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Coldplay – A Rush Of Blood To The Head (2002)

Coldplay – A Rush Of Blood To The Head (2002)

Salve blogonautas do A História do Disco, espero que esteja tudo bem com vocês, aqui estou novamente, Denis Borges na área pra mais uma resenha. Dessa vez falarei sobre um disco mais pop – Britpop na verdade. Os donos do disco de hoje formaram a banda no auge dessa cena britânica que começou a ser notada no início dos anos 90, teve seu boom a partir do álbum (Whats The History) The Morning Glory? do Oasis, precisamente no ano de 1995.

Eu gosto muito de Britpop e a banda da matéria de hoje me ganhou desde a primeira ouvida. Com um primeiro disco muito bom que remetia a uma mistura de  Radiohead com U2 sempre naquele tom melódico – que eu gosto demais – visto em The Bends do Radiohead, me deixou com gosto de quero mais. E no segundo disco veio mais, muito mais, MAIS MESMO. Confesso que depois desse segundo disco eu criei uma baita expectativa pelo que viria a seguir, mas a cada disco em que a banda ficava mais colorida (alegrinha ou pop demais) eu fui perdendo o interesse. Sempre gostei do tom monocromático (melancólico) dos primeiros discos, era o que me ganhava. Mas isso sou eu, caro leitor – olha aí Bruno Machado, inseri o seu bordão no timecerto (hahahah). Zuadas no Machadinho à parte, depois dessa pequena descrição da banda e do meu contato com seus primeiros álbuns dá pra saber de que banda estou falando, não é? Sim, hoje temos Coldplay no AHD, sobre o segundo álbum de estúdio do grupo: A Rush Of Blood To The Head, de agosto de 2002.

O Coldplay foi fundando em 1996 por Chris Martim (vocal, violão e piano)  e Jonny Buckland (guitarra), em um momento em que os olhos do rock pairavam sobre o Reino Unido que vinha com uma cena forte. Bandas como Supergrass, Radiohead, Blur e principalmente Oasis vinham com tudo. Martin nunca escondeu que foi influenciado por tais bandas, além de notar influências de bandas mais antigas como U2 e mesmo de Bowie.

O primeiro álbum do Coldplay, Parachutes (2000), foi muito bem aceito mesmo não trazendo nada de inovador, é um disco redondinho com alguns sucessos iminentes: Yellow, Truble e Shiver. O álbum A Rush of Blood To The Head segue a mesma fórmula só que com aperfeiçoamentos, tons de cinza ainda mais inseridos e já conseguimos até enxergar outras cores, mesmo que em tons pasteis. Contando com mais piano, mais guitarra e ainda mais baladas certeiras, o disco se torna de fácil audição, não o percebemos passar de tão linear que é, sendo assim um grande acerto da banda.

O álbum começa com a faixa Politik, uma música influencia por uma ainda recente 11 de Setembro – aquele ataque terrorista às Torres Gêmeas em Nova Iorque -, começa estrondosa com guitarra, piano e bateria a mil, dando a impressão talvez enganosa do que viria a seguir. Logo após vem um clássico da banda, o primeiro single do álbum: In My Place. A canção se tornou um sucesso imediato com a seguinte fórmula: riff de guitarra “chiclete” + alguns “yeahs”. Dessa forma o Coldplay começava a pavimentar seu caminho no mainstream. Posteriormente temos a enigmática God Put A Smile Upon Your Face, que é uma excelente música por sinal. Em The Scientist, Martin nos traz mais uma bela balada, se não a mais bela do disco, que fala sobre amor e arrependimento, o videoclipe – que começa no final e vai voltando numa espécie de rewind – nos ajuda a compreender o significado da canção. Já em Clocks, minha música favorita da banda, nos deparamos com o maior riff de piano deste século, quem nunca ouviu essa música e não se arrepiou? Você poderia não saber que ele pertence ao Coldplay, mas com certeza já ouviu por ai, e quando os celulares começaram a suportar o formato mp3, a música ficou como toque do meu aparelho por muito tempo. Mas resumindo, das cinco primeiras faixas do disco, quatro foram sucesso e tocaram bastante nas rádios.

Como citei nos parágrafos anteriores o disco é bem redondo, as seis faixas restantes são ótimas e não devem nada para as mais famosas. Por exemplo, Daylight soa como Politik. Temos também uma bela balada tocada apenas no violão, Green Eyes, e na faixa Warning Sign confesso que encontrei um pouco de U2, alguns falsetes e o piano sempre presente, pra mim é uma das melhores faixas do disco. Já a faixa Whisper segue a linha da faixa Politik e Daylight. Fechando o disco temos a faixa que dá nome ao mesmo, A Rush Of Blood To The Head e a bela Amsterdam, finalizando assim o álbum.

Naquilo que foi proposto, o disco entrega com excelência o melhor do Coldplay, aquele monocromático, o Coldplay que eu gosto e me identifico, assim como muitos amantes da música por aí a fora. Uso esse termo porque quanto mais colorido foi ficando a produção, o figurino, mais pop a banda ficou, e desta forma hoje eu não vejo diferença entre o Coldplay e o Marron 5, mas isso já é assunto pra uma próxima.

Bom galera do AHD, eu vou ficando por aqui, espero que vocês tenham gostado da matéria de hoje. Para quem conheceu o Coldplay mais pop, A Rush Of Blood To The Head é um ótimo disco para conhecer o começo da banda, suas influências, e por consequência, mais do BritPop. Inclusive nessa mesma época surgiram boas bandas como Keane e Travis. Um abraço à todos e até a próxima resenha aqui, no A História do Disco.

Faixas do Disco

1 –  Politik

2 – In My Place

3 – God Put A Smile Upon Your Face

4 – The Scientist

5 –  Clocks

6 – Daylight

7 – Green Eyes

8 – Warning Sign

9 – A Whisper

10 – A Rush Of Blood To The Head

11 – Amsterdam

Confira o espetacular videoclipe da faixa The Scientist.

Ouça o álbum A Rush Of Blood To The Head na íntegra.