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Rush – Moving Pictures (1981)

Rush – Moving Pictures (1981)

Fala galera do A História do Disco, depois de um pequeno hiato – explicável – Denis Borges volta para mais uma resenha. Essa não será apenas “mais uma resenha”, será o começo de um projeto que bolei esses tempos atrás. Explicarei. Nasci no ano de 1981 – velhinho, não? – Tive um insight de fazer uma resenha para os meus 37 anos, 38, melhor dizendo, não terminarei antes de 11 de abril do ano que vem quando completo 3.8, quem quiser me presentear, sinta-se à vontade quanto a isso. Enfim, a partir desta resenha estarei fazendo uma para cada ano de vida que tive até aqui. Para minha grata surpresa o ano de 1981 é um ano muito abastado de ótimos discos.

Antes que pensem em critérios, não, não terei critério algum para escrever sobre os discos, a única preferência que darei será escolher um disco que não conheço tanto ou um disco muito fodástico que não daria pra falar de outro senão o próprio. Para começar essa série, além de adotar o critério fodástico, usei um terceiro critério desconhecido até o momento, o critério sentimental, quis fazer uma homenagem a uma pessoa que hoje considero um amigo, um amigo Rock ‘N’ Roll, difícil achar aqui pelas bandas de Taquaritinga, mas sem querer e graças ao Bruno Machado eu encontrei, estou falando do nosso querido Guga, ou Gustavo Troiano – até hoje não sei direito o que ele faz na rádio Planeta Verde FM 104,9, além de fazer tudo. O Guga, para quem só acompanha o site, possibilitou que as matérias criadas virassem programas de rádio todos os sábados às 19h e com reprise aos domingos no mesmo horário na Rádio Planeta Verde FM 104,9, aqui de Taquaritinga/SP. Voltando ao Guga, esse cara é muito importante para o A História do Disco, sem contar o seu conhecimento sobre esse estilo musical do qual discorremos na maioria das nossas resenhas. Juntamente com todo esse repertório que já valeria uma resenha/homenagem, o nosso querido Guga é fã incondicional de uma banda que conhecia pouco, sabia da sua vasta e ótima obra, e mesmo assim, nunca doei muito do meu tempo para conhecê-lo melhor , estou falando do Rush, caro blogonauta e ouvinte, mais precisamente do disco Moving Pictures (1981), uma das pérolas dos anos 80.

Rush – 1968 até 1981

Depois que conheci o Guga sempre tive uma curiosidade imensa em escutar Rush para entender a sua idolatria pela banda. Quando resolvi escolher esse disco pra falar, comecei a pesquisar sobre a banda e sua obra e aos poucos fui entendendo o porquê de toda essa devoção. O Rush, posso afirmar com certa convicção, é uma banda formada por SENSACIONAIS músicos, todos estão em listas dos melhores de todos os tempos, Neil Peart (baterista) é cultuado por 9 entre 10 bateristas de rock, idem para os outros dois integrantes “God” Geddy Lee (vocal, baixo e teclado), um cara que toca baixo com seu virtuosismo , canta e ainda toca teclado só pode ser chamado de “God”, e Alex Lifeson (Filho da Vida) ou Aleksandar Zivojinovic, seu nome de batismo, um tão virtuoso guitarrista  quanto Lee é baixista , e que sempre completou esse power trio com maestria, sua busca por originalidade sempre foi ímpar, além de compor a maioria das músicas junto com Geddy Lee, deixando Peart a cargo das letras. Uma particularidade me fez admirar o Rush é sua fluidez que com o passar dos anos faz a banda migrar de tendência, outro fato que me maravilhou foi o lançamento constante de álbuns até o momento em que lançaram Moving Pictures. Em apenas sete anos de estrada o Rush lançou sete álbuns seguidos , além de um ao vivo. Após um disco com muita influência do hard rock e do Led Zeppelin, nada pejorativo na citação, o Rush sempre foi uma banda de características próprias, vem o segundo disco Fly By NIght (1975), agora com Neal  “O Baterista” Peart que entrou na banda no lugar do bom John Rutsey. Em Fly By Night já sentimos a influência de Peart na banda com a introdução de elementos progressivos em sua sonoridade. Aos poucos a banda se desvincula do hard rock e volta sua atenção para o rock progressivo e seus sintetizadores. Bandas como Yes, Vander Graff Generator e King Crimson passaram a ser influencias para o Rush. Na busca pelo melhor som com a mais alta complexidade de execução, esses cara beiravam a perfeição, criavam músicas extensas com alto grau de dificuldade e com letras que falavam sobre fantasia, ficção científica e poesia clássica, Peart sempre amou esse tipo de literatura e a banda era conhecida por ser composta por Nerds, que bom, não? No álbum Permanent Waves (1980) o Rush começou uma nova transição em sua música, trazendo novos elementos expoentes à época, como os usados na new wave, a diminuição do tamanho de suas canções também as tornou mais acessíveis e presente nas rádios da época. Essa transição se completa em Moving Pictures (1981), o ator principal da nossa história de hoje.

MOving Pictures (1981) – 8° DIsco de estúdio do rush

Moving Pictures alçou voos que nenhum outro disco  do Rush chegou a alçar. Proposital ou não foi nesse disco que o Rush se consolidou no mercado como uma grande banda de rock. Uma grande banda de rock vendedora de discos, porque grande branda sempre foi, disso ninguém tem a menor dúvida.

Começamos o disco diretamente com a “cereja do bolo”, estou me referindo ao maior sucesso comercial do Rush em seus 40 anos, Tom Sawyer, eternizada como música tema do seriado “McGyver – Profissão Perigo”, série que passava na Globo do meio dos anos 80 pra frente – o cara construía uma bomba nuclear com um chiclete, um clip e um pedaço de barbante – o seriado foi um sucesso absoluto assim como a música é até hoje. Voltando a Tom Sawyer ela tem a seu favor, assim como todo o álbum também tem, a dosagem perfeita de todos os elementos que fizeram do Rush uma banda única, essa mescla que deixou a música mais acessível, mas não menos grandiosa e tecnicamente perfeita nos traz grande expectativa quanto ao resto do disco. “Red Barchetta” é uma música harmonicamente “OK”, mas o ok para o Rush é algo mágico para qualquer outra banda, todos os instrumentos tocados com maestria e exatidão, o solo de Lifeson é algo espetacular, enfim, Rush sendo Rush. “YYZ” a primeira instrumental do disco traz o que mais gosto no Rush,  todos tocando como se estivessem solando sozinhos e mesmo assim tudo harmonicamente encaixado, viradas, sintetizadores, guitarra, baixo, monstro, 6 min. e 10 seg. de puro virtuosismo.

“Limelight” é a visão de Peart sobre o sucesso, fazer sucesso, ser sucesso, lidar com o sucesso, musicalmente falando, guitarra de Lifeson sempre marcante na perfeita cozinha que é Peart e Lee.  “The Camera Eye” é a última “grande” música do Rush, grande no tamanho, galera, depois dos seus 10 min. e 59 seg. o Rush nunca mais fez uma música tão longa em todos os seus outros discos vindouros. Outro detalhe interessante dessa música é que ela era elas, eles juntaram duas músicas e transformaram em “The Camera Eye”, sendo que sua primeira metade exigiu muito de todos os músicos, tecnicamente falando. “Witch Hunt” seria o patinho feio do disco, a menos lembrada, começa com um instrumental sinistro, gritos – todas as pessoas que estavam no estúdio movidos a muito whisky – ela é mais cadenciada, bastante sintetizadores, vocal de Lee meio apocalíptico. “Vital Signs” a última do álbum, logo em sua introdução percebemos um quê de Police, a new wave estava em alta na época, grande trabalho de baixo de Lee, sem contarmos a bateria de Peart e a guitarra de Lifeson. Na maioria das vezes falar de Rush é chover no molhado, sempre inventivos, técnicos, perfeitos no que se propuseram a fazer.

Pra mim foi muito divertido e difícil, difícil por diversos motivos: não conhecer completamente a história musical da banda,uma missão quase impossível pelo tempo que tive para desenvolver o texto, são 20 álbuns de estúdio, mais 9 álbuns ao vivo, diversas compilações, enfim, não ter uma base sólida do que foi essa maravilhosa banda é pisar em ovos, com certeza falei algumas “groselhas” aqui, me desculpem, essa é simplesmente a opinião de um cara que passou a escutar Rush há mais ou menos três meses. Prometo em um futuro fazer uma(s) resenha(s) sobre algum disco da banda, afinal disco é o que não falta, mas dessa próxima vez com maior propriedade. Nessa brincadeira toda o Rush ganhou mais um fã e o que eu mais gosto nesses caras é a amalgama que o virtuosismo de cada um produz em prol da música. Resumindo, o Rush é uma banda onde os músicos tocam se estivessem solando pela última vez na vida e mesmo assim, toda essa virtuose se encaixa perfeitamente – essa é a segunda vez na resenha que cito isso -, fico abismado com isso :O.

Galera, queria mais uma vez me desculpar por qualquer palavra mal colocada ou mal entendida. Me corrijam no que precisar nos comentários – quero aprender -, curtam muito o Rush que é uma banda S E N S A C I O N A L ! Fico por aqui e até o ano de 1982 aqui no A História do Disco.

P.S.1:  Essa foi a minha maior resenha. Desculpem-me por isso também, mas não daria pra ser menor.

P.S.2: Deixarei abaixo dessa série de resenhas os outros discos lançados em 1981 que fiquei em dúvida na hora de escrever.

Discos de 1981 que possivelmente falaria:

– Black Sabbath – Mob Rules;
– The Rolling Stones – Tatto You;
– Eco & The Bunnymen – Heaven Up Here;
– Duran Duran – Duran Duran
– The Police – Ghost In The Machine
– Black Flag – Damage

Faixas do Disco

1 – Tom Sawyer

2 – Red Barchetta

3 – YYZ

4 –  Limelight

5 – The Camera Eye

6 – Witch Hunt

7 – Vital Signs

Assista um registro da faixa Tom Sawyer.

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o disco (cd) na íntegra, porém você pode encontrar o mesmo
em plataformas como Spotify e Deezer!