post

Bryan Adams – Reckless (1984)

Salve galera, Bruno Machado na área pra mais uma matéria aqui no AHD, espero que vocês estejam bem e acima de tudo se cuidando. Depois de um longo tempo sem dar as caras, aqui estou pra resenhar e fazer aquela viagem gostosa com vocês, bora lá!?

Quem já está acostumado a ler as matérias de nosso site, sabe que eu sou apaixonado pelos anos 80 – apesar de ter nascido somente em 1991 – e acredito que essa década foi fundamental para o desenvolvimento da música mundial e pra difusão de novos movimentos. E um dos representantes dessa maravilhosa década é o canadense Bryan Adams, que começou a trilhar o caminho do sucesso com seu quarto álbum de estúdio, Reckless.

Pra sair um pouco do clichê, que é começar com a primeira faixa do disco, vamos mais precisamente para a oitava, uma parceira “animal ” de Bryan e Tina Tuner, temos assim It’s Only Love. Acredito que a intro dessa música é uma das mais marcantes da década de oitenta, aliás, é um prato cheio pra quem gosta de bons riffs de guitarra. Resumindo, excelente canção que casa vozes poderosas e um instrumental imponente.

Confesso que o primeiro contato que tive em relação ao trabalho do Bryan Adams foi quando eu ainda era criança e estava dando uma olhada nos cd’s que meu tio tinha, e me deparei com So Far So Good, de cara já curti demais a capa e curti os hits que faziam parte do disco, já que o mesmo era um compilado, o segundo lançado pelo cantor. E claro, a música que mais me chamou atenção foi, Summer Of 69.

Já que chegamos ao um dos maiores sucesso da carreira de Bryan Adams, devo se honesto com vocês e revelar que, o personagem citado na música, que no caso compra uma guitarra usada e cria uma banda não é Bryan Adams, mesmo porque o cantor nasceu em 1959, sendo assim, ele teria apenas 10 anos em 1969. Mesmo assim a música não deixa de abordar um tema bacana, tem um instrumental empolgante e sim é um dos maiores clássicos dos anos 80.

Agora vamos para um lado mais romântico desse álbum, temos a canção Heaven. Mais uma vez o intérprete se lembra de quando era jovem, assim como sua amada. Uma balada apaixonante e que com certeza você já pegou seus pais ouvindo no rádio naquela seleção romântica de fim de sábado, ai rolava de gravar na fita cassete e torcer pro locutor não falar no meio da música. Enfim, é uma canção que dá equilíbrio ao álbum, não o deixando só com as músicas mais agitadas.

Antes de continuar falando sobre o disco escolhido queria revelar a inspiração para falar desse artista. Como a maioria que acompanha nosso site sabe eu tenho um filhinho de 2 anos, e ele gosta bastante de assistir o filem Spirit – o Corcel Indomável (DreamWorks, 2002), e a trilha sonora dessa animação é toda do Bryan Adams, pelo menos na versão original. Na versão brasileira temos Paulo Ricardo cantando, e as músicas em português não ficaram ruins não, funcionam tão bem como na versão original, que é passar pra gente o sentimento do personagem principal em cada situação diferente que ele vive. E como meu filho vê esse filme quase todo dia – inclusive ele criou um gosto incrível por cavalos -, eu encontrei numa plataforma de streaming um álbum só do filme, e que vale muito a pena ouvir separado também. Porém, cheguei a conclusão de que seria mais legal trazer ao nosso site como o cantor firmou sua carreira , como ele triunfou na sua carreira pra depois alçar outros voos. Um bom exemplo deste tipo de carreira é o Phill Collins, que depois de tantos anos assinou contrato com a Walt Disney Pictures e fez uma série de canções para as animações produzidas pelo estúdio. Aliás, todas obtiveram um imenso sucesso.

Agora sim vou abordar as três primeiras faixas do álbum, diga-se de passagem, é uma avalanche de baladas que te fazem até pensar que seja uma coletânea e não um álbum de estúdio, One Night Love Affair com certeza é de tirar o fôlego. Assim como She’s Only Happy When She’s Dancin, ambas contando com as guitarras dando a ginga perfeita, backing vocals bem contagiantes e Bryan Adams trazendo toda sua rouquidão a tona. Já Run To You tem duas coisas muito legais: o riff de guitarra que já da as caras desde o início da música e a linha baixo no refrão. Outra balada muito gostosa de ouvir, e que com gostinho de anos 80, é claro.

Por último, e não menos importante temos, Somebody. Tome mais guitarra com distorção, backing vocals dando força ao refrão que leva o nome da música, batera marcante e mais um hit pra conta do canadense. Vale citar que, o álbum Rockless em 29 de outubro de 1984, e chegou ao topo da parada de álbuns do Reino Unido em abril de 1985 emplacando seis singles, além de ter Somebody e Heaven no Hot 100 Hits da Billboard também em 1985. Com isso, Bryan Adams recebeu o convite pra participar do Live Aid, na Philadelphia e se apresentou para cerca de 100 mil pessoas.

Bom meus queridos, eu vou ficando por aqui, espero que vocês tenham gostado da resenha de hoje. Se cuidem e até a próxima 😉

Faixas do Disco

1 – One Night Love Affair

2 – She’s Only Happy When She’s Dancin

3 – Run To You

4 – Heaven

5 – Somebody

6 – Summer Of ’69

7 – Kids Wanna Rock

8 – It’s Only Love

9 – Long Gone

10 – Aint’ Gonna Cry

Confira o videoclipe do hit Summer Of ’69

Bryan Adams e Tina Turner interpretando Its’ Only Love Ao Vivo

post

Thirty Seconds To Mars – This Is War (2009)

Olá queridos leitores do site AHD, aqui estou eu, Bruno Machado, para mais uma matéria inédita e infelizmente ainda em meio a essa pandemia que parece não ter fim. Espero que vocês estejam bem e se cuidando. Pra amenizar a tensão e aliviar o stress trago ao nosso site uma banda que surgiu no fim dos anos 90 e que cresceu assustadoramente nos anos 2000, hoje temos 30 Seconds To Mars e seu terceiro álbum de estúdio, This Is War.

A banda conta como principal destaque, ou melhor dizendo, integrante mais famoso o vocalista/guitarrista Jared Leto que em 1998 – ano aliás da formação da banda – ganhou destaque no filme Lenda Urbana (Urban Legend – dirigindo por Jamie Blanks). Inclusive, o filme está atualmente no catálogo da Netflix, então dá uma conferida lá e deixe sua opinião aqui no nosso site em relação ao talento de Jared como ator. Pelo menos na minha opinião ele manda muito bem como cantor e também como ator. Entretanto, vamos falar mais dos outros integrantes e como a banda cresceu tanto desde seu primeiro álbum de estúdio.

Junto a Jared Leto temos, Shannon Leto – baterista e irmão de Jared, e o guitarrista Tomo Milicevic que ingressou na banda em 2003. No primeiro álbum homônimo que inclusive foi produzido apenas pelos irmãos Leto, destacou-se a faixa Edge Of The Earth, que tem uma sonoridade bem parecida com os grupos que viam emergindo na época como, Linkin Park e P.O.D. Já no segundo disco, A Beatiful Lie, o grupo recebeu o apoio de uma boa gravadora e conseguiu emplacar vários sucessos e ganhar vários prêmios da MTV americana, europeia e também australiana, ou seja, praticamente num piscar de olhos o trio ganhou o mundo. E se você caro leitor procurar mais sobre o 30 Seconds To Mars, o destaque sempre vai ser muito mais para esse segundo álbum de estúdio da banda, já que também contou com a produção de Josh Abraham, que já produziu grandes nomes tanto do rock como do pop. Já nessa época os caras não brincavam na hora de divulgar suas faixas, e os videoclipes eram fenomenais, destaque para The Kill e From Yesterday.

Agora que já contei um pouquinho da história da origem da banda californiana, vamos ao álbum This Is War, originalmente lançado em 2009 e que já não tinha mais a banda como quarteto, mas sim como um trio. Já de cara cito a canção Kings And Queens, uma das primeiras que eu ouvi da banda. Achei a estrutura da música muito legal assim como o videoclipe, desde a passeata de bikes iradas até os integrantes tocando numa super paisagem. Se você tiver uma TV bem grande em casa e o som dela for de boa qualidade também, vale muito a pena curtir essa obra de arte do 30 Seconds To Mars.

Antes da faixa que eu acabei de citar acima temos, Night Of The Hunter, canção que parece até início de jogo – salve os gamers de plantão aqui no AHD o/ – que aparentemente é uma mulher falando em francês, e temos um contagiante riff de guitarra, sintetizadores e uma batera eletrizante já de cara. São quase seis minutos de sonoridade que dá gosto de ouvir com o volume no talo. Como não ganhou videoclipe, parece que é um lado b, apesar de ter muita cara de lado a.

Neste parágrafo destaco This Is War, a faixa que dá nome ao álbum e que também tem um videoclipe com megaprodução e com certeza é uma música muito forte. A crítica da banda é a maneira como o homem se enraizou na arte da guerra, líderes políticos e religiosos ganham destaque no clipe e a letra da música aponta o lado em que cada um se colocou na história. Ao fim dela temos já o início de 100 Suns, violão e voz, bem diferente da pegada de todo o disco inclusive.

Em 2017 o 30 Seconds To Mars voltou ao Brasil para participar do Rock In Rio, a banda já havia vindo ao país do futebol em 2011 e 2013. Essa volta inclusive foi solicitada através de petição de fãs da banda na internet. Pra quem não conhece muito o grupo, nas apresentações ao vivo chama-se muita atenção pelo visual dos integrantes – principalmente Jared Leto -, seja pela vestimenta sempre exótica ou mesmo pelas várias mudanças no cabelo, até mega moicano rosa já rolou.

Voltando a falar do álbum This Is War, o mesmo pode ser considerado um disco de pop rock, a mistura entre batida eletrônica, distorção de guitarra e linhas de baixo empolgantes faz com não dê pra definir o trabalho da banda como de um exato gênero. A questão é que dá sim pra sentir um gosto de boa música nas duas últimas décadas, mesmo muita gente achando que não. Bandas como The Killers, Kings Of Leon e Daughtry também são boas bandas que tem destaque no mesmo cenário que o 30 Seconds To Mars.

Pra não me alongar tanto destaco mais três faixas: Hurricane, Closer To The Edge e Vox Populi. A primeira tem mais cara de pop dramático, sintetizadores aparecerem novamente dando o tom. Já Closer To The Edge é aquela carga de eletricidade pra animar, tanto que o clipe – mais uma vez bem produzido – trás flashes de shows do grupo em que vemos a galera pulando e interagindo de forma fenomenal com Jared Leto. E por último, Vox Populi, contendo todos os elementos musicais citados acima, ela começa lenta e depois explode numa energia que com certeza se tornou a identidade da banda, ter poucos integrantes não significa que o som do grupo não seja “cheio”, na verdade, o 30 consegue fazer de cada canção de This Is War uma grande experiência, percebe-se o quanto o disco anterior – e as premiações é claro – fizeram bem pra banda e levaram a mesma a conceber mais um grande álbum.

Bom pessoal, espero que vocês tenham gostado da matéria de hoje e que procurem saber mais sobre o 30 Seconds To Mars. E se vocês ficaram curiosos sobre quais filmes Jared Leto fez, segue uma pequena lista: O Quarto do Pânico (2002), Réquiem Para Um Sonho (2000) e Esquadrão Suicida (2016). Aliás, Leto será protagonista no filme Morbius, vilão do universo da Marvel – mais precisamente do Homem Aranha – que deve chegar às telonas em março de 2021. Valew pessoal, e até a próxima 😉

Faixas do Disco

1 – Escape

2 – Night Of The Hunter

3 – Kings And Queens

4 – This Is War

5 – 100 Suns

6 – Hurricane

7 – Closer To The Edge

8 – Vox Populi

9 – Search And Destroy

10 – Alibi

11 – Stranger In A Strange Land

12 – L490

Ouça na íntegra o álbum This Is War

Confira o videoclipe da faixa Kings And Queens

post

Marisa Monte – Verde Anil Amarelo Cor de Rosa E Carvão (1994)

marisa monte –  verde anil amarelo cor de rosa e carvão (1994)

Salve salve meus queridos leitores do site AHD, Bruno Machado para mais uma matéria sobre a música brasileira, e sim hoje temos música popular brasileira, tenho orgulho de trazer ao nosso site uma das maiores intérpretes e compositoras da nossa música: Marisa Monte.

Sei que a maioria do pessoal que segue nosso site sabe ou pelo menos sempre pensou que nunca me peguei ouvindo MPB. É, de certa forma vocês estão certos (rs), entretanto Marisa Monte sempre foi um ponto fora da curva do meu gosto musical, e meu primeiro contato com a voz dela foi no projeto Tribalistas, e posteriormente quando eu “bitolei” no acústico MTV do Titãs, eu me apaixonei de vez na voz de Marisa. A partir daí comecei a prestar mais atenção no rádio da minha mãe e conheci Amor I Love You, Na Estrada, Não Vá Embora e Gentileza.

Em meio a mais uma semana de pandemia (infelizmente) eu resolvi assistir o programa O Som do Vinil, apresentado por Charles Gavin, ex baterista do Titãs. O Canal Brasil está disponibilizando vários programas em seu canal no Youtube, e foi assim que bati o olho e tive a curiosidade de curtir o papo que Gavin teve com Marisa tanto sobre o disco Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão como sobre a carreira da cantora. Aliás, o programa O Som do Vinil influenciou diretamente eu e meu amigo Flávio Oliveira a criar o blog A História do Disco, que posteriormente se tornou programa de rádio por alguns anos e hoje é esse maravilhoso site. A minha curiosidade em relação a carreira de Marisa Monte era enorme, e também rolava a vontade de trazer algum disco dela aqui pro AHD. Eu acabava esbarrando no pouco costume em ouvir MPB, admito. Ai vendo o programa comandado por Gavin meu “preconceito” e minhas dúvidas sumiram e a única frase que veio a minha mente foi: caralho, como essa mulher é foda!

Pode ser que você caro leitor não acredite, mas o primeiro álbum da cantora de cara foi um ao vivo produzido pro Nelson Motta após ela voltar da Itália e fazer uma turnê de três anos cantando brilhantemente versões de clássicos de Tim Maia, Titãs, Mutantes, Luiz Gonzaga e até Creedence Clearwater Revival. O estouro veio com Bem Que Se Quis, versão de uma canção italiana, a música entrou na trilha sonora da novela global Salvador da Pátria, de 1989.

Após todo o Brasil conhecer a sua voz espetacular, Marisa começou a compor para posteriormente lançar álbuns de estúdio, e contou com parceiros mais que especiais como: Arnaldo Antunes, Nando Reis e Carlinhos Brown. O mais legal é que em seus primeiros álbuns a cantora fez questão de homenagear intérpretes que definiram sua paixão pela música como: Cartola, Pixinguinha, Caetano Veloso, entre outros.

Escolhi trazer o álbum Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão aqui para o AHD pois vejo ele mais “encorpado” do que o disco álbum Mais de 1991, primeiro de estúdio de Marisa Monte. Mas confesso, álbuns tem uma qualidade absurda, a roupagem de cada música, o cuidado com cada faixa, as vozes, a mixagem. Mas vamos lá, depois dessa geral no início da carreira da cantora, compositora e instrumentista carioca, vamos ao que interessa.

De cara vale ainda citar que esse segundo álbum de estúdio de Marisa Monte tem samba raiz, chorinho, samba rock e rock clássico. A cantora,compositora e instrumentista sempre mostrou ao seu público seu talento através dos estilos que há influenciaram os colocando em seus álbuns. Trouxe ainda mais nesse disco que foi gravado em Nova Iorque e teve a produção de Arto Lindsay.

A primeira faixa que destaco é Segue O Seco, cultura nordestina na veia, canção feita por Carlinhos Brown e dada à Marisa, videoclipe emocionante. O contraste entre zabumba, berimbau, acordeon, baixo e coral vai fazer você arrepiar de verdade. Outro sucesso que saiu desse disco foi Na Estrada, swing brasileiro puro, que conta com um instrumental envolvente e com a intérprete dando show, pra variar.

Mesmo tendo criado muita coisa legal com seus parceiros, nesse segundo disco de estúdio há versões dos mais variados estilos musicais, por exemplo, Pale Blues Eyes do Velvet Underground, Balança Pema de Jorge Ben Jor e Dança da Solidão, canção de Paulinho da Viola que Marisa gravou nesse álbum junto de ninguém mais ninguém menos que o mestre Gilberto Gil. Essa mistura de influências faz com que Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão seja surpreendente e deliberadamente não rotulável, o que temos são canções interpretadas de forma espetacular, “apenas isso”.

A abertura do álbum se dá com voz e violão com a faixa Maria de Verdade, mais uma linda canção que nos trás a simplicidade na forma de cantar de Marisa, uma percussão se faz presente e também alguns elementos de orquestra. A raiz MPB se mostra clara em várias faixas de Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão, mesmo porquê esse estilo musical se tornou a verdade identidade da intérprete a cada ano. Quase fechando essa obra prima temos Enquanto Isso, outra parceria de Marisa e Nando, a faixa ainda conta com a participação de Laurie Anderson.

Bom meus caros leitores eu vou ficando por aqui e espero que vocês tenham gostado da matéria, aqui embaixo vou deixar o link para vocês acessarem o programa o Som do Vinil que me influenciou e também me ajudou a escrever sobre um maravilhoso álbum de uma das maiores cantoras da música brasileira. Grande abraço e até mais 😉

Faixas do Disco

1 – Maria de Verdade

2 – Na Estrada

3 – Ao Meu Redor

4 – Segue O Seco

5 – Pale Blues Eyes

6 – Dança Da Solidão

7 – De Mais Ninguém

8 – Alta Noite

9 – O Céu

10 – Bem Leve

11 – Balança Pema

12 – Enquanto Isso

13 – Esta Melodia

Ouça na íntegra o álbum Verde Anil Amarelo Cor De Rosa E Carvão

Assista o programa O Som Do Vinil

post

Pearl Jam – Gigaton (2020)

Pearl Jam –  gigaton (2020)

Fala galera do A História do Disco! Como vocês estão nesses tempos estranhos, onde um vírus mudou a vida de todo um planeta? Espero que estejam todos seguros e bem. Em tempos como esse gostaria de ser um Renato Russo ou um Eddie Vedder e colocar todas as minhas angústias e anseios em letras e versos, mas como não faço parte desse time de pessoas especiais, venho aqui escrever para vocês – e para mim também – sobre mais um disco. Dessa forma alivio toda tensão que subconscientemente aflige-me em tempos de incertezas.

Para os que não me conhecem, sou o Denis Borges e estou escrevendo uma série de resenhas inspiradas nos meus anos de vida, nasci em 1981 estou fazendo uma resenha para cada ano de vida, essa seria a resenha do ano de 1986, disse seria porque sem perceber estava escrevendo uma resenha de um disco de 1987. Como meu processo de escrita envolve algum tipo de pesquisa, não me vejo apto para falar de algum disco de 1986 sem prévio conhecimento histórico e técnico, por isso e exatamente por isso – aqui é uma mentirinha leve – vou escrever sobre um disco que ando escutando bastante nos últimos dez, doze dias.

Entre meus amigos resenhistas do site sou conhecido como o Menino Grunge, acredito que não preciso explicar o porquê, mas a título de esclarecimento, grunge foi um movimento dado ao nome das bandas vindas de Seattle no final dos anos 80, início dos anos 90. Por ser um apreciador de todas essas bandas ganhei tal apelido, e para conseguir escrever algo para o site sem ao menos fazer uma previa pesquisa resolvi falar sobre o mais novo disco do Pearl Jam, banda de Seattle, lançado no dia 27 de março, Gigaton. O álbum já está disponível em todas as plataformas de streaming existentes.

gigaton – 2020

Gigaton é o primeiro trabalho de inéditas do Pearl Jam desde Lightning Bolt (2013), então temos um período sabático aí de sete anos. Para os fãs da banda – me incluo nesse grupo – foi um longo e angustiante período de espera. Gigaton é o primeiro disco de uma das bandas mais longevas em atividade do rock mundial. Relato isso porque uma das coisas que mais me chamaram a atenção em relação a esse disco foi a solida ação de marketing realizada sobre o álbum. O Pearl Jam ainda não tinha lançado nada nesse mais novo modelo de divulgação musical. Para nós compradores de vinil e posteriormente cd’s, escutar o novo álbum da nossa banda preferida à 0h01 de um dia especificado sem ao menos ir a uma loja física para garantir uma unidade física seja vinil ou cd é muito estranho para não escrever outra coisa. Desde o lançamento do primeiro single do novo álbum, Dance Of The Clairvoyants a banda faz um tipo diferente de divulgação. Com Dance Of The Clairvoyants foram lançados três clipes diferentes, sempre sobre a temática de conscientização e degradação do nosso meio ambiente, e em SuperBlood WolfMoon foi lançado um projeto de tecnologia de realidade aumentada. Por meio de um aplicativo, os fãs deveriam encontrar, com a ajuda da câmera do celular, a lua. Ao identificar a imagem do satélite natural, a plataforma direcionava para uma prévia da canção, além de oferecer a pré-venda do álbum. Esse tipo de ação feita por uma banda com quase 30 anos de estrada me chamou muito atenção, foi uma criativa forma de atrair os holofotes para algo que muita gente já esteva esperando há muito tempo. Outra ação massiva são os vários clipes que foram lançados, é sabido por todos que o Pearl Jam é uma banda avessa a vídeoclipes.

sobre o disco

Como disse anteriormente, o primeiro single a ser lançado pela banda foi “Dance Of The Clairvoyants”. Para ser sincero com vocês, à primeira “escutada” soou meio estranho, não ruim, estranho, era o PJ saindo da casinha. Baixão do Ament marcando o passo, bateria eletrônica, teclados, sintetizadores? Eddie cantando de uma forma diferente. Para muita gente – para mim também – me lembrou anos 80, Talking Heads, uma sonoridade bem diferente. Depois desse começo muitas coisas eram pensadas sobre o novo trabalho da banda. “Superblood Wolfmoon”, o segundo single a ser lançado, é mais Pearl Jam, a guitarra do Stone, o solo fodástico do Mike, os vocais do Vedder mais “normais” estão todos ali, essa é PJ sendo PJ, mas de uma forma boa, revigorante, pra cima. Em “Quick Escape” encontro a melhor música da banda em anos, uma letra dentro da temática do álbum, vocais perfeitos, rola até falsete do Vedder. Baixão presente, guitarras alucinantes, realmente alucinantes meio Led Zeppelin, o que mais me chama a atenção é a bateria do Matt no final da música em conjunto com os solos do Mike, que porradaria meus amigos!!! Em minha opinião a melhor música do Pearl Jam em anos!!

Após a análise mais minuciosa dos três primeiros singles farei uma análise mais superficial e pessoal faixa a faixa. Sabe aquele “achômetro” que todos temos? Então, seguirei por ele, mais emoção do que razão, afinal escutei o álbum no máximo umas 20 vezes, mas ainda estou aprendendo sobre, então o que escreverei serão as minhas impressões mais marcantes. A primeira faixa do álbum é “Who Ever Said”, após um começo diferente com “Dance Of The Clairvoyants” muito se especulou sobre como seria o disco. Posso dizer que o começo do disco é mais parecido com o Pearl Jam das antigas do que o Pearl Jam de “Dance Of The Clairvoyants”, a pegada, a levada, estão todas ali, mas alguns elementos eletrônicos também estão, coisas meio que imperceptíveis, mas que nunca estiveram ali agora estão, ótima abertura de disco. Em seguida vem “Superblood Wolfmoon” mais uma música com pegada de Pearl Jam, guitarras, solo fenomenal do Mike, etc. e tal, show de bola; “Dance Of The Clairvoyants” causou estranheza nas primeiras audições, mas hoje depois de escutar diversas vezes o álbum ela soa muito bem para uma banda que não precisaria sair da sua casinha para agradar ninguém; como disse anteriormente “Quick Escape”, para mim, é a cereja do bolo. Pegada alucinante, guitarras, baixo, bateria e Vedder mandando muito bem, a melhor do álbum e de anos. “Alright” é uma linda balada, sua introdução me lembra algo de Radiohead – lembrando que estou dando minhas primeiras opiniões – o teclado marcando o começo, a entonação do Eddie, depois analisando a letra chego à conclusão que é uma bela canção. “Seven O’Clock” mais uma bela balada com uma letra bem interessante e totalmente dentro do contexto do álbum. “Never Destination” e “Take The Long Way” segue Who Ever Said e Superblood Wolfmoon, PJ sendo PJ sem os tecladinhos. Em “Buckle Up” o álbum desacelera, mas gosto dessa sonoridade mais lenta, intimista e experimental. Em “Come Then Goes” temos aquela junção perfeita em voz de Vedder + violão, me lembra algo de Johnny Cash, mais outra bela canção. “Retrograde” é mais uma combinação de voz/violão com uma pegada mais folk que o Pearl Jam já vem fazendo faz um tempo. Para finalizar o álbum “River Cross” uma balada cheia de experimentalismo fecha muito bem o álbum.

Gigaton é o melhor Pearl Jam desde Binaural (2000), começa forte, um pouco diferente em relação à sonoridade, atravessa duas belas baladas, tem um mais do mesmo do meio para o final e finaliza muito bem. Encontramos um trabalho musical bem elaborado, com alguns ingredientes que não havíamos visto em álbuns anteriores, uma pegada musical que talvez uma banda com quase 30 anos de estrada não se sentiria necessitada a ter.

Como fã minha opinião sobre o disco só tem crescido ao longo do tempo e das “escutadas”, talvez se me perguntarem sobre o Gigaton daqui há um mês minha opinião tenha mudado em relação a algumas músicas. Gigaton não é o melhor álbum que o Pearl Jam já fez, mas é o melhor que o Pearl Jam pode entregar hoje. Fico feliz e satisfeito com isso. Lembrando às viúvas de Ten/Vs/Vitology que os tempos são outros, os integrantes já não são o que eram há 25, 30 atrás, então não há o porquê terem a mesma sonoridade.

Galera, vou ficando por aqui, peço a todos que sigam firmes e fortes, sigam estritamente as recomendações da OMS #FiqueEmCasa #StayHome, e se tiver que trabalhar as palavras são: cuidado e prevenção. Aos de fé confiem naquilo que acreditam, aos céticos, confiem na ciência e a todos nós saúde e paz. Um grande abraço e até a próxima resenha aqui no A História do Disco!

Faixas do Disco

1 – Who Ever Said

2 – Superblood Wolfmoon

3 – Dance Of The Clairvoyants

4 – Quick Scape

5 – Alright

6 – Seven O’Clock

7 – Never Destination

8 – Take The Long Way

9 – Buckle Up

10 – Come Then Goes

post

Linkin Park – Minutes To Midnight (2007)

linkin park –  minutes to midnight (2007)

Olá pessoal que é fã do site A História do Disco, Bruno Machado na área para mais uma matéria. Infelizmente eu consegui um tempo para escrever aqui no AHD por conta de uma pandemia que atingiu o mundo inteiro, confesso que não era nessa situação que eu queria estar voltando a escrever, porém, com essa oportunidade resolvi abordar um dos discos que pra mim foi um dos melhores dá década passada e que transformou completamente uma banda que sempre teve um enorme potencial. Hoje na AHD temos o álbum Minutes to Midnight do Linkin Park.

No ano de 2017 após a morte do vocalista da banda, Chester Bennington, nós do AHD fizemos um programa especial na rádio Planeta Verde FM falando sobre o álbum Meteora, o segundo de estúdio gravado pela banda. No mesmo nós citamos tanto o talento de Chester, como o crescimento avassalador da banda com o passar dos anos. Agora bora falar um pouco sobre o terceiro álbum de estúdio do Linkin Park.

Lançado no ano de 2007 o álbum Minutes To Midnight começa assim como os anteriores, com uma música instrumental, como se fosse uma introdução para a segunda faixa do disco. Particularmente, Wake é uma das canções mais impactantes em relação ao citado anteriormente, é um clímax extraordinário e faz com que sua imaginação flua a ponto de não sabe realmente como será o restante das faixas. Em seguida temos, Given Up, ai sim a banda vem com toda aquela agressividade dos álbuns anteriores, e Chester Bennington não abre mão dos “berros”, Isso vale também para a canção Bleed It Out, que ganha contraste como sempre notável do rapper e também produtor – junto a Rick Rubin – desse álbum, Mike Shinoda. Pra quem não conhece, Rick Rubin é um produtor extremamente conceituado e já produziu Beastie Boys, Red Hot Chilli Peppers, Audioslave, System Of A Down, entre muitos outros grupos e cantores monstruosos.

Antes de continuar falando das músicas, vou apresentar o restante do grupo, já que citei os vocalistas no parágrafo anterior. Rob Bourdon na bateria, Joe Han no toca discos, Brad Delson na guitarra e Phoenix no baixo. Continuando a falar das faixas, temos Leave Out All The Rest, que aliás foi a primeira música de trabalho do disco e que ganhou um belo videoclipe para sua divulgação.

Seguindo o disco temos, Shadow Of The Day e What I’ve Done. As duas músicas são excelentes, a primeira é algo mais calmo e que pode nos fazer refletir um pouco sobre a vida, o videoclipe de Shadow Of The Day nos traz isso também, aliás, ele ganhou o prêmio de melhor clipe de rock no VMA 2008. Já What I’ve Done mostra novamente a força da banda, talvez seja a principal faixa do álbum, e ela ainda foi a canção original do filme Tranformers (MIchael Bay, 2007), e também conta com um super videoclipe que é um verdadeiro tapa na cara da sociedade.

Analisando a discografia do Linkin Park, nesse terceiro álbum de estúdio fica evidente que Chester já estava preferindo gritar menos e querendo mostrar mais o potencial da sua voz. É claro, há faixas em Minutes To Midnight que ele ainda faz uso do screamo, em Given Up, Bleed It Out e No More Sorrow por exemplo, porém, no restante do álbum faz se ouvir mais o belo timbre do vocalista em contraste com o de Mike Shinoda. Nos discos posteriores além dessa escolha do vocalista, aparentemente a banda o rock mais cru e começa a preferir batidas mais eletrônicas, a mescla de tudo isso rendeu outros tantos sucessos e mais duas músicas que foram tema para a franquia Transformes: New Divide (Transformes – A Vingança dos Derrotados, Michael Bay, 2009), e Iridescente (Transformes – O Lado Oculto da Lua, Michael Bay,2011).

No encarte do álbum há um parágrafo explicando um pouco de cada canção, se eu colocasse todos aqui a matéria ficaria muito extensa, o que mais me chamou a atenção foi de Hands Held High, onde é citado como a banda trocou ideias com Rick Rubin e como o mesmo inspirou Mike Shinoda tanto no piano quanto na composição. Aliás, o produtor, compositor, multi-instrumentista e cantor é quem interpreta Hands Held High do começo ao fim, contando com o backing vocal de Chester Bennington.

Como citei anteriormente, Minutes To Midnight traz uma proposta diferente dos dois primeiros álbuns de estúdio do Linkin Park, mas nem por isso deixa de trazer consigo o que consagrou a banda no início da carreira, ou seja, eles surfaram numa nova onda musical mas não deixaram a sua essência para trás. Ainda assim, acredito que foi a partir dessa experiência que o grupo decidiu ser mais “leve” nos discos posteriores, mas é claro, sem perder a qualidade e a identidade, pelo menos na minha humilde opinião.

Finalizando temos, Valentine’s Day e In Pieces, pra mim, gratas surpresas no fim do álbum, uma começa com um dedilhado na guitarra e outra com marcação no teclado, no meio as duas inflamam e o clímax é excepcional. Para os mais velhinhos que entendem muito bem o conceito de Lado A e Lado B, Minutes To Midnight parece na verdade ter apenas um lado, um super lado que pode pegar alguém que nunca ouviu a banda e falar: caraca, o som dos caras não é só gritaria não.

Bom meus queridos, espero que vocês tenham gostado da matéria, que tenham curtido comigo essa pequena viagem no tempo, que ouçam o álbum inteiro e que tirem suas próprias conclusões, é claro. Ah outra coisa, se eu não fizesse uma matéria sobre esse álbum, com certeza escreveria sobre o último da banda, One More Light, apesar de ser uma despedida de Chester Bennington aos fãs é um dos discos mais lindos que eu já ouvi na minha vida. Obrigado mais uma vez pessoal, e até a próxima 😉

 

 

Faixas do Disco

1 – Wake

2 – Given Up

3 – Leave Out All The Rest

4 – Bleed It Out

5 – Shadow Of The Day

6 – What I’ve Done

7 – Hand Held High

8 – No More Sorrow

9 – Valentine’s Day

10 – In Between

11 – In Pieces

12 – The Little Things Give You Away

 

Confira o videoclipe da faixa Shadow Of The Day

Ouça o álbum Minutes to Midnight na íntegra

 

post

Mr Big – Lean Into It (1991)

mr big –  Lean into it (1991)

Salve salve galera pessoal que curte o site  A História do Disco, aqui estou, Bruno Machado para mais uma matéria, depois de um longo tempo sem escrever aqui me veio a ideia de trazer uma banda que eu sempre conheci mas não afundo, passei a ouvir mais músicas dela a partir do momento que fui pai. Sim meus caros, eu me tornei pai no início de 2019 e meu filho dorme ouvindo músicas e vendo videoclipes no Youtube, e foi com ele que eu aprendi a apreciar ainda mais a banda Mr. Big. A partir daí fui pesquisar a discografia do conjunto e descobri um dos melhores álbuns – se não o melhor – deles foi lançado em 1991, ano em que esse que vos escreve nasceu. Aliás, todos sabemos que em 1991 foram lançados vários discos muito fodas como Nervemind do Nirvana e Ten do Pearl Jam, ambos já passaram aqui pela AHD inclusive, então bora fazer aquela viagem gostosa no tempo!?

Como citei no parágrafo acima, eu nasci em 1991, e por isso vou citar alguns acontecimentos muito legais que aconteceram nesse ano antes mesmo de chegar ao Mr. Big, para provar para vocês meu caros leitores que grandes coisas aconteceram nesse determinado ano, e olha, a arte em si agradeceu e muito. Após citar Nirvana e Pearl Jam, vale citar que o disco de maior sucesso do R.E.M também foi lançado em 1991, o Out Of Time. Já no cinema tivemos a estreia de The Silence Of Lambs (O Silêncio dos Inocentes, direção de Jonathan Demme), primeiro filme da saga Hannibal, e a produtora Walt Disney Studios lançava no mesmo ano um de seus títulos de maior sucesso: A Bela e a Fera. Agora pra você aí que curtiu muito a infância assim como eu, olha só os clássicos que estrearam na TV em 91: Família Dinossauros e Doug (na gringa é claro) e Glub Glub e Mundo da Lua (estes aqui no Brasil mesmo). Para os nerd’s de plantão eu mando essa: o Super Nintendo foi lançado em 23 de Agosto e logo em seguida a SEGA lançou o Sonic para concorrer diretamente com o Mario World. Por último, mas não menos importante, em 24 de Novembro a música perdia um dos ser maiores intérpretes – se não o maior – Freddie Mercury. Agora sim, depois desse resumo super bacana sobre 1991, vamos falar do Mr. Big e desse álbum fabuloso denominado Lean InTo It.

A primeira que eu queria citar é que ao ouvir o álbum todo parecia que eu estava ouvindo algum disco do Van Halen, não que isso seja ruim, muito pelo contrário. Mas acredito que essa impressão é devido ao leve grau de semelhança entre a voz Eric Martin e Sammy Hagar. Mesmo porquê a qualidade instrumental do Mr. Big é tão monstruosa quanto a do Van Halen (a banda toda não só a Van Halen tá pessoal? hahaha). O álbum começa com a faixa Daddy, Brother, Lover, Little Boy. Batera constante e riff de guitarra eletrizante dão o tom do que seria o restante do disco. Os vocalizes também são de cair o queixo viu!? E o entrosamento de Paul Gilbert e Billy Sheehan também parece ser fora do comum, como é bom ouvir uma banda que beira a perfeição.

A pegada hard rock continua com a faixa Alive And Kickin’, o legal nessa faixa é que rola um certo flerte com o country music por conta de toda a habilidade de Paul Gilbert, dando um timbre diferenciado à sua guitarra. E antes que eu me esqueça, a moda nessa época era o cabelo cumpridão, então pra confundir uma banda com outra era uma facilidade enorme, segue uma mini lista de bandas em que todos os integrantes usavam cabelo cumprido: Skid Row, Bon Jovi, Europe, Metallica, Iron Maiden, Whitesnake e Guns N Roses. Já me retratando, eu escrevi confundir no sentido da fisionomia ta pessoal, e não na sonoridade, mas convenhamos que todas as bandas citadas nessa lista tinham – e algumas ainda tem – uma qualidade enorme.

Continuando a falar das faixas temos, Green-Tinted Sixties Mind, que pra mim é uma das canções mais fodas do álbum. Conta com um instrumental absurdo, backing vocals poderosos, levada pop e refrão chiclete. Uma combinação perfeita que fez com que a música se tornasse uma das mais famosas do Mr Big. Em seguida temos mais balada que engana bem em seu início, CDFF – Luck This Time, o destaque é a guitarra dedilhadinha, música muito gostosa de se ouvir.

Em Voodoo Kiss temos mais uma vez Paul Gilbert flertando com o country e posteriormente toda a banda entrando num riff  pesado e com uma bela distorção. Posteriormente temos Never Say Never, tome-lhe riff foda pra você que gosta do singular timbre de uma guitarra. E depois chegamos a faixa Just Take My Heart, mais uma balada e claro, mais um grande sucesso do Mr. Big que ganhou destaque e também videoclipe, assim como as faixas Green-Tinted Sixties Mind e Alive And Kickin’.

O meu último destaque em relação ao disco Lean To It é a canção mais conhecida do Mr. Big, essa que eu aliás destaque no início da matéria pois meu filho já dormiu várias e várias vezes ouvindo ela: To Be With You. A mesma é a última faixa do disco, e é acústica. O videoclipe começa em preto e branco e na parte em que todos os guitarristas gostam – no solo é claro, – o clipe ganha cor. Acredito que a grande maioria das pessoas conhece o Mr. Big apenas por conta dessa música, e confesso que eu conhecia apenas ela e a canção Take Over que meu amigo Cleiton Bezinho, antigo parceiro de banda, me apresentou. A história mudou quando eu me tornei pai e tinha que criar hábitos para que meu filho dormisse, ao invés de optar pela Galinha Pintadinha, eu preferi escolher videoclipes no Youtube, a partir daí meu filho começou a se apaixonar por música e eu conheci um pouco mais sobre o Mr. Big. Com tudo isso veio a vontade de pesquisar mais sobre a banda e escolher um determinado álbum para trazer aqui para o AHD. 

Bom pessoal, por hoje é só, espero que vocês tenham gostado da matéria, de todas as informações referentes ao ano de 1991 e também das faixas desse grande disco do Mr. Big, até a próxima 😉

Faixas do Disco

1 –  Daddy, Brother, Lover, Little Boy

2 – Alive And Kickin’

3 – Green-Tinted Sixties Mind

4 – CDFF – Lucky This Time

5 – Voodoo Kiss

6 – Never Say Never

7 – Just Take My Heart

8 – My Kind Woman

9 – A Little To Loose

10 – Road To Ruin

11 – To Be With You

Confira o videoclipe da faixa Green-Tinted Sixties Mind

E por quê não matar saudade do videoclipe de Be With You!?

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o álbum na íntegra, porém você pode

encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!

post

Tears For Fears – Songs From the Big Chair (1985)

tears for fears – songs from the big chair  (1985)

Fala galera do A História do Disco, cá estamos nós para mais uma resenha! Hoje falaremos sobre o ano de 1985, um ano muito bom para se escolher um disco, diversidade é uma palavra que podemos utilizar para simplificar esse ano. Tivemos pop, hip hop, heavy metal, rock nacional, discos dos mais diversos e variados estilos que conhecemos. Apesar dessa vasta variedade sonora, 1985 foi um ano que não tive problemas em escolher o disco. Usarei o lado sentimental para tal escolha. Foi aquele lance de bater o olho e falar: é esse e ponto. Uma banda que afetivamente sempre esteve presente em minha vida desde os primórdios, aquela que junto com os Beatles e algumas outras sempre estiveram na vitrola. Pois bem, falaremos hoje sobre a banda Tears For Fears e, mais precisamente, sobre seu segundo disco Songs From the Big Chair (1985). Definitivamente o maior sucesso da carreira dessa singular banda, poderíamos dizer também, deste dueto formado por Roland Orzabal (vocal/guitarra) e Curt Smith (vocal/baixo).

sobre a banda

Orzabal e Smith se conheceram ainda adolescentes e participaram de outras duas bandas antes de finalmente criarem o Tears for Fears, ambos participaram como músicos auxiliares da banda Neon. O primeiro disco profissional da dupla veio em 1980 com a banda Graduate. Em 1981 Orzabal e Smith decidem criar o Tears for Fears, o nome da banda faz alusão ao método de terapia que o psicanalista americano Arthur Janov desenvolveu, Arthur ficou famoso por ter John Lennon como seu paciente, já o estilo musical ao qual o Tears for Fears era rotulado chamava-se Synth-pop.

No início da década de 80 com o lançamento dos sintetizadores surgiram diversas bandas que os utilizavam como base para suas composições, já até citei aqui em uma resenha do Rush que a banda surfou muito a onda dos sintetizadores. Mas voltando ao Tears for Fears, a banda teve seu primeiro sucesso no ano de 1982 com a música “Mad World”, no ano seguinte a banda lança seu primeiro disco The Hurting chegando assim ao topo das paradas do Reino Unido e se fazendo escutar no resto do mundo.

Songs From the Big Chair

Lançado em fevereiro de 1985 Songs From the Big Chair teve em “Shout” o single que abriu as portas para o mundo, foi top 5 no Reino Unido e primeiro lugar nos EUA, mas o single que consolidou o Tears for Fears como uma das maiores bandas dos anos 80 foi “Everybory Wants to Rule the World”. “Head Over Heels” e “I Believe” completam a lista de singles que fizeram de Songs From the Big Chair um disco que ficou nas paradas de todo o mundo por mais de um ano. Uma peculiaridade, foi durante a turnê do Songs From the Big Chair que os músicos conheceram a cantora Oleta Adams que futuramente viria a fazer uma participação mais do que especial no disco The Seeds Of Love (1989), na música “Woman In Chains”.

Em Songs From the Big Chair, o Tears For Fears encontrou e refinou o seu estilo único de fazer música, dosando o Synth-pop com uma camada mais sofisticada de instrumentos, transformando essa dosagem em um estilo próprio e destacando a importância que os músicos dão realmente para a transformação harmônica de instrumentos em ótimas músicas. Para darmos uma dimensão da grandiosidade desse disco, a turnê de Songs From the Big Chair terminou somente no ano de 1986, nos dias atuais ficar esse tempo excursionando soa até natural, mas imaginem quase dois anos de excursão pelo mundo em meados dos anos 80? Puxado não? Na verdade, o tempo de turnê mostrou somente o quanto o Tears For Fears evoluiu como banda, alcançando lugares jamais imaginados por Orzabal e Smith. O salto musical dado nesse segundo e, podemos dizer melhor álbum já feito pela banda, foi fundamental para a longa carreira dessa maravilhosa banda que carrego em minhas playlists desde o cassete.

mais sobre o tears

Após uma longa e exaustiva turnê que incluiu muitos shows e participações em festivais e premiações e a produção do terceiro disco um tanto quanto longa, enfim, em 1989 é lançado The Seeds of Love, um bom álbum que rendeu outra mega turnê para o Tears For Fears. Os singles de maiores sucessos foram “Sowing the Seeds of Love” e “Woman in Chains”, esta última conta com participação de Phil Collins na bateria e Oleta Adams, cantora que Orzabal conheceu durante a turnê de Songs From the Big Chair, conforme citado anteriormente nesta resenha.

Em 1991 após um desentendimento entre Orzabal e Smith a banda chega ao fim. Mantendo o nome ainda ativo Orzabal lança em 1992 o single “Ladie So Low” para promover o lançamento da coletânea de melhores sucessos da banda Tears Roll Down (Greatest Hits 82-92). Em 1993 Smith lança seu primeiro álbum solo e Orzabal continua sobre a alcunha de Tears For Fears lança o álbum Elemental e estoura outro single “Break It Down Again”, dessa vez não com o mesmo impacto, mas com força suficiente para fazer mais uma turnê mundial. Em 1995 ainda somente com Orzabal o Tears For Fears lança Raoul and the Kings of Spain, mas dessa vez não consegue atingir o mesmo sucesso dos discos anteriores.

 

Somente em 2004 o Tears For Fears original de Orzabal e Smith lançam um novo disco,  Everybody Loves a Happy Ending. De lá para cá o Tears For Fears tem feito pequenas turnês e apresentações ao redor do mundo. Eles vieram no Rock In Rio em 2017, fazendo um dos melhores e mais aguardados shows daquela edição. Ainda em 2017 eles lançaram a coletânea Rule the World: Greatest Hits com duas canções novas  “I Love You But I’m Lost” e “Stay”, algo que não acontecia desde o disco Everybody Loves a Happy Ending de 2004.

Galera, é isso! Tinha feito uma resenha menor e mais objetiva, mas a pedido do grande Bruno Machado fiz um breve resumo da carreira dessa banda que é mais que singular, insisto nessa palavra pois não encontro banda que ao longo desses quase 40 anos fizeram ou faz música como esses caras. Fico por aqui e logo mais – se meu TCC deixar – estarei com mais uma resenha, agora do ano de 1986. Um grande abraço e nos encontramos aqui no A História do Disco.

Faixas do Disco

1 –  Shout

2 – The Working Hour

3 – Evebody Wants To Rule The World

4 – Mothers Talk

5 – I Believe

6 – Broken

7 – Head Over Heels/Broken

8 – Listen

Infelizmente não encontramos link no Youtube com o álbum na íntegra, porém você pode

encontrar o mesmo em plataformas como Spotify e Deezer!

post

Nickelback –  All The Right Reasons (2005)

Nickelback –  All The Right Reasons (2005)

Salve salve galera ligada no A História do Disco, desde já eu Bruno Machado peço desculpas do fundo do meu coração pela demora em relação a novas matérias aqui no site A História do Disco. Seis sabem como é né? Vida corrida pra todo mundo,  mudanças repentinas e surpresas inesperadas fazem com que o nosso tempo fique mais curto. Porém, depois de alguns meses tenho aqui uma matéria fresquinha para vocês que gostam de um bom álbum de rock, ou no caso desse, rock com belas pitadas de pop. Hoje temos aqui no AHD o quinto álbum de estúdio da banda canadense Nickelback!

A banda iniciou suas atividades em 1995, e lançou seu primeiro EP em 1996, posteriormente seria lançado o álbum Curb. Porém, o grupo conseguiu ganhar destaque com o que seria o seu segundo álbum de estúdio, The State, que foi lançado em 1999. Um disco bem mais pegado do que os posteriores da banda inclusive, acredito que os integrantes procuraram se adequar mais ao cenário da época. E já fica aqui uma dica em relação a este disco, ouçam a faixa Leader Of Men, vale muito a pena conferir.

O Nickelback manteve sua formação original até chegar ao álbum que será destaque na matéria de hoje, e os integrantes eram: Chad Kroeger (Voz e Guitarra), Ryan Peake (Voz, Piano e Guitarra), Mike Kroeger (Baixo) e Ryan Vikedal (Bateria). Este último saiu em 2005 e deu lugar ao jovem Daniel Adair, que antes era baterista do 3 Doors Down. Banda essa aliás, que também fez sucesso entre o final dos anos 90 e o começo dos anos 2000, mas sempre trabalhando com canções mais melódicas e de vez em quando aparecia um pouquinho mais de distorção e um flerte com o rock mesmo. Mas chega de enrolação e bora falar do álbum All The Right Reasons.

Ao gravar seu quinto álbum de estúdio e com um novo baterista o grupo resolveu pisar mais no terreno do pop no que do rock, não que isso seja algo ruim, mesmo porque sabemos que várias bandas se transformam e muito com o passar dos anos, nem todas conseguem manter a identidade do primeiro ao último disco. A primeira faixa que ganhou um enorme destaque foi Photograph, alias, eu vi exaustivamente o videoclipe dessa música na saudosa MTV Brasil (oooooh saudade), e claro, a canção teve um sucesso astronômico nas rádios, não só nas brasileiras, mas nas gringas também é claro. E dentro de tudo isso aí vinha o conceito da mudança da musicalidade do grupo canadense. O sucesso continuou com mais uma grande canção pop que também teve uma bela produção de videoclipe, e tome Nickelback nas paradas de sucesso novamente. Na contramão do que eu acabei de escrever acima temos as canções Follow You Home, Fight For All The Wrong Reasons e Animals, as três contam com a distorção comendo na alta, pedal duplo e riffs ferozes. Mas ai você caro leitor vai pensar: pow Brunão mas tu falou que o disco era mais puxado pro pop, meio fora do que os caras já tinham feito e tals! Calma lá galera, a banda pendeu sim mais pra canções radiofônicas do que nos discos anteriores, porém, parte da essência não se perdeu.

Vamos para mais uma prova de que o quinto álbum de estúdio do Nickelback foi incrivelmente bem sucedido. Em 2006 All The Right Reasons  ganhou o AMW (American Music Awards) de melhor disco de pop/rock. E pra reforçar a importância do prêmio vou citar algumas bandas e cantores (as) que já o ganharam: Aerosmith, Eagles, Genesis, Michael Jackson, Whitney Houston, Bee Gees, Bruce Springsteen, Green Day, Santana, entre outros. Na minha visão é uma grande recompensa por todo um trabalho feito em um determinado álbum, e faz com que a banda se sinta capaz de fazer discos melhores, ganhar mais prêmios e colocar seu nome de vez na história da música. É válido citar que em 2006 a banda também ganhou o prêmio de banda/grupo do ano no Billboard Music Award, coincidência ou não, ano posterior ao lançamento do álbum All The Reasons Rights.

Voltando a falar das faixas, Savin’Me (que aliás não é aquela tocava no seriado Smalville, essa se chama Save Me e é interpretada pela banda estadunidense Remy Zero) tem riff bem marcante que já da as caras no início da música, a letra aborda a questão do valor a vida e o que as pessoas podem fazer uma pelas outras. O videoclipe obviamente chegou com sucesso a MTV e foi exibido muitas e muitas vezes, mesmo porque ele é bem interessante e se encaixa muito bem no que a canção quer passar ao ouvinte/espectador. Pulando para mais sucesso deste disco temos Far Away, que balada romântica meus queridos, videoclipe envolvendo um casal no contexto, o homem é bombeiro e a mulher fica angustiada em casa esperando seu amor, chega ser quase tão emocionante como os filmes: Como Eu Era Antes de Você, Um Amor Pra Recordar ou Fluke – Lembranças De Outra Vida. Ta bom ta bom pessoal, sei que agora eu forcei a barra, entretanto é mais uma bela canção desse álbum do NIckelback. Continuamos com emoção e lágrimas em alta com a faixa If You Cared, que fala muito sobre resiliência, sobre caridade, sobre enxergar a necessidade do próximo. Inclusive o videoclipe tem imagens bem chocantes e também imagens que nos fazem refletir, como a de Bob Geldof e de seu evento feito em 1985, o Live Aid.

Partindo para o fim da nossa matéria ainda destaco canções que estão mais pro Lado B do disco: Side Of A Bullet e Someone That You’re With. Um prato pra quem gosta dos álbuns mais antigos da banda, as faixas tem uma pegada mais rock, tem pedal duplo, distorção pesada e riffs bem interessantes. Fechando o álbum temos Rockstar, confesso que não sou muito fã desta música, porém, a mesma ganhou videoclipe e destaque no disco. O Nickelback já veio ao Brasil em 2013, e volta esse ano também no Rock In Rio e em São Paulo, pra quem é fã dos caras, fica caí a dica!

Espero que todos tenham gostado da matéria da hoje, que ouçam o disco e também que curtam os videoclipes citados na matéria de hoje, e também indico ouçam o último disco lançado pelo Nickelback, o Feed The Machine (2017), confesso que ouvi somente algumas faixas e gostei. Até a próxima pessoal =D

Faixas do Disco

1 –  Follow You Home

2 – Fight For All The Wrong Reasons

3 – Photograph

4 – Animals

5 – Savin’ Me

6 – Far Away

7 – Next Contestant

8 – Side Of A Bullet

9 – If Everyone Cared

10 – Somenone That You’re With

11 – Rockstar

Ouça o álbum All The Reasons na íntegra!

Assista ao videoclipe da faixa Photograph

Confira o videoclipe da faixa Savin’Me

 

post

The Cranberries – No Need To Argue (1994)

The Cranberries –  No Need To Argue (1994)

Salve salve galera ligada no A História do Disco, Bruno Machado novamente na área pra trazer à vocês mais uma grande banda gringa e também mais um grande álbum dos anos 90, abre teu olho Denis Borges pois eu também amo essa década. Depois de termos várias matérias voltadas para o rock, hoje voltamos ao mundo pop com The Cranberries. O grupo teve seu auge nos anos 90, porém com o sucesso do filme Click (2006) que tem como protagonista o comediante Adam Sandler, o som do grupo voltou à tona. Em determinada parte do filme Sandler se recorda de quando conheceu sua esposa, o fato se passa nos anos 90 e a trilha sonora é um dos maiores sucessos do Cranberries, Linger. Eu até poderia falar do disco da banda que tem essa faixa, entretanto, preferi escolher o segundo álbum de estúdio do grupo, que alias teve 4 singles.

Um dos motivos de eu ter escolhido esse álbum é a canção Zombie, um grande clássico também dos anos 90, tem um videoclipe fenomenal, uma distorção de guitarra bem pesada, uma linha de baixo com aquela palhetada marota – mas é bem dark tb e por último e não menos importante, a maravilhosa voz de Dolores O’Riordan, que infelizmente faleceu em 2018. Pra uma banda que está mais envolvida no pop ou no rock melódico criar uma canção dessa é um desafio enorme, isso vale para bandas como o Kiss por exemplo quando faziam canções mais românticas como Forever, pois é exatamente o oposto do que o grupo está acostumado a fazer. E foi a partir desse desafio que Zombie se tornou a principal faixa desse segundo álbum de estúdio da banda irlandesa, isso mesmo meus queridos, The Cranberries não é uma banda estadunidense.

Vamos agora falar desse álbum que ganha destaque no AHD, ele começa com a belíssima Ode To My Family, uma canção extremamente triste por abordar sentimentos em relação a família, a aceitação em relação ao que se realmente é, e o videoclipe mostra muito isso também, o mesmo é todo em branco e preto assim como o da música Linger, citada acima. Pra mim, Ode To My Family é uma das faixas mais sentimentais que eu já ouvi em minha vida, ao mesmo tempo que ela é doce em sua melodia, há um gosto amargo em relação ao contexto da letra da faixa.

Ainda destacando as faixas temos, I Can’t Be With You, um pop chiclete que tem vários vocalizes em seu refrão, contém aquela fórmula clichê que faz com que você escute várias vezes seguidas só pra cantarolar o refrão. Destaque também para a presença da guitarra de Noel Hogan, que além de guitarrista também escrevia as letras das canções do Cranberries junto com Dolores. A suave voz da vocalista se faz mais presente ainda em Twenty One, uma faixa com um ar bem adolescente, desde o nome da mesma até o contexto da letra, algo bem suave antes da faixa que daria outra cara ao álbum.

Chegamos a grande faixa do álbum, Zombie, se você quer distorção, linha de baixo com palhetada monstra, bateria pegada e uma voz feminina para contrastar com tudo isso, nessa música você encontra tudo isso e muito mais. No videoclipe Dolores toca guitarra, aliás, nas apresentações ao vivo a cantora também fazia questão de assumir o instrumento nessa canção. Confesso que a primeira vez que ouvi Zombie foi na famosa coletânea “As 7 Melhores da Pan”, outra coisa maravilhosa que os anos 90 nos proporcionou, e o mais engraçado é que a versão da música era dance, dá pra acreditar!? O CD tinha uma faixa interativa ainda por cima, o mesma era Um CD ROM também, coisas que a garotada de hoje dificilmente vai entender! Mas é claro que nada chega aos pés da versão original do Cranberries, a canção se tornou uma das maiores da carreira da banda. E é o ponto fora da curva do álbum, que é bem calminho perto da poderosa Zombie.

O álbum em si tem um conceito bem dark como citado nos parágrafos acima, os arranjos das canções são bem executados e sempre com o emponderamento da voz de Dolores, e sim podemos afirmar que essa sempre foi a fórmula mágica do Cranberries para que todos soubessem que determinada música era deles. E isso não é ruim, afinal, nada melhor do que uma banda ter uma identidade, basta você ouvir uma parte da música e já sabe que é Cranberries. Outro fato interessante e que já foi citado lá nos primeiros parágrafos é que a banda é irlandesa e mesmo assim conseguiu aparecer nos mercados mais populares da música mundial: EUA e em todo o Reino Unido. Podemos até dizer que somente o U2, que também veio da Irlanda, conseguiu feitos maiores, e claro, com muito mérito.

Voltando as faixas, Ridiculous Thoughts também merece destaque, começa bem calminha no primeiro minuto, depois vira um pop e depois ganha um ritmo ainda mais frenético do meio para o fim da música. Batera bem quebrada assim como Zombie, e recebe ao fim instrumentos de sopro que engrandecem ainda mais a metamorfose que é a canção em si. É interessante quando você estuda um álbum e conhece uns Lado B que te animam tanto quanto o Lado A, fica ai a dica hein. Voltamos a calmaria com a canção Dreaming My Dreams, violão e voz dão o tom do sossego e ainda temos um violino na parte final para acompanhar o refrão até o fim da música.

Ao ouvir o álbum todo você tem a sensação de que Dolores coloca sua voz e seu coração em todas as canções, é uma das cantoras que carrega mais sentimentos nas suas músicas, pode ser por isso que seus singles foram tão marcantes. Aliás, esses singles voltaram a ser marcantes por conta da morte da vocalista no início de 2018. No ano anterior a banda estava gravando o álbum In The End, o mesmo foi lançado agora em 2019 exatamente um ano após seu falecimento, no dia 15 de Janeiro. Pelas faixas que ouvi do álbum póstumo, o mesmo está muito bom, o Cranberries não perdeu sua essência e a homenagem à vocalista é super válida, pois segundo os integrantes ela estava muito ansiosa para o lançamento de In The End. O álbum aliás já está disponível em plataformas digitais como Youtube e Spotify, e você meu caro leitor pode curti-lo quando quiser!

Para terminar essa resenha/homenagem cito a faixa que dá o nome ao disco e que também fecha o mesmo, No Need To Argue. Quase três minutos de uma voz poderosa junto a um órgão que acompanha a vocalista de forma bem suave lembrando até músicas que vemos em filmes nas igrejas do EUA, fechando um álbum de certa forma equilibrado em relação as faixas animadas, mas é bom que você saiba que o tom do disco com certeza é mais melancólico do que alegre.

Eu vou ficando por aqui meus caros leitores, espero que vocês tenham gostado da matéria de hoje. Até a próxima 🙂

 

Faixas do Disco

1 –  Ode To My Family

2 – I Can’t Be With You

3 – Twenty One

4 – Zombie

5 – Empty

6 – Everything I Said

7 – The Icicle Melts

8 – Dissappointment

9 – Ridiculous Thoughts

10 – Dreaming My Dreams

11 – Daffodil Lament

12 – No Need To Argue

Ouça o álbum No Need To Argue na íntegra!

Confira Zombie em uma apresentação do Cranberries em Paris

Leia matéria sobre álbum póstumo In The End e sobre a morte da vocalista Dolores O’Riordan

 

post

Os Paralamas do Sucesso – O Passo do Lui (1984)

Os Paralamas do sucesso –  o passo do lui (1984)

Fala galera! Denis Borges na área para falar de mais um disco daquela série, saga, missão ou qualquer outro nome que queiram dar. Hoje falaremos sobre o ano de 1984 e uma banda que considero pioneira do tão falado “Rock de Brasília” que começou lá nos, hoje, nostálgicos anos 80 e adentrou os anos 90 com boas bandas como Raimundos e Natiruts. Não que essas duas últimas bandas faziam o mesmo tipo ou foram influenciadas pelo som que esses caras faziam e ainda fazem, mas com toda certeza o carro abre-alas – ou um dos carros abre-alas – de Brasília foi o Paralamas do Sucesso. Pra quem viveu aquela época ou pra mim que vim uma geração depois, sabemos da importância dessa banda para a música brasileira. Hoje minha motivação para escrever sobre o ano de 1984 são essas palavras, importância e reconhecimento, acredito que é o mínimo que devemos para Herbert Vianna, João Barone e Bi Ribeiro, três excelentes músicos que formaram um dos melhores Power Trios brasileiros.

Depois dessa introdução, muitos de vocês – conhecedores da banda – podem estar questionando: Mas a banda não foi formada no Rio de Janeiro!? Claro, meus queridos blogonautas, Os Paralamas do Sucesso é uma banda formada no Rio de Janeiro, mais precisamente na cidade de Seropédica, no ano de 1982, mas, graças a Deus, ou a qualquer outro “ser astral” que vocês gostem, Herbert sempre manteve suas raízes e amizades em sua terra natal, dando uma mãozinha para bandas como a Legião Urbana, como podemos ver no filme, Somos Tão Jovens (2013, direção de Antônio Carlos da Fontoura).

A Legião Urbana terá seu próprio capítulo mais para a frente aqui nessa série que estou fazendo. Na verdade, o rock brasileiro dos anos 80 terá um bom destaque nessas próximas resenhas, afinal, caro leitor, foram os nossos anos dourados do rock nacional, quantas bandas boas tínhamos? Material pra canções nossos governantes nos proporcionam a rodo desde a invenção da roda, mas naquela época nossos músicos sabiam transformar questionamentos em canções, mas também sabiam transformar assuntos pueris, relacionados ao cotidiano e questionamentos da juventude oitentista em boas canções. Esse disco sobre o qual começarei a falar agora é uma prova ainda viva, pulsante e, por que não, atual desses assuntos pueris. Sem mais delongas vamos adentrar no segundo disco dessa banda que é imensa em sua rica trajetória, falaremos hoje sobre O Passo do Lui, Paralamas do Sucesso.

O álbum O Passo do Lui foi lançado em agosto de 1984, um ano após o ótimo disco de estreia da banda carioca, Cinema Mudo. Sempre se espera algo de bom de uma banda que acaba de vir de um bom álbum de estreia e O Passo do Lui foi tudo aquilo que podia-se imaginar de um segundo ótimo disco de uma banda que estava se projetando como expoente no ótimo cenário oitentista. Como nosso querido amigo, Flávio Oliveira, intitula a banda: “ The Police Brasileiro”, no caso do Flavinho não foi um linguajar pejorativo, muito pelo contrário, naquele momento musical a banda do Sting era o que melhor se apresentava no Pop Mundial, prova disso é que minha última crítica – do ano de 83 – foi sobre um disco do Police. Influenciados ou não, O Passo do Lui é um disco mais rock, mais ska, mais pessoal, mais Paralamas do Sucesso que seu antecessor. Herbert Viana com ótimas letras que expressavam os pensamentos pós-adolescentes daquela década, Bi e Barone desenvolvendo cada vez mais aquela “cozinha” sensacional que todos conhecemos, enfim, falar desse disco é chover no molhado. Como digo em off, é um disco atemporal, é uma coletânea em forma de disco, você tornar oito de dez músicas de um álbum em singles é algo que não consigo me lembrar na história da música.  O disco começa com a clássica “Óculos”, seguida da não menos clássica “Meu erro”, dá continuidade em “Fui Eu”, trafega pela balada “Romance Ideal”, literalmente faz uma homenagem ao ritmo que leva o nome da música em “Ska”, nos brinda com a ótima sinergia de “Mensagem de Amor”, que solo no final, que solo, aquele flerte que todo mundo queria ter/fazer/participar em “Me Liga”, uma das minhas preferidas, visitando novamente o ska em “Assaltaram a Gramática”, mais uma simbiose de ritmos em “Menino e Menina” e pra fechar esse clássico atemporal dos anos 80 a música que leva o nome do disco “O Passo do Lui”, mais uma influenciada pelo ska, o Lui do disco e da música é Luis Antônio Alves, conhecido dançarino de ska.

Resumindo tudo o que foi relatado, O Passo do Lui foi e é um disco imbatível que aliou qualidade, popularidade, identidade temporal e sucesso em vendas. Realmente é um marco do rock nacional dos anos 80. Dentre os vários ótimos discos da década O Passo do Lui, com toda certeza, é um superlativo de sua época. Vida longa aos Paralamas do Sucesso.

Antes “de me ir”, convido vocês blogonautas… blogonautas não! Somos site agora, Denis Borges! Às vezes me esqueço disso. Falha minha! Convido vocês, leitores do A História do Disco, à assistir ou escutar – virou CD em 2007 – o show emblemático, com certeza um dos melhores shows já feitos por uma banda no Rock In Rio, que Os Paralamas do Sucesso fizeram em 1985, no primeira edição do festival brasileiro. Um show S E N S A C I O N A L para uma banda que estava ainda em seu segundo disco, em um festival de tamanha magnitude mundial e que, para nós brasileiros, advindos de ditadura militar, reunir tantos nomes grandiosos da música e do rock mundial em um formato inédito no país era algo inimaginável, realmente o primogênito dos Rock In Rio foi algo impensável, realmente inimaginável para 99,99% da população, menos para o empresário – João Fortes –  um dos caras que convenceu o Medina a convidar a banda para participar do evento. Enfim, devido ao grande sucesso de O Passo do Lui, Os Paralamas do Sucesso participaram desse marco histórico que foi o primeiro Rock In Rio e representaram muito bem as cores canarinhas. Mal sabiam eles que aquela apresentação ajudaria a banda a se consolidar como uma das maiores no cenário nacional até hoje.

“Batemos o recorde do Roberto Carlos. (…) Uma loucura, ‘culpa’ do Rock in Rio!”. Fala de Bi Ribeiro, baixista do Paralamas sobre a repercussão do festival.

Vou ficando por aqui, terminando com aquele velho chavão: “espero que tenham gostado”. O disco é um clássico dos anos 80 que representa bem o que significaram essas maravilhosas bandas que nasceram nessa década impar para a musica brasileira. Um grande abraço a todos e até a próxima resenha aqui no A História do Disco!

Faixas do Disco

1 –  Óculos

2 – Meu Erro

3 – Fui Eu

4 – Romance Ideal

5 – Ska

6 – Mensagem de Amor

7 – Me Liga

8 – Assaltaram A Gramática

9 – Menino E Menina

10 – O Passo Do Lui

Ouça o álbum O Passo do Lui na íntegra!

Confira o videoclipe da faixa Óculos.