post

The Cranberries – No Need To Argue (1994)

The Cranberries –  No Need To Argue (1994)

Salve salve galera ligada no A História do Disco, Bruno Machado novamente na área pra trazer à vocês mais uma grande banda gringa e também mais um grande álbum dos anos 90, abre teu olho Denis Borges pois eu também amo essa década. Depois de termos várias matérias voltadas para o rock, hoje voltamos ao mundo pop com The Cranberries. O grupo teve seu auge nos anos 90, porém com o sucesso do filme Click (2006) que tem como protagonista o comediante Adam Sandler, o som do grupo voltou à tona. Em determinada parte do filme Sandler se recorda de quando conheceu sua esposa, o fato se passa nos anos 90 e a trilha sonora é um dos maiores sucessos do Cranberries, Linger. Eu até poderia falar do disco da banda que tem essa faixa, entretanto, preferi escolher o segundo álbum de estúdio do grupo, que alias teve 4 singles.

Um dos motivos de eu ter escolhido esse álbum é a canção Zombie, um grande clássico também dos anos 90, tem um videoclipe fenomenal, uma distorção de guitarra bem pesada, uma linha de baixo com aquela palhetada marota – mas é bem dark tb e por último e não menos importante, a maravilhosa voz de Dolores O’Riordan, que infelizmente faleceu em 2018. Pra uma banda que está mais envolvida no pop ou no rock melódico criar uma canção dessa é um desafio enorme, isso vale para bandas como o Kiss por exemplo quando faziam canções mais românticas como Forever, pois é exatamente o oposto do que o grupo está acostumado a fazer. E foi a partir desse desafio que Zombie se tornou a principal faixa desse segundo álbum de estúdio da banda irlandesa, isso mesmo meus queridos, The Cranberries não é uma banda estadunidense.

Vamos agora falar desse álbum que ganha destaque no AHD, ele começa com a belíssima Ode To My Family, uma canção extremamente triste por abordar sentimentos em relação a família, a aceitação em relação ao que se realmente é, e o videoclipe mostra muito isso também, o mesmo é todo em branco e preto assim como o da música Linger, citada acima. Pra mim, Ode To My Family é uma das faixas mais sentimentais que eu já ouvi em minha vida, ao mesmo tempo que ela é doce em sua melodia, há um gosto amargo em relação ao contexto da letra da faixa.

Ainda destacando as faixas temos, I Can’t Be With You, um pop chiclete que tem vários vocalizes em seu refrão, contém aquela fórmula clichê que faz com que você escute várias vezes seguidas só pra cantarolar o refrão. Destaque também para a presença da guitarra de Noel Hogan, que além de guitarrista também escrevia as letras das canções do Cranberries junto com Dolores. A suave voz da vocalista se faz mais presente ainda em Twenty One, uma faixa com um ar bem adolescente, desde o nome da mesma até o contexto da letra, algo bem suave antes da faixa que daria outra cara ao álbum.

Chegamos a grande faixa do álbum, Zombie, se você quer distorção, linha de baixo com palhetada monstra, bateria pegada e uma voz feminina para contrastar com tudo isso, nessa música você encontra tudo isso e muito mais. No videoclipe Dolores toca guitarra, aliás, nas apresentações ao vivo a cantora também fazia questão de assumir o instrumento nessa canção. Confesso que a primeira vez que ouvi Zombie foi na famosa coletânea “As 7 Melhores da Pan”, outra coisa maravilhosa que os anos 90 nos proporcionou, e o mais engraçado é que a versão da música era dance, dá pra acreditar!? O CD tinha uma faixa interativa ainda por cima, o mesma era Um CD ROM também, coisas que a garotada de hoje dificilmente vai entender! Mas é claro que nada chega aos pés da versão original do Cranberries, a canção se tornou uma das maiores da carreira da banda. E é o ponto fora da curva do álbum, que é bem calminho perto da poderosa Zombie.

O álbum em si tem um conceito bem dark como citado nos parágrafos acima, os arranjos das canções são bem executados e sempre com o emponderamento da voz de Dolores, e sim podemos afirmar que essa sempre foi a fórmula mágica do Cranberries para que todos soubessem que determinada música era deles. E isso não é ruim, afinal, nada melhor do que uma banda ter uma identidade, basta você ouvir uma parte da música e já sabe que é Cranberries. Outro fato interessante e que já foi citado lá nos primeiros parágrafos é que a banda é irlandesa e mesmo assim conseguiu aparecer nos mercados mais populares da música mundial: EUA e em todo o Reino Unido. Podemos até dizer que somente o U2, que também veio da Irlanda, conseguiu feitos maiores, e claro, com muito mérito.

Voltando as faixas, Ridiculous Thoughts também merece destaque, começa bem calminha no primeiro minuto, depois vira um pop e depois ganha um ritmo ainda mais frenético do meio para o fim da música. Batera bem quebrada assim como Zombie, e recebe ao fim instrumentos de sopro que engrandecem ainda mais a metamorfose que é a canção em si. É interessante quando você estuda um álbum e conhece uns Lado B que te animam tanto quanto o Lado A, fica ai a dica hein. Voltamos a calmaria com a canção Dreaming My Dreams, violão e voz dão o tom do sossego e ainda temos um violino na parte final para acompanhar o refrão até o fim da música.

Ao ouvir o álbum todo você tem a sensação de que Dolores coloca sua voz e seu coração em todas as canções, é uma das cantoras que carrega mais sentimentos nas suas músicas, pode ser por isso que seus singles foram tão marcantes. Aliás, esses singles voltaram a ser marcantes por conta da morte da vocalista no início de 2018. No ano anterior a banda estava gravando o álbum In The End, o mesmo foi lançado agora em 2019 exatamente um ano após seu falecimento, no dia 15 de Janeiro. Pelas faixas que ouvi do álbum póstumo, o mesmo está muito bom, o Cranberries não perdeu sua essência e a homenagem à vocalista é super válida, pois segundo os integrantes ela estava muito ansiosa para o lançamento de In The End. O álbum aliás já está disponível em plataformas digitais como Youtube e Spotify, e você meu caro leitor pode curti-lo quando quiser!

Para terminar essa resenha/homenagem cito a faixa que dá o nome ao disco e que também fecha o mesmo, No Need To Argue. Quase três minutos de uma voz poderosa junto a um órgão que acompanha a vocalista de forma bem suave lembrando até músicas que vemos em filmes nas igrejas do EUA, fechando um álbum de certa forma equilibrado em relação as faixas animadas, mas é bom que você saiba que o tom do disco com certeza é mais melancólico do que alegre.

Eu vou ficando por aqui meus caros leitores, espero que vocês tenham gostado da matéria de hoje. Até a próxima 🙂

 

Faixas do Disco

1 –  Ode To My Family

2 – I Can’t Be With You

3 – Twenty One

4 – Zombie

5 – Empty

6 – Everything I Said

7 – The Icicle Melts

8 – Dissappointment

9 – Ridiculous Thoughts

10 – Dreaming My Dreams

11 – Daffodil Lament

12 – No Need To Argue

Ouça o álbum No Need To Argue na íntegra!

Confira Zombie em uma apresentação do Cranberries em Paris

Leia matéria sobre álbum póstumo In The End e sobre a morte da vocalista Dolores O’Riordan

 

Deixe uma resposta para Bruno Machado Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *