do rock que fez com que o grupo se estabelecesse. Outra canção que ganhou videoclipe foi Olhos Certos, uma balada romântica que tem uma letra muito bonita por sinal. No videoclipe temos o vocalista Tico Santa Cruz sendo representado por um pequenino boneco ventríloquo, até o piercing na sobrancelha e as tatuagens os criadores do boneco não deixaram passar. Vale muito a pena conferir tanto pela arte visual quanto pela qualidade da canção.

O Detonautas realmente caprichou no conceito de seu primeiro álbum de estúdio, quando você ouve o disco todo pela primeira vez já dá pra entender que ele é um cartão de visita da banda, sente-se e muito o uso de elementos diferentes como a pick up do Dj Cleston, uma guitarra mais pesada e a outra trabalhando no dedilhado ou mesmo em um riff, e ainda batera e baixo bem alinhados em cada faixa. Aproveitando a deixa, citarei o nome dos integrantes do grupo: Tico Santa Cruz (vocal), Rodrigo Netto (guitarra e vocal), Renato Rocha (guitarra), Tchello (baixo), Dj Cleston (pick up e percussão) e Fábio Brasil (bateria).

Agora vou destacar duas faixas que não se sobressaíram tanto, pelo menos não na época de lançamento desse álbum: No Way Out e Nem Me Lembro Mais. A primeira citada é a canção que abre o disco, tem uma batida legal, guitarras virtuosas, efeitos quase que delirantes e letra falando de uma relação aparentemente complicada, algo que se tornaria uma marca posteriormente das composições de Tico Santa Cruz. A canção Nem Lembro Mais eu apenas conheci no álbum acústico da banda lançado em 2009, lembro até que quando ouvi a mesma pela primeira vez achei que era uma faixa inédita do álbum, depois pesquisando o primeiro álbum do Detonautas eu conheci a versão original da música. Aliás, é uma das canções da banda que eu mais gosto, pois sinto que ela tem um ar sentimental muito forte, e vale a pena conferir as duas versões da faixa, tanto a desse disco como a do acústico.

Antes de falar mais sobre as faixas desse disco, eu gostaria de citar um pouco da discografia do Detonautas Roque Clube, já que admito que fiquei numa indecisão muito grande em relação a qual álbum da banda trazer aqui para o AHD. Os que eu tenho em minha coleção são: O Retorno de Saturno (2008) – primeiro álbum sem Rodrigo Netto – e o Detonautas Acústico (2009). Os dois são excelentes, O Retorno de Saturno aliás tem um conceito super definido, é bem dark e tem uma tremenda qualidade sonora, o Acústico tem uma superprodução que conta com Marcelo Sussekind, canções inéditas que se destacaram nas rádios e traz à banda um novo integrante, Phil. Além desses dois álbuns citados, Roque Marciano (2004) e Psicodeliaamorsexo&distorção (2006) também merecem destaque, são excelentes álbuns que vieram recheados de hits e fizeram com que a banda se mantivesse no topo.

Voltando ao primeiro álbum de estúdio do Detonautas temos a faixa Ei Peraê!!!, mais uma boa mistura de elementos, riff marcante e refrão com cara de rock mesmo. Na mesma pegada temos O Bem e o Mal, a canção começa com Rodrigo Netto no violão e na voz, posteriormente a música ganha força com a guitarra de Renato Rocha e a voz de Tico Santa Cruz. Infelizmente o guitarrista Rodrigo Netto não teve a chance de seguir sua carreira junto ao Detonautas pois foi assassinado em 4 de Junho de 2006 ao tentar reagir a um assalto na Zona Norte do Rio de Janeiro, assim como o DJ Cleston, Rodrigo Netto foi uma figura icônica no campeonato denominado Rockgol que era organizado pela MTV Brasil. Pra mim uma das canções mais bonitas da carreira do Detonautas Roque Clube é Tudo Que Eu Falei Dormindo, e a mesma foi composta e interpretada originalmente por Rodrigo Netto no álbum Psicodeliaamorsexo&distorção de 2006, vale muito a pena conferir.

O primeiro álbum da banda ainda conta com uma faixa de protesto bem interessante, Ladrão De Gravata, onde o grupo carioca faz uma singela homenagem aos políticos brasileiros que usufruem do seu posto apenas para encher o bolso de dinheiro e enganar o povo. A versão de estúdio dessa música ainda é “leve” perto da versão do DVD Roque Marciano Ao Vivo de 2004, onde os integrantes até malham um Judas travestido de político.

Bom meus queridos leitores, eu vou ficando por aqui e espero que vocês tenham gostado da resenha de hoje. Valew, até mais!

Faixas do Disco

1 –  No Way Out

2 – Outro Lugar

3 – Quando O Sol Se For

4 – Ei Peraê!!!

5 – Olhos Certos

6 – Nem Me Lembro Mais

7 – O Bem e o Mal

8 – Ladrão De Gravata

9 – Mais Além

10 – Que Diferença Faz

11 – Outro Lugar -Versão Especial

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o álbum na íntegra, porém você pode

encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!

Confira o videoclipe da faixa Olhos Certos.

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Silverchair – Freak Show (1997)

Silverchair – Freak SHow (1997)

Olá amigas e amigos do site A História do Disco, tudo bem com vocês? Espero que sim. Meu nome é Flávio Oliveira e venho aqui para bater um papo sobre mais um disco. Hoje vamos falar de uma banda que remete aquele saudosismo da MTV que nos marcou durante os anos 2000. Quem viveu essa época sabe muito bem do que estamos falando. Vários programas interessantes sobre bandas, videoclipes, humor com Hermes e Renato e o programa mais esperado do ano: a premiação do VMB. A MTV de 2019 não passa de um canal que reproduz um emaranhado de séries que quem não teve contato com o canal na época que me referi, vai associar ao canal VH1 da vida. Mas deixando de lado o saudosismo, vamos ao que interessa. Hoje vamos falar sobre um disco que marcou os anos 90 Pós Nirvana. O site AHD trás o disco Freak Show de 1997 da banda Silverchair.

O álbum Freak Show é o segundo da carreira da banda que é formada por Daniel Johns, Chris Joannou e Ben Gillies. O Silverchair surgiu em 1992 com os amigos da escola, durante a passagem dos integrantes pelo ensino fundamental. No começo a banda despontou com uma sonoridade grunge – algo bem normal pra época. O grupo de Daniels passou por diversas transformações ao longo da carreira, a cada álbum isso ficava mais explícito. No início o Silverchair era um quarteto e os rapazes faziam covers do Black Sabbath, Led Zeppelin e afins. Nesta época eles haviam formado o Innocent Criminals, tempos depois Tobin Finnane mudou-se do país por conta do trabalho de seu pai e assim a banda virou um Power Trio organizado da seguinte forma: Daniel Johns (guitarra e vocais), Bem Gillies (bateria) e Chris Joannou (baixo). A banda chamou atenção de alguns jornais locais e os integrantes começam a compor suas próprias canções. A popularização da banda trouxe resultados positivos: um contrato com uma gravadora, a Sony Music. Por isso em 1995 a banda lança seu álbum de estreia, o Frogstomp, álbum que tem um sapinho na capa. Vale ainda ressaltar que antes da fama a banda vinha se destacando em festivais locais, ganhando prêmios e também mostrando que eles não vinham para brincadeira. Outra coisa que merece ser mencionada é como surgiu o nome da banda. Por muitos anos o nome do grupo veio sendo associado a erro com a escrita da escrita “Silver Chair” retirada da canção Sliver do Nirnava e Berlin Chair do You I Am. Em 2007 os integrantes assumiram de onde realmente veio o nome do grupo. O nome veio da banda veio do livro de C.S. Lewis, As Crônicas de Nárnia, a cadeira de prata do original: The Chronicles Of Narnia: The Silver Chair.

O primeiro álbum do Silvechair teve uma boa recepção do público e alcançou sucesso, mas hoje no AHD vamos falar sobre o segundo álbum da banda. Com o sucesso do primeiro álbum ainda na sombra dos rapazes, eles decidiram gravar seu segundo disco, que levaria o nome Freak Show. O título é bem peculiar e sugestivo, pois nos lembra aqueles espetáculos de horrores circenses que datam fins do século XIX e início do século XX. Com temas que abordam raiva e distanciamento que a banda queria do primeiro disco, Freak Show recebeu disco de platina nos Estados Unidos e conseguiu colocar quatro compactos nas 10 Mais da Austrália com as canções: Freak, Abuse Me e Cemetery. O compacto The Door ficou na 25ª colocação.

O disco começa com uma pegada pesada que já mostra a banda com uma sonoridade bem agressiva. A sensação no início do álbum é que você está ouvindo um disco inédito do Nirvana, seja pela agressividade dos três integrantes ou pelas melodias que seguem quase que um padrão “Kurt Cobain”. Esse quase padrão fica mais nítido quando ouvimos a canção Lie To Me que é parecidíssima com Territorial Pissings do álbum Nevermind. Canções como Abuse Me e Freak são bem conhecidas do álbum. Em minha opinião, vejo a banda em excelente estado de espírito, no qual a química é notada a cada faixa. Depois do término do Nirvana, ficou um vácuo muito grande, mas aí veio o Silverchair e mostrou que outras bandas vinham para quebrar tudo.

A origem da capa desse disco também é bem macabra! A foto de um menino inocente e fofinho é originalmente de uma atração de circo real! O garoto da capa Grady Franklin Stiles Jr., nascido em 18 de Julho de 1937. Ele sofria de uma doença conhecida como ectrodactilia, que consistia na má formação dos dedos dos pés e das mãos. Quem nascia com essa deformação era chamado de homem lagosta. Não podemos deixar de mencionar a série norte-americana American Horror History, na temporada que aborda estes espetáculos bizarros. A quarta temporada de AHS apresenta a história ambientada em Júpiter, Flórida nos EUA e tem como temática central um dos poucos shows de aberrações que datam o ano de 1952, e na qual os donos desses espetáculos mantém seus conflitos entre os circenses e as “forças do mal”. Bom, quem tiver curiosidade vai perceber que existem várias referências na série, inclusive o ator Evans Peters sendo o homem lagosta, o personagem Jimmy Darling.

Pessoal, só para finalizarmos, o Silverchair evoluiu musicalmente e meio que acabou transformando seu modo de tocar. Os álbuns posteriores, Neon Ballroom de 1999, Diorama de 2002 e Young Modern de 2007 evidenciam muito essas transformações. Em suma, a banda é odiada por alguns e amada por outros, fica aí uma questão que envolve afinidades pessoais. Particularmente, eu acho que a banda evoluiu e partiu para composições um pouco mais complexas , deixando de lado riffs pesados e procurando explorar músicas que envolvessem maior complexidade e o uso de outros instrumentos – como uma orquestra. A criação nunca deve ser julgada, pois é fruto de um processo individual e intimista que é reflexo do que o seu autor no momento da criação. E se tratando de música, sempre vai ter uma galera que vai curtir e outra que não, algo totalmente natural. Hoje a banda vive uma pausa longa e cada um de seus integrantes tem seus próprios projetos . Daniel Johns, vocalista da banda, tem um projeto musical envolvendo música eletrônica e o meio musical pop. Mudanças radicais não é meus amigos?

Galera, espero que tenham gostado da resenha e que vocês ouçam esse disco. Vale a pena, pois além de fazer a gente lembrar um pouquinho da MTV, nos faz repensar de década de 1990, na qual pensamos que depois de 1994 e com o pós-Nirvana, o mundo musical teria acabado; a resenha deste álbum mostra o contrário, não é? Um forte abraço galera,  até mais!

Faixas do Disco

1 –  Slave

2 – Freak

3 – Abuse Me

4 – Lie To Me

5 – No Association

6 – Cemetery

7 – The Door

8 – Pop Song For Us Rejects

9 – Learn To Hate

10 – Petrol & Chlorine

11 – Roses

12 – Nobody Came

13 – The Closing

Ouça o álbum Freak Show na íntegra!

Confira o trailer da 4ª Temporada de AHS.

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Pato Fu – Isopor (1999)

Pato fu – Isopor (1999)

Salve salve meus queridos leitores do site A História do Disco, quem vos lhe escreve é Bruno Machado, demorei mas voltei para trazer mais uma banda nacional que deixou sua marca nos anos 90 e 2000. Hoje vou destacar o quinto álbum de estúdio da banda mineira, Isopor, de 1999.

Confesso que há muito tempo tenho vontade de escrever uma matéria sobre o Pato Fu, que pra mim foi uma das mais gratas surpresas da músicas brasileira do fim dos anos 90 e começo dos anos 2000. Sempre me chamou atenção as várias canções do grupo que eram cheias de sentimento, bons arranjos musicais e questões adolescentes e também sociais. Além disso, o timbre e a afinação de Fernanda Takai são excepcionais, uma voz doce e ímpar que surpreende os amantes de música até hoje.

Confesso que não sou um expert quando o assunto é a discografia do Pato Fu, mas sempre acompanhei os hits do grupo e por isso tive o cuidado de dar uma estudada e sentir qual foi o disco mais engajado da banda, pelo menos na minha humilde opinião. O álbum Isopor traz uma boa fórmula: vários hits, arranjos bem diferentes e um Lado B feroz.

Primeiramente destaco Made In Japan, a banda teve a audácia de gravar uma música em japonês, e digo mais, a canção é muito boa e tocou nas rádios brasileiras sem nenhum problemas. A faixa ainda ganhou videoclipe, e o mesmo também teve destaque na MTV brasileira. Posteriormente temos a canção que dá nome ao disco, Isopor, faixa altamente subversiva e que contrasta com a delicada voz de Fernanda Takai, o baixo com distorção e com uma linha hipnotizante fazem com que você fique bem vidrado do começo ao fim da música.

Voltando ao lado A temos, Depois, um pop que conta com um riff marcante e um refrão chiclete. O tipo de música que fica durante semanas e semanas nas paradas radiofônicas e o dia todo na nossa cabeça. Mais uma vez o baixo conta com uma distorção e uma linha que dá o swing preciso pra canção. A quarta faixa é Um Ponto Oito, confesso que antes de ouvir esse álbum eu nunca tinha ouvido essa música, se caracteriza como rock e não trás nenhuma formula pronta em relação a uma canção comercial, não trás repetição de estrofes, mas sim boas reflexões a cada frase.

Na canção Imperfeito o Pato Fu nos leva até os anos 60, a pegada é muito Jovem Guarda, desde a roupagem da música até a letra. Você consegue ouvir o refrão e imaginar Fernanda Takai como uma integrante do movimento citado acima, o teclado também é muito marcante assim como os vocalizes. Já em Morto, o guitarrista John Ulhoa solta a voz nesta canção que traz uma crítica social bem sagaz e faz com que você ouvinte pare pra pensar em certas coisas.

Antes de continuar falando das faixas desse disco eu gostaria de citar como surgiu o nome da banda. Um dos integrantes viu um gibi do Garfield em que o mesmo diz: Eu sei Gato-Fu! A partir daí os integrantes do grupo só trocaram o animal, no caso Pato e deram o nome à banda.

Voltando as canções desse grande álbum temos, O Filho Predileto de Rajneesh, que é um breve recado para os machões de plantão que temos em nossa sociedade. A música em 1999 já fazia muito sentido, hoje faz mais ainda. O arranjo é um prazer a parte, pra quem gosta de um rock com toques de pop é um prato cheio. Posteriormente temos a principal faixa do disco, Perdendo Os Dentes, canção que conta com uma letra excepcional que faz com que você entenda tudo o que passou na adolescência, toda vez que eu ouço ela aliás, um filme passa na minha cabeça. Acredito que hoje o que mais sentimos falta na música, num contexto geral, são canções que nos façam refletir ou lembrar de determinados períodos de nossa vida. A roupagem da música também faz a diferença, um pop leve e envolvente. Um sucesso radiofônico que com certeza ficará pra sempre na memória dos jovens do ano de 1999.

Ainda temos neste álbum a canção Olimpíada 2000, alguns não vão se lembrar mas em 2000 tivemos as olimpíadas foram disputadas em Sidney e o Pato Fu fez essa música para embalar a equipe brasileira na competição.

Bom meus queridos em suma é isso, quis trazer pra vocês um pouco do que foi o Pato Fu com seu grande disco Isopor de 1999. Vale muito a pena ouvir os outros álbuns da banda que trazem vários sucessos e também belíssimas regravações de clássicos da Legião Urbana e também dos Mutantes. O último projeto do grupo foi Música de Brinquedo, também vale muito a pena conferir a genial ideia do grupo mineiro.

Eu vou ficando por aqui pessoal, espero que vocês tenham gostado da matéria, até a próxima 😉

Faixas do Disco

1 –  Made In Japan

2 – Isopor

3 – Depois

4 – Um Ponto Oito

5 – Imperfeito

6 – Morto

7 – O Filho Predileto Rajneesh

8 – Perdendo Os Dentes

9 – Saudade

10 – O Prato Do Dia

11 – Quase

12 – Olimpíada 2000 – Faixa Bônus

Curta o videoclipe da faixa Depois.

Ouça o álbum Isopor na íntegra!

Confira a faixa bônus Olimpíada 2000.

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The Police – Synchronicity (1983)

The Police – Synchronicity (1983)

E aí galera do A História do Disco! Hoje continuaremos com aquela série que intitulei – neste exato momento aliás – de: Os Anos da Minha Vida. Acho que esse nome ficou bom, haha. O ano é 1983, o disco é gigante. Talvez o melhor disco daquele ano. Pra ser ter uma ideia, o álbum desbancou Thriller, de Michael Jackson, do topo das paradas americanas. Deu pra sentir o drama, né? O nome desse feito é Synchronicity, da banda inglesa The Police.

Nos programas antigos – sim, A História do Disco também é um programa de rádio – antes gravado e exibido pela rádio Planeta Verde FM e atualmente pela rádio, streaming e site Rádio Rock On Line – www.radiorockonline.com.br – do nosso amigo e incentivador Gustavo Troiano, falamos de como é difícil uma banda ir se superando, evoluindo, ainda mais quando ela já está em seu quinto disco. Com o Police foi assim, sabem aquela história de terminar no auge, por cima? Foi isso que ocorreu com essa ótima banda. Synchronicity (1983) foi o quinto e último disco desse ótimo power trio formado por Sting (baixo e vocal), Andy Summers (guitarra) e Stewart Copeland (bateria e percussão), mas o motivo do término não foi planejado dessa forma, infelizmente as desavenças pessoais entre Sting e o restante da banda colocaram um fim na maior banda inglesa do ano de 1983.

A relação entre os integrantes da banda já não vinha bem desde seu disco anterior Ghost In the Machine (1981), fazendo o ano de 1982 ser sabático para o Police, não necessariamente para seus integrantes, cada qual desenvolveu um trabalho solo. Sting atuou em dois filmes, Summers gravou um disco e Copeland contribuiu para algumas trilhas sonoras.

Tempo dado, mentes limpas e arejadas, hora de gravar um novo disco em paz e harmonia – #sqn. Sting sempre foi um ótimo artista, tudo que fazia dava certo, meio Midas, seja cantando, tocando ou atuando. Cada vez que dava mais certo pra ele, mais narcisista, egocêntrico ele ficava. A gota d’água veio nas gravações deste disco, mais precisamente nas gravações – na minha opinião – da maior canção que o Police já fez, sim, estou falando de Every Breath You Take. Sting e Copeland “saíram na mão”, o produtor, Hugh Padgham, pediu demissão mas no final acabou voltando atrás ficando até o final das gravações do disco. Após o incidente, Padgham resolveu separar os integrantes e colocá-los em salas diferentes para gravarem suas “partes” do restante do álbum. Independente de quão bom seria o álbum, estava configurado que aquele seria o disco final do Police.

Synchronicity (1983)

Com certeza Synchronicity é o álbum mais expansivo que o The Police criou, nele encontramos influências de diversos estilos musicais, está lá ainda o reggae, tem também traços do pop, new wave, jazz e claro que não podia faltar sintetizadores. A utilização de diversos elementos musicais nos propiciou ótimos arranjos, Sting e companhia também capricharam nas letras e nos vocais. Depois de uma “bela escutada” percebemos que Synchronicity é um álbum único e totalmente sincronizado com seus criadores.

A primeira música do disco leva também o nome do disco acrescentado do algarismo romano I – Synchronicity I – tudo isso porque teremos, mais à frente mais uma música com o mesmo nome. Em todas as pesquisas feitas e na tradução da própria letra Synchronicity veio da influência que Sting tinha – à época – sobre a Teoria da Sincronicidade, baixo e bateria marcados e um Sting cantando Synchronicity por toda canção martelando em nossa cabeça.

A segunda faixa Walking In Your Footsteps começa com uma percussão marcante, alguns elementos que não vimos em discos anteriores, Sting cantando uma analogia entre dinossauros e humanos rumando para seu fim, o ponto alto é a guitarra de Summers emulando o choro ou grito de um dinossauro.

O My God é marcada pelo ótimo baixo de Sting, cheio de groove, vale destacar também o solo de sax, feito pelo mesmo, no final da música. Em Mother, composta por Andy Summers, escutamos o Police mais fora da casinha de todos os discos. Miss Grandeko é uma música de Copeland curta e mais ritmada. Synchronicity II é a primeira de uma trinca de sucessos tocados exaustivamente, com um videoclipe bem futurista e musicalmente o Police sendo Police.

Começando o Labo B do disco, a “cereja do bolo” de toda discografia da banda, aquela que mais fez sucesso, que mais vendeu, que mais trouxe novos fãs ou pelo menos curiosos para a banda, Every Breath You Take, baixo e bateria numa marcação perfeita, riff de guitarra marcante, um belo vocal de Sting, uma letra que revela a obsessão de um homem por uma mulher, nessa época Sting tinha acabado de se separar, a letra me faz lembrar uma série da Netflix chamada Você, cabe perfeitamente para o protagonista da série.

King Of Pain é mais uma música que Sting fez no período de separação, melodia e letra mais deprê do que o usual na carreira da banda, na verdade o lado B inteiro do disco é menos intenso que o lado A. Wrapped Around Your Finger é mais uma bela canção que Sting fez após o final de seu relacionamento, o Skank fez uma versão dela chamada Estare Prendido En Tus Dedos. Tea In The Sahara tem uma levada de jazz e encerra o disco de maneira impecável. A versão em CD conta com um bônus, Murder By Numbers, mais uma bela canção, leve e em tom de jazz, Sting relembrando seu passado.

Não saberíamos o futuro que esperaria esse power trio inglês após o seu melhor disco, para eles o céu seria o limite, mas não podemos negar que terminar uma carreira cheia de sucessos com a sua melhor obra é terminar em grande estilo, uma pena a forma que foi.

Sempre entro naquele clichê de fim de resenha, mas sempre com a mais pura vontade de ter tentado acender uma pequena fagulha de curiosidade em quem nunca escutou o disco e de ter agradado aquele que tem o disco entre seus preferidos. Um abraço à todos e até a próxima resenha aqui no A História do Disco!

Discos de 1983 que possivelmente falaria:

War – U2
Let’s Dance – David Bowie
Murmur – R.E.M
Kill ‘Em All – Metallica

Faixas do Disco

1 –  Synchronicity

2 – Walking In Your Footsteps

3 – O My God

4 – Mother

5 – Miss Gradenko

6 – Synchronicity II

7 – Every Breath You Take

8 – King Of Pain

9 – Wrapped Around Your Finger

10 – Tea In The Sahara

11 – Murder By Numbers

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o álbum na íntegra, porém você pode
encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!

Confira o videoclipe da faixa Every Breath You Take

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Clube da Esquina – 1972

Clube da esquina – 1972

Olá amigos do AHD, tudo bem com vocês? Aqui é o Flávio Oliveira, faz tempo que não escrevo por aqui e já estava com saudade desse nosso contato musical.

Iniciamos 2019 cheio de mudanças (mais ruins do que boas), mas tocaremos nossas vidas assim como der. Faz um tempo que venho me planejando para falar sobre este disco que marcou e ainda marca gerações, que é o Clube da Esquina de 1972. O fato de ter reforçado a ideia de querer escrever sobre este disco, foi a trágica notícia envolvendo o fotógrafo Cafi. Mas o que um fotógrafo tem a ver com o início de minha matéria? Tudo. Cafi foi responsável por mais de 300 capas de discos da MPB e imortalizou momentos como “o disco do tênis” de Lô Borges e a capa deste disco que vou conversar com vocês. A capa do disco do Clube da Esquina é um assunto a parte e que merece destaque também neste marco na história neste marco da Música Popular Brasileira. Então, vamos direto ao assunto!?

Se vocês procurarem na internet “Clube da Esquina” vão ler que se trata de um movimento musical formado por jovens músicos e compositores, além do magnífico Milton Nascimento – conhecido como Bituca pelos mais íntimos. Na verdade, o Clube da Esquina foi um trabalho coletivo envolvendo jovens mineiros juntamente com Milton. Os músicos e compositores que integraram esse timaço eram: Lô Borges, Beto Guedes, Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Flávio Venturini, Tavinho Moura, Toninho Horta e Murilo Antunes. Estes rapazes além de letristas/poetas, eram também arranjadores musicais. A história desse grupo de amigos se fortaleceu na linda amizade que Milton Nascimento estabeleceu na “casa dos Borges” como o próprio cantor afirma em entrevistas. Os irmãos Borges (Marilton, Márcio e Lô) eram todos músicos e compositores, moravam no bairro Santa Tereza em BH. Milton foi morar em Belo Horizonte depois de ter saído da cidade de Três Pontas (MG), onde tocava em bandas de baile ao lado do pianista Wagner Piso. Portanto, em 1963 os irmãos Borges e Bitucam já haviam iniciado essa grande parceria musical. Nascimento já tinha uma carreira feita,já era um músico da noite e até tinha gravado um disco com algumas canções próprias, tendo uma sido gravada pela cantora Elis Regina.

Os grandes amigos viviam sentados em uma esquina tocando suas canções, ficavam ali unidos também para conversarem sobre a vida. Essa relação com a esquina tem um motivo específico, pois toda vez que alguém decidia procurar os rapazes a mãe dos Borges dizia que eles estavam todos ali na esquina tocando violão. Essa ideia então foi captada e transformada em um projeto a partir do convite de Milton Nascimentos aos amigos. O disco se tornou duplo contém uma mescla de gêneros musicais, o que torna esse LP uma preciosidade que dispensa comentários muito articulados, basta você ouvir para comprovar.

A primeira vez que ouvi este disco foi com a faixa “Tudo Que Você Podia Ser”, no qual a letra é explosiva e com um grande peso poético, faixa aliás que abre esse disco de quatro lados. O que me chama muito a atenção é o lirismo proposto pelos compositores. Esse álbum é perfeito para ouvir em uma viagem de carro – tive essa experiência e posso assegurar para vocês, é demais – , na qual uma viagem se estabelece dentro de outra viagem musical. Para muitos críticos o disco ultrapassa o movimento baiano-paulista Tropicália e isso pode gerar alguns conflitos de ideias, mas o que menos quero aqui é despertar estes tipos de desavenças. O Clube da Esquina foi um trabalho coletivo envolvendo todos os jovens citados, enquanto uns iam compondo letras, outros faziam arranjos musicais. O disco foi lançado em 1972 e serviu de apoio também para os dois grandes artistas que posteriormente gravariam álbuns solo: Beto Guedes e Lô Borges.

A mistura de música brasileira contendo samba e letras que abordam o Estado de  Minas Gerais juntamente com lindas melodias de jazz e músicas hispânicas compõem a riqueza magistral desse álbum. O talento musical dos irmãos Borges demonstra a ousadia desses rapazes – vale lembrar que Lô Borges era um rapaz de 18 anos que compunha e tocava suas próprias músicas. Para mim o mais intrigante neste disco é a ousadia de mesclar todos os gêneros (acima citados) e ritmos com The Beatles, a grande influência entre todos os integrantes da banda. Este disco nos revela a ousadia  de misturar elementos da música erudita com a popular, tal divisão que sempre foi motivo de polêmica na cultura brasileira, isso contribui de certa forma para agregar e enriquecer mais a música popular brasileira.

O disco contém faixas clássicas como a que mencionei anteriormente (Tudo Que Você Podia Ser), mas também existem outras faixas que merecem destaque, como por exemplo: “Um Girassol Da Cor De Seu Cabelo” – essa música me lembra muito ” A Day In The Life” dos Beatles), “Trem Azul”, “Nuvem Cigana”, “Paisagem Da Janela” e a excelente releitura da música “Me Deixa Em Paz” do sambista Monsueto nas vozes de Alaíde Costa e Milton Nascimento. A formação musical dos integrantes do grupo é o que mais chamou a atenção dos críticos da época. Este disco foi importante nas disseminação de novas influências no pais, como o rock progressivo e ainda contribuiu para a melhora da MPB.

Todos os integrantes do Clube da Esquina tiveram carreiras solo e de certa forma, surgiram novos grupos após este belíssimo disco. Beto Guedes ficou muito conhecido com seus discos solo, como por exemplo: Amor de Índio (1978) – este disco é lindo – e Alma de Borracha (1986). E Lô Borges lançou o clássico “disco do tênis” também em 1972, e atualmente ele vem fazendo uma releitura do mesmo em seus shows.

Outro ponto interessante é a capa desse disco, na mesma temos dois meninos a beira de uma estrada de terra, mostrando assim realidade do interior do Brasil, onde muitas vezes ninguém os enxerga. Muitas pessoas acreditam que um dos meninos da foto seja Milton Nascimento, mas não é. Deixaria ao fim desta matéria um link com uma reportagem que explica melhor quem são os garotos que figuram na capa deste lindo álbum – assim deixo um gostinho de quero mais.

Bom pessoal, como disse à vocês no início dessa matéria, o que me levou a escrever sobre este disco foram alguns fatos. Primeiro a triste morte do fotógrafo que imortalizou várias capas de discos da MPB – incluindo do álbum destacado hoje -, e também por conta da excelente notícia que o Milton Nascimento anunciou em seu Instagram, onde ele afirma que esse ano vai voltar a fazer shows com músicas do projeto Clube da Esquina. Quer notícia mais boa do que essa? O ano de 2019 começou com aquele gostinho de 7×1 mas ainda temos algumas coisas boas que nos livra dessa angústia que teremos que enfrentar durantes 4 anos.

Outro detalhe importante pessoal, o álbum Clube da Esquina foi lançado em 1972 mas em 1978 houve o lançamento de outro disco com o mesmo título, mas acrescentando o número 2 em número romano (II). Neste segundo disco Bituca e seus amigos criam um disco mais engajado do que o primeiro (se este que comentei  no AHD é foda, imagina esse segundo, inclusive eu o recomendo também), e conta com a produção de Ronaldo Bastos e com a participação mais que especial de Chico Buarque.

Bom galera, é isso, espero que vocês tenham gostado da primeira matéria de nosso site em 2019. É “nóis” galera, até a próxima!

Faixas do Disco

1 –  Tudo O Que Você Podia Ser

2 – Cais

3 – O Trem Azul

4 – Saídas E Bandeiras N°1

5 – Nuvem Cigana

6 – Cravo e Canela

7 – Dos Cruces

8 – Um Girassol Da Cor Do Seu Cabelo

9 – San Vicente

10 – Estrelas

11 – Clube Da Esquina N°2

12 – Paisagem Da Janela

13 – Me Deixa Em Paz

14 – Os Povos

15 – Saídas E Bandeiras N°2

16 – Um Gosto De Sol

17 – Pelo Amor De Deus

18 – Lilia

19 – Trem De Doido

20 – Nada Será Como Antes

21 – Ao Que Vai Nascer

Ouça o álbum Clube da Esquina de 1972 na íntegra!

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Iron Maiden – The Number Of The Beast (1982)

Iron Maiden – The Number Of the beast (1982)

Fala galera do A História do Disco! Denis Borges na área para a segunda matéria daquela série que comecei a fazer sobre um disco para cada ano vivido até agora. Série, a propósito, que ainda não dei nome. Mas o fato é que entramos no ano de 1982 e como ocorrido com o ano de 1981, 1982 é um ano muito farto de boa música e bons discos. Escolhi a banda por seu significado no rock, mais precisamente para o heavy metal, e também por ser um disco muito bom e de grande importância na longa e vitoriosa carreira desses caras. Hoje, caros leitores, falarei sobre o Iron Maiden, mais precisamente sobre seu terceiro disco de estúdio, The Number Of The Beast. É amigos, puta responsa!!  Assistindo uma entrevista de um jornalista e apresentador esportivo, o Benja, da Fox Sports, ele que é fã incondicional do Iron Maiden faz uma descrição da banda que achei muito própria e vou “roubar” suas palavras para ilustrar essa resenha. Segundo o Benja: “O Iron Maiden não é uma banda é uma seita”, claro que no bom sentido da palavra, vamos deixar bem claro porque o politicamente correto é onipresente e onisciente, vai que, né…Enfim, essa sempre foi uma questão que pairava em minha cabeça, esse fanatismo, essa devoção pela banda. Por não ser fã da banda sempre tive essa e outras curiosidades que hoje consigo compreender.

iron maiden

O Iron Maiden é uma banda britânica e foi formada em 1975 pelo baixista Steve Harris. Seu nome é baseado no livro de Alexandre Dumas, O Homem da Máscara de Ferro. Aqui está um ponto desconhecido por mim, Harris é o cara do Iron Maiden, não o mais conhecido, talvez não o melhor instrumentista, mas é o cara que além de idealizar e fundar a banda é quem “segura o piano”, parafraseando o futebol, é o motorzinho do time, aquele volante que cobre o lateral direito, o esquerdo, desarma no meio e ainda sabe sair jogando com a bola no pé. Esse é um dos fatos que desconhecia, pra mim o Iron Maiden era Bruce Dickinson e mais 10.

Antes da entrada de Dickinson o Iron Maiden, de Harris, passou por algumas mudanças até encontrar o vocalista dos seus dois primeiros discos, Paul Di’Anno. Com Di’Anno o Iron Maiden lançou seus dois primeiros discos: o homônimo Iron Maiden (1980) e Killers (1981). Particularmente gosto dos dois, mas sinto aquela sensação – por conhecer o que vem depois – de que falta algo, e esse algo vem em 1982. Di’Anno era um cara problemático e ficava ainda mais com o abuso do álcool e cocaína, esses problemas quase sempre traziam algum tipo de prejuízo para a banda, como quando o vocalista quase estragou o começo da então parceria da banda com seu manager, Rod Smallwood, Di’Anno foi preso antes do show que Smallwood estava na platéia para assistir. Para não perderem a oportunidade de serem agenciados, Harris tocou e cantou aquele dia. Com o passar do tempo Harris sabia que com Di’Anno na banda eles jamais chegariam onde ele sabia que o Iron Maiden poderia chegar, no topo.

paul bruce dickinson 

Depois de vários shows cancelados na Alemanha – Di’Anno resolveu entrar em modo zumbi – Harris toma a decisão de tirá-lo da banda. Foi então que em novembro de 1981, Bruce Dickinson fez o seu primeiro show pelo Maiden em Londres. A ida de Bruce para o Maiden é digna a negociação de um jogador de futebol. Bruce era vocalista do Samson e como todos os membros do grupo, tinha um contrato com seus empresários, uma multa caso resolvesse abandonar o barco. O caso é que Bruce sabia que era feito para o Iron Maiden e vice e versa, tinham só um pequeno entrave, a tal multa rescisória era muito alta para Dickinson, aí entra em cena o manager do Iron Maiden, Rod Smallwood. Sabendo do que poderia acontecer caso Bruce entrasse no Iron, ele negocia com os empresários do Samson e literalmente comprou o passe de Bruce com a condição do vocalista um dia, em épocas de vacas gordas, pagar o empresário. Bruce mesmo sabendo do alto valor a ser pago, não pensa duas vezes e aceita a oferta. Bom, o resto da história todos nós sabemos.

The Number of the beast (1982)

The Number Of The Best é o terceiro álbum de estúdio do Iron Maiden, o primeiro com Bruce Dickinson no vocal e o último com Clive Burr (baterista) que foi substituído por Nicko McBrain. Posso dizer que The Number Of The Best foi o trabalho mais importante para a banda e um marco para o heavy metal mundial. A guinada positiva que o Maiden deu com a entrada de Dickinson foi notoriamente sentida, usando a presença de palco e o grande alcance de voz que seu novo frontman possuía e ainda possui, Harris finalmente pode levar a banda onde ele sempre imaginou que seria o seu lugar. Musicalmente falando Bruce mesmo estando a pouco tempo com a banda contribuiu para a criação de três faixas – mesmo não levando os créditos por isso – “Children Of The Damned”, “The Prisoner” e o sucesso “Run To The Hills”. E através do single “Run To The Hills”, primeiro single tocado nas rádios, o Iron Maiden alcança o top 10 de diversas paradas, alçando a banda a lugares inimagináveis até então. Outro mega sucesso ou talvez o maior sucesso da banda é a música que leva o nome do álbum, The Number Of The Beast. Sua introdução tirada do livro de Apocalipse soa como uma oração para os fãs da banda. Claro que a música geraria polêmica com os grupos religiosos conservadores da época, eles acusavam a banda de serem satanistas. Polêmicas à parte, musicalmente falando “The Number Of The Beast” é tudo aquilo que Harris deve ter pensado em fazer um dia com a banda. Outra música que alcançou muito sucesso entre os fãs é “Hallowed Be Thy Name”, nela Dickinson se supera no que faz de melhor , soltar a voz. A maioria das músicas possuem curiosidades interessantes que o rapaz aqui que vos escreve desconhecia totalmente . “Children Of The Damned” foi inspirada nos filmes “A Aldeia dos Amaldiçoados ” (lançado em 1960 e dirigido pelo alemão Wolf Rilla) e sua continuação, “A Estirpe dos Malditos” (1964, dirigido por Anton Leader) e também em “Children Of The Sea”, clássico do Black Sabbath. “22 Acacia Avenue” faz parte de uma trilogia de músicas que começou no primeiro disco da banda com a música “Charlotte The Harlot”, ela conta a saga de uma prostituta de nome Charlotte , o final dessa história se daria somente em “From Here To Eternity”, presente no álbum “Fear Of The Dark” (1992).

The Number Of The Beast fez o Iron Maiden tornar-se uma engrenagem perfeita. O casamento entre Bruce Dickinson  – apesar de seus futuros altos e baixos – foi uma das melhores uniões musicais que conheci. A importância para o rock, para o heavy metal, para a música numa forma em geral é imensa. Mesmo eu, um não fã da banda reconheço isso facilmente. O gosto de fazer essa série de resenhas a qual me prontifiquei, é fazer isso, conhecer bandas, bandas tão grandes e famosas como o Iron Maiden, mas que sempre tive um pé atrás de aprofundar o conhecimento sobre. Após essa resenha o meu respeito pelo Iron só aumentou, musicalmente falando não tenho nem o que argumentar contra, sempre assistia aos shows nos Rock In Rio da vida e acho a entrega dos caras no palco fantástica! Agora consigo entender porquê não é uma banda e sim uma seita.

Galera, vou ficando por aqui. Espero que vocês tenham gostado, particularmente eu gostei bastante. Espero também não ter falado, novamente, tanta bobagem, sei do enorme fã clube que a banda possui. Uma menção honrosa ao Eddie, como falar sobre o Iron Maiden e não falar de seu mascote? A capa do The Number Of The Beast é fenomenal! Eu, como leitor de quadrinhos sempre gostei do Eddie, dos seus traços. A capa desse disco tem a assinatura de Derek Riggs, ela foi originalmente criada para o single “Purgatory” presente no álbum anterior, “Killers, mas por ser emblemática o manager da banda preferiu guardá-la para algo maior. Será que ele estava errado? Agora realmente me despeço, espero vocês na próxima matéria onde falaremos do ano de 1983. Até lá, abraços!

Discos de 1982 que possivelmente falaria:

Plastic Surgery Disasters – Dead Kennedys

Tug Of War – Paul McCartney

Rio – Duran Duran

Asia – Asia

Faixas do Disco

1 –  Invaders

2 – Children Of The Damned

3 – The Prisoner

4 –  22 Acacia Avenue

5 – The Number Of The Beast

6 – Run To The Hills

7 – Gangland

8 – Hallowed Be Thy Name

Ouça o álbum The Number Of The Best na íntegra!

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Pitty – Admirável Chip Novo (2003)

Pitty – Admirável chip novo (2003)

Salve galera ligada no site AHD, eu Bruno Machado estou de volta para mais uma resenha com aquele gostinho gostoso de nostalgia.  E eu continuo na “pegada baiana”, depois de escrever sobre a maravilhosa Daniela Mercury, hoje eu volto as raízes do rock e falo sobre o primeiro álbum de estúdio da cantora Pitty.

Pitty e sua trupe lançaram o disco Admirável Chip Novo em 2003 pela Deckdisc, viram várias faixas do mesmo caírem nas graças do público, produziram vários hits e videoclipes que ganharam notoriedade na MTV Brasil. Em minha cidade a emissora estava disponível para nós do interior paulista por conta de uma gambiarra com “selo br de qualidade”. Mas antes de falar dessa relação maravilhosa, vamos primeiro ao cenário do rock nacional no início dos anos 2000 no Brasil.

Na virada do século as bandas de 80 que tiveram destaque estavam num período bem morno, sem o mesmo animo, o povo brasileiro estava esperando algo novo no segmento. Nessa época surgiram nomes como Detonautas Rock Clube, CPM22, Tihuana e Pitty. Dentre esses nomes é inevitável apontar que a cantora baiana era a melhor representação do rock brasileiro no momento, sentia-se um ar mais agressivo e que trazia esperança aos roqueiros de plantão.

O disco foi o primeiro de estúdio de Pitty, como citado acima, além de cantora ela é multi-instrumentista e compositora. A baiana trouxe consigo um time de músicos muitos bons e que mostraram grande envolvimento com o projeto.  A banda era formada por Peu (guitarra e violões), Joe (baixo) e Duda Machado (bateria). Ao longo da matéria citarei algumas das participações especiais que engrandeceram ainda mais esse primeiro álbum da Pitty.

Bora falar um pouco das faixas do disco, ao todo temos 11 faixas, sendo que 6 chegaram as rádios. Ou seja meus caros leitores, a cantora teve um sucesso estrondoso já no seu primeiro álbum de estúdio, coisa rara para artistas brasileiros, muitas bandas de grande sucesso em nosso país tem primeiros discos horrorosos em relação a músicas em rádio. É claro, que a maioria deles não teve uma parceria bem sucedida com a MTV Brasil no início da carreira, já que a mesma ainda não tinha chegado por aqui. A música que dá nome ao disco, Admirável Chip Novo – dá quase pra confundir com Admirável Gado Novo do saudoso Zé Ramalho, não!? – foi uma das primeiras faixas a ganhar videoclipe e aparecer exaustivamente na MTV, estava sempre presente nas primeiras posições do Disk MTV – oooooh saudade. Temos também videoclipes para as faixas, Teto de Vidro e Máscara, ambas com cunho social forte, admito que uma das coisas que mais me chamaram a atenção na época que tive contato com o trabalho da Pitty foi isso, o fato de abordar assuntos que há tempos o rock não passava perto.

As faixas consideradas “Lado B” são interessantíssimas também, contam com uma distorção pesada de Peu e uma pegada forte de Joe e Duda, Pitty é impecável no álbum todo, mesmo percebendo que a cantora em algumas horas demonstra um pouco de timidez em relação a imposição de sua voz, aliás, essa timidez logo foi embora nos discos posteriores. Agora vamos a outra coisa interessante nesse disco, uma faixa foi tema de novela global, e aí, você lembra de qual foi!?

Não que eu seja o mais noveleiro dos integrantes do AHD, mas eu me lembro bem da novela Da Cor do Pecado (2004), que foi estrelada por Reynaldo Gianecchini, Taís Araújo, Giovana Antonelli, Cauã Reymond, entre outros. A novela das 6 tinha como uma das músicas destaque Temporal, uma balada sensacional que conta com Paulinho Moska no violão e Jaques Morelembaum no Cello – este último só foi um dos responsáveis pela parte orquestrada do Acústico MTV de 1997 do Titãs, só isso meus queridos rs – e que é uma das melhores faixas deste álbum. E já que estou falando de participações especiais, nada melhor do que falar da mais importante delas, a de Liminha na faixa Equalize. Outra faixa maravilhosa do disco que mostra toda a doçura de Pitty, a cantora se mostrou muito foda nas músicas mais pegadas e extremamente meiga nas faixas mais “calminhas”, até hoje é uma das coisas que mais me encanta na cantora. Liminha participa da faixa tocando baixo, o groove que ele dá na música é fora do comum, ele sem dúvida é um dos maiores instrumentistas e também produtores que o Brasil já teve.

Pra fechar a matéria com chave de ouro vou destacar a última faixa do álbum, Semana Que Vem. Acredito que foi uma das primeiras canções da Pitty que eu tive contato, lembro-me de ver várias vezes uma matéria na MTV Brasil sobre os bastidores da gravação do videoclipe, que assim como a música é sensacional. Nada de recursos visuais extraordinários, mas sim um conceito simples e direto. Nada como conceber uma música que transmite a importância do hoje, coisa que hoje em dia está difícil de encontrar na na música brasileira, temos raras exceções. Eu ainda tive a oportunidade de ver um show da Pitty no João Rock em 2015, já com nova formação – Peu cometeu suicídio em 2013 e Joe saiu da banda em 2011 – contando com Martin na guitarra e Guilherme Almeida no baixo, pra mim foi um dos melhores shows do festival, uma pegada absurda, Pitty afinadíssima e os músicos super entrosados.

Bom meus queridos, vou ficando por aqui e espero que vocês tenham gostado. Curtam tanto esse álbum da Pitty como os posteriores que são muito bons também. Valew galera e até a próxima =D

Faixas do Disco

1 –  Teto de Vidro

2 – Admirável Chip Novo

3 – Máscara

4 –  Equalize

5 – O Lobo

6 – Emboscada

7 – Do Mesmo Lado

8 – Temporal

9 – Só de Passagem

10 – I Wanna Be

11 – Semana Que Vem

Curta o videoclipe da faixa Semana Que Vem.

Ouça o álbum Admirável Chip Novo na íntegra!

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Rush – Moving Pictures (1981)

Rush – Moving Pictures (1981)

Fala galera do A História do Disco, depois de um pequeno hiato – explicável – Denis Borges volta para mais uma resenha. Essa não será apenas “mais uma resenha”, será o começo de um projeto que bolei esses tempos atrás. Explicarei. Nasci no ano de 1981 – velhinho, não? – Tive um insight de fazer uma resenha para os meus 37 anos, 38, melhor dizendo, não terminarei antes de 11 de abril do ano que vem quando completo 3.8, quem quiser me presentear, sinta-se à vontade quanto a isso. Enfim, a partir desta resenha estarei fazendo uma para cada ano de vida que tive até aqui. Para minha grata surpresa o ano de 1981 é um ano muito abastado de ótimos discos.

Antes que pensem em critérios, não, não terei critério algum para escrever sobre os discos, a única preferência que darei será escolher um disco que não conheço tanto ou um disco muito fodástico que não daria pra falar de outro senão o próprio. Para começar essa série, além de adotar o critério fodástico, usei um terceiro critério desconhecido até o momento, o critério sentimental, quis fazer uma homenagem a uma pessoa que hoje considero um amigo, um amigo Rock ‘N’ Roll, difícil achar aqui pelas bandas de Taquaritinga, mas sem querer e graças ao Bruno Machado eu encontrei, estou falando do nosso querido Guga, ou Gustavo Troiano – até hoje não sei direito o que ele faz na rádio Planeta Verde FM 104,9, além de fazer tudo. O Guga, para quem só acompanha o site, possibilitou que as matérias criadas virassem programas de rádio todos os sábados às 19h e com reprise aos domingos no mesmo horário na Rádio Planeta Verde FM 104,9, aqui de Taquaritinga/SP. Voltando ao Guga, esse cara é muito importante para o A História do Disco, sem contar o seu conhecimento sobre esse estilo musical do qual discorremos na maioria das nossas resenhas. Juntamente com todo esse repertório que já valeria uma resenha/homenagem, o nosso querido Guga é fã incondicional de uma banda que conhecia pouco, sabia da sua vasta e ótima obra, e mesmo assim, nunca doei muito do meu tempo para conhecê-lo melhor , estou falando do Rush, caro blogonauta e ouvinte, mais precisamente do disco Moving Pictures (1981), uma das pérolas dos anos 80.

Rush – 1968 até 1981

Depois que conheci o Guga sempre tive uma curiosidade imensa em escutar Rush para entender a sua idolatria pela banda. Quando resolvi escolher esse disco pra falar, comecei a pesquisar sobre a banda e sua obra e aos poucos fui entendendo o porquê de toda essa devoção. O Rush, posso afirmar com certa convicção, é uma banda formada por SENSACIONAIS músicos, todos estão em listas dos melhores de todos os tempos, Neil Peart (baterista) é cultuado por 9 entre 10 bateristas de rock, idem para os outros dois integrantes “God” Geddy Lee (vocal, baixo e teclado), um cara que toca baixo com seu virtuosismo , canta e ainda toca teclado só pode ser chamado de “God”, e Alex Lifeson (Filho da Vida) ou Aleksandar Zivojinovic, seu nome de batismo, um tão virtuoso guitarrista  quanto Lee é baixista , e que sempre completou esse power trio com maestria, sua busca por originalidade sempre foi ímpar, além de compor a maioria das músicas junto com Geddy Lee, deixando Peart a cargo das letras. Uma particularidade me fez admirar o Rush é sua fluidez que com o passar dos anos faz a banda migrar de tendência, outro fato que me maravilhou foi o lançamento constante de álbuns até o momento em que lançaram Moving Pictures. Em apenas sete anos de estrada o Rush lançou sete álbuns seguidos , além de um ao vivo. Após um disco com muita influência do hard rock e do Led Zeppelin, nada pejorativo na citação, o Rush sempre foi uma banda de características próprias, vem o segundo disco Fly By NIght (1975), agora com Neal  “O Baterista” Peart que entrou na banda no lugar do bom John Rutsey. Em Fly By Night já sentimos a influência de Peart na banda com a introdução de elementos progressivos em sua sonoridade. Aos poucos a banda se desvincula do hard rock e volta sua atenção para o rock progressivo e seus sintetizadores. Bandas como Yes, Vander Graff Generator e King Crimson passaram a ser influencias para o Rush. Na busca pelo melhor som com a mais alta complexidade de execução, esses cara beiravam a perfeição, criavam músicas extensas com alto grau de dificuldade e com letras que falavam sobre fantasia, ficção científica e poesia clássica, Peart sempre amou esse tipo de literatura e a banda era conhecida por ser composta por Nerds, que bom, não? No álbum Permanent Waves (1980) o Rush começou uma nova transição em sua música, trazendo novos elementos expoentes à época, como os usados na new wave, a diminuição do tamanho de suas canções também as tornou mais acessíveis e presente nas rádios da época. Essa transição se completa em Moving Pictures (1981), o ator principal da nossa história de hoje.

MOving Pictures (1981) – 8° DIsco de estúdio do rush

Moving Pictures alçou voos que nenhum outro disco  do Rush chegou a alçar. Proposital ou não foi nesse disco que o Rush se consolidou no mercado como uma grande banda de rock. Uma grande banda de rock vendedora de discos, porque grande branda sempre foi, disso ninguém tem a menor dúvida.

Começamos o disco diretamente com a “cereja do bolo”, estou me referindo ao maior sucesso comercial do Rush em seus 40 anos, Tom Sawyer, eternizada como música tema do seriado “McGyver – Profissão Perigo”, série que passava na Globo do meio dos anos 80 pra frente – o cara construía uma bomba nuclear com um chiclete, um clip e um pedaço de barbante – o seriado foi um sucesso absoluto assim como a música é até hoje. Voltando a Tom Sawyer ela tem a seu favor, assim como todo o álbum também tem, a dosagem perfeita de todos os elementos que fizeram do Rush uma banda única, essa mescla que deixou a música mais acessível, mas não menos grandiosa e tecnicamente perfeita nos traz grande expectativa quanto ao resto do disco. “Red Barchetta” é uma música harmonicamente “OK”, mas o ok para o Rush é algo mágico para qualquer outra banda, todos os instrumentos tocados com maestria e exatidão, o solo de Lifeson é algo espetacular, enfim, Rush sendo Rush. “YYZ” a primeira instrumental do disco traz o que mais gosto no Rush,  todos tocando como se estivessem solando sozinhos e mesmo assim tudo harmonicamente encaixado, viradas, sintetizadores, guitarra, baixo, monstro, 6 min. e 10 seg. de puro virtuosismo.

“Limelight” é a visão de Peart sobre o sucesso, fazer sucesso, ser sucesso, lidar com o sucesso, musicalmente falando, guitarra de Lifeson sempre marcante na perfeita cozinha que é Peart e Lee.  “The Camera Eye” é a última “grande” música do Rush, grande no tamanho, galera, depois dos seus 10 min. e 59 seg. o Rush nunca mais fez uma música tão longa em todos os seus outros discos vindouros. Outro detalhe interessante dessa música é que ela era elas, eles juntaram duas músicas e transformaram em “The Camera Eye”, sendo que sua primeira metade exigiu muito de todos os músicos, tecnicamente falando. “Witch Hunt” seria o patinho feio do disco, a menos lembrada, começa com um instrumental sinistro, gritos – todas as pessoas que estavam no estúdio movidos a muito whisky – ela é mais cadenciada, bastante sintetizadores, vocal de Lee meio apocalíptico. “Vital Signs” a última do álbum, logo em sua introdução percebemos um quê de Police, a new wave estava em alta na época, grande trabalho de baixo de Lee, sem contarmos a bateria de Peart e a guitarra de Lifeson. Na maioria das vezes falar de Rush é chover no molhado, sempre inventivos, técnicos, perfeitos no que se propuseram a fazer.

Pra mim foi muito divertido e difícil, difícil por diversos motivos: não conhecer completamente a história musical da banda,uma missão quase impossível pelo tempo que tive para desenvolver o texto, são 20 álbuns de estúdio, mais 9 álbuns ao vivo, diversas compilações, enfim, não ter uma base sólida do que foi essa maravilhosa banda é pisar em ovos, com certeza falei algumas “groselhas” aqui, me desculpem, essa é simplesmente a opinião de um cara que passou a escutar Rush há mais ou menos três meses. Prometo em um futuro fazer uma(s) resenha(s) sobre algum disco da banda, afinal disco é o que não falta, mas dessa próxima vez com maior propriedade. Nessa brincadeira toda o Rush ganhou mais um fã e o que eu mais gosto nesses caras é a amalgama que o virtuosismo de cada um produz em prol da música. Resumindo, o Rush é uma banda onde os músicos tocam se estivessem solando pela última vez na vida e mesmo assim, toda essa virtuose se encaixa perfeitamente – essa é a segunda vez na resenha que cito isso -, fico abismado com isso :O.

Galera, queria mais uma vez me desculpar por qualquer palavra mal colocada ou mal entendida. Me corrijam no que precisar nos comentários – quero aprender -, curtam muito o Rush que é uma banda S E N S A C I O N A L ! Fico por aqui e até o ano de 1982 aqui no A História do Disco.

P.S.1:  Essa foi a minha maior resenha. Desculpem-me por isso também, mas não daria pra ser menor.

P.S.2: Deixarei abaixo dessa série de resenhas os outros discos lançados em 1981 que fiquei em dúvida na hora de escrever.

Discos de 1981 que possivelmente falaria:

– Black Sabbath – Mob Rules;
– The Rolling Stones – Tatto You;
– Eco & The Bunnymen – Heaven Up Here;
– Duran Duran – Duran Duran
– The Police – Ghost In The Machine
– Black Flag – Damage

Faixas do Disco

1 – Tom Sawyer

2 – Red Barchetta

3 – YYZ

4 –  Limelight

5 – The Camera Eye

6 – Witch Hunt

7 – Vital Signs

Assista um registro da faixa Tom Sawyer.

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o disco (cd) na íntegra, porém você pode encontrar o mesmo
em plataformas como Spotify e Deezer!
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Daniela Mercury – O Canto da Cidade (1992)

Daniela Mercury – O Canto da Cidade (1992)

Salve galera que curte o site AHD, aqui estou eu Bruno Machado para mais uma matéria. Venho pesquisando cada vez mais discos que eu nunca tive contato, principalmente de artistas que já me chamaram atenção mais de uma vez com diversas canções e também com sua força dentro do cenário musical. Como bom carnavalesco que sou me lembrei de que um disco de axé ainda não tinha vindo aqui pro nosso site, ai resolvi falar do estilo por uma das cantoras mais icônicas do mesmo. Bora resenhar sobre o segundo álbum de estúdio de Daniela Mercury.

Eu fiz questão de escolher este disco pois “um tal de Liminha” que produziu, aí eu não resisti e pulei de cabeça no axé e na carreira de Daniela. Inclusive minha mãe passava pelo meu quarto e falava: Uai, se virou “axézeiro” agora!? Eu ri é claro, mas confesso que apesar de ser um cara mais ligado ao rock e ao pop, admiro acima de tudo músicas de qualidade, independente do estilo. E lógico, gosto de carnaval, mesmo porquê toco em um bloco da minha cidade natal, Taquaritinga/SP, interior do estado de São Paulo.

A baiana Daniela Mercury começou sua carreira cedo, e antes de se firmar na carreira solo foi backing vocal de Gilberto Gil e também fez parte da Banda Eva – que ficou famosa posteriormente por ter Ivete Sangalo com vocalista. A partir daí as portas se abriram pra cantora que foi pra carreira solo e já brilhou em seu primeiro álbum com o sucesso da faixa Swing da Cor. A faixa Menino do Pelô também ganhou destaque.

A partir do disco O Canto da Cidade, Daniela obteve mais recursos para fazer um disco melhor que anterior que é praticamente independente. O movimento Axé Bahia vinha ganhando força, atingindo outras regiões do país, Liminha entendeu tudo isso e fez a cantora explodir com a canção Canto da Cidade, que aliás dá nome a este segundo álbum de estúdio da cantora. E nesse álbum sentimos um trabalho mais cuidadoso em relação ao instrumental, linhas de baixo, percussão sempre bem encaixado e teclados dando o ar da graça na maioria das faixas.

A canção Batuque também é um destaque desse álbum, um axezão raiz, percussão alá timbalada ou mesmo olodum, música muito bem swingada, pra você que gosta desse estilo ou mesmo de carnaval, vale muito a pena conferir essa faixa. Outra canção que merece destaque é Bandidos da América, mostrando que o axé também abordar temas como política e questões sociais.

Em uma determinada parte do álbum, o mesmo começa a pender para um lado mais mpb e pop, em Geração Perdida temos até a impressão de que há um flerte de Daniela em relação a voz de Gal Costa, faixa que também abordar questões sociais. Posteriormente vem a faixa Só Pra Te Mostrar, que conta com a participação de Herbert Vianna, guitarrista, cantor e compositor da banda Os Paralamas do Sucesso.

Antes de falar mais sobre o disco é muito válido citar que o movimento Axé Bahia teve muitos representantes, não só Daniela Mercury. Entre eles temos: Luiz Caldas, Ivete Sangalo (desde que era vocalista da Banda Eva), Chiclete com Banana, Carlinhos Brown (não sou fã do cara, mas temos que admitir que ele é um dos maiores compositores da música brasileira, e já fez parceria com outros grandes nomes da MPB como Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Herbert Vianna), Netinho, Araketu, Timbalada e Olodum. O movimento se fortaleceu muito durante os anos 90 e o começo dos anos 2000, e passou a integrar a playlist dos carnavais pelo país todo, não só na Bahia. Só espero que as marchinhas nunca sejam esquecidas, pois foi por elas que o Carnaval ganhou vida!

Bom, voltando ao álbum temos uma pegada olodum na faixa O Mais Belo dos Belos (A Verdade do Ilê/ O Charme da Liberdade, climão de carnaval mesmo, vocalizes deliciosos e Daniela com uma afinação absurda – pra mim uma das melhores cantoras do nosso país. Posteriormente temos Rosa Negra, outra grande canção de Daniela, mais vez Liminha faz o baixo se mostrar presente, assim como teclado e guitarra. Os mesmos adjetivos servem pra faixa Vem Morar Comigo, linda canção com mudanças interessantes de ritmo, e até uma distorção meio rock’and roll no fim da música, vale muito a pena conferir.

Por hoje é isso galera, acredito que consegui passar à vocês o significado do álbum, tanto pro movimento Axé Bahia como pra Daniela Mercury. E tenho o prazer de reiterar que música boa não está somente em um estilo musical, mas sim em todos, o Brasil é um país muito grande e que tem muitas culturas diferentes quando se diz respeito a música. Eu gosto muito de rock e pop, são os ritmos que me fizeram amar a música, mas tenho muito respeito por todos os outros estilos, e acima de tudo amo o carnaval, por isso resolvi trazer essa matéria aqui pro AHD. Espero que todos tenham gostado, valew pessoal e até a próxima.

Faixas do Disco

1 –  O Canto Da Cidade

2 – Batuque

3 – Você Não Entende Nada/ Cotidiano

4 –  Bandidos Da América

5 – Geração Perdida

6 – Só Pra Te Mostrar

7 – O Mais Belo Dos Belos (A Verdade Do Illê/ O Charme da Liberdade

8 – Rosa Negra

9 – Vem Morar Comigo

10 – Exótica Das Artes

11 – Rimas Irmãs

12 – Monumento Vivo

Curta o videoclipe do sucesso O Canto Da Cidade.

Ouça o álbum O Canto da Cidade na íntegra!